Eduardo Maragoto dedicou os últimos quatro programas de “Galego de Todo o Mundo” a refletir sobre os nomes vernáculos galegos das aves, participando assim num debate reaberto desde a publicaçom dos Nomes galegos das aves de Galicia e España pola Real Academia Galega. O atual secretário da Comissom Linguística da AGAL defende nos vídeos a conveniência de coordenar-se com o espaço lusófono para elaborar a lista galega.
No primeiro vídeo explica-se a relaçom existente entre as listas de vernáculos e as próprias denominações patrimoniais que se transmitem por via oral de geraçom para geraçom. Para Maragoto, “os pássaros nomeados pola via popular de conhecimento geral limitavam-se a duas dúzias de palavras genéricas que nos ajudavam a identificar as aves realmente relevantes do nosso dia-a-dia e também a denominar mui genericamente outras tantas espécies menos relevantes”, o que o leva a concluir que nom se justifica forçar uma dialetalizaçom excessiva da lista padrom. Em sentido contrário, defende-se que a lista dos nomes galegos das aves deveria permitir a coordenaçom efetiva entre pessoas ornitólogas e observadoras galegas, portuguesas e lusófonas em geral, e afirma-se que a lista da RAG recém-publicada nom vai ao encontro desse objetivo.
No segundo vídeo fai-se uma crítica das escolhas realizadas pela Real Academia Galega para as aves que contam com grande tradiçom de uso nas falas e na literatura galegas e como muitas vezes a procura de distância com o português levou a que algumas aves ficassem com nomes igualmente distantes dos tradicionais galegos. É o caso de strix aluco, conhecida por coruja muito maioritariamente, tanto na Galiza como em Portugal, mas que foi rebatizada com o nome avelaiona, ao qual Eduardo Maragoto coloca várias objeções.
No terceiro vídeo fai-se uma pequena introduçom à história das listas de aves galegas das últimas décadas e discutem-se os critérios padronizadores da RAG para os nomes vernáculos que não contavam com nomes patrimoniais no nosso território, quer por se referirem a aves quer inexistentes e insólitas entre nós quer irrelevantes para as pessoas.
Já o último, trata-se o nome de alguns géneros problemáticas e finaliza com uma proposta para orientar as futuras listas de nomes vernáculos galegos, pedindo para ser levado em conta o contributo lusófono nesse sentido, pois o português é uma das poucas línguas do mundo que já conta com denominações vernáculas para todas as aves do planeta.
