Nisto coincido com Felipe Senén, quem –como dizia nesse artigo- também tem estudado esta dimensão orientalista de Risco, que estaria conectada com o priscilianismo e com uma busca da dimensão espiritual, na tradição do panteísmo celta e a tradição cristã. “Orientarse é buscar o camiño, o Oriente, -diz Senén no seu artigo “Orientalismo, celtismo, obsesión de Vicente Risco”- tanto no senso xeográfico como tamén no histórico cultural. Pola contra, occidentalizarse é seguir a moda de occidente, tendencia hoxe, cos seus vicios e virtudes, a pé de cada día”. “Oriente é para el o marco onde aprender e avanzar –diz também-. O celtismo non é máis que un permanente orientalismo chegado e alimentado nos confíns europeos”.
Sem esquecermos o que nos deram em Ocidente a filosofia, a ciências e técnica, a democracia e os direitos humanos, cumpre-nos seguir a mirar o Oriente; onde nasce o sol, onde está o germe de grandes culturas e religiões, desde as da Índia e China, até os monoteísmos, sobretudo o cristianismo. A sua sabedoria perene, que busca profundar na Realidade, e presente em Oriente e Ocidente segue sendo muito valiosa, pois sem alimentar a sua dimensão espiritual, o ser humano degrada-se, esmorece e apaga-se. Aldous Huxley tem falado disto num dos seus livros mais importantes, ainda que menos conhecidos dos milheiros e milheiros de leitores de Um mundo feliz; refiro-me a A filosofia perene, onde recolhe essa sabedoria em místicos de oriente e ocidente, de ontem e de hoje.
[Este artigo foi publicado originariamente no Nós Diario]