Portugal mostra-nos guia estrela do dia

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No ano que se passou foi publicado pela Fundação Moncho Reboiras (FMR) e pela CIG o livro intitulado «A estrela que nos guia» escrito pelo professor José Freixeiro Mato. No prólogo, Suso Seixo, presidente da FMR, esclarece que o livro «destinado, sobretudo, a que os delegados e delegadas da CIG, filiação e a classe trabalhadora galega sejam cientes da discriminação e perigo de desaparição em que está o idioma galego e a importância de o falar e o manter vivo como referente da nossa identidade e dignidade como classe e como povo galego».

O autor remata o livro com um decálogo de propostas de utilidade para garantir o futuro do idioma galego.

O galego em perigo não é o mesmo que o galego proibido, as pessoas utentes reprimidas e punidas. A violência contra as pessoas galegas que o utilizam acompanha a violência racista que se exerce contra qualquer rasgo da identidade galega.

A violência da violação dos direitos económicos, sociais e culturais, a violência da violação dos direitos civis e políticos contra as pessoas galegas é inaudita e resulta inaudita a normalização com que durante quarenta anos e na atualidade foi e é aceite.

O Estatuto de Autonomia vigorante é uma brutal violência contra 1.722.342 pessoas galegas com direito a decidir que NÃO DECIDIRAM a sua aprovação, quer dizer, o oitenta por cento o não aceitam e foi imposto durante quarenta anos a toda a população da Galiza.

E sobre esta TIRANIA, sobre esta violenta imposição Estatutária, foi decretado que o idioma galego era diferente do português extirpando-lhe a sua secular ortografia para lhe impor a ortografia espanhola a meio das NOMIGA promulgadas por Felgueira Valverde às ordens de Fernandes Alvor, presidente da Galiza com 301.039 votos – o 14,3 % do eleitorado!!! – que no ano seguinte, 1983, promulga a Lei de Normalização Linguística. Qualquer pessoa que procure em Internet a biografia destes dois, saberá de imediato da sua adscrição ao bando dos do genocídio nazi-franquista. Portanto é o nazi-franquismo que continua a dia de hoje a violenta PROIBIÇÃO do galego e da sua secular ortografia para ocultar, censurar, a sua identidade com o português.

Não é a língua mas as pessoas galegas que sofrem danos pela agressão violenta da sua proibição. A língua, o idioma, a capacidade de «fonemar», de falar é uma «excrescência» do corpo das pessoas. O nosso corpo expulsa sonidos diferentes que combinados constituem um código de comunicação, a língua, um idioma. O corpo das pessoas galegas sofre uma grande violência aquando se lhe proíbe falar ou escrever a sua própria língua. O cérebro faz parte do corpo, uma sofisticada e desconhecida parte do corpo, cujo sofrimento necessariamente pode produzir doença, produz doença mental e doença mental coletiva, é como torturar a todo um povo e durante séculos. Eis a sorte da população da Galiza, extirpada da sua própria língua e ortografia, da sua cultura construída nessa língua e ortografia pela violência da força das armas de uma potência estrangeira especialista em genocídios e linguicídios seculares. Livrar-nos da potência estrangeira é tarefa do proletariado e do povo galego e todo o mundo sabe que a liberdade traz vastas campanhas de ALFABETIZAÇÃO para o povo. Há cinquenta anos na Galiza sul, na Revolução do 25 de Abril, no próprio mês de abril, a alfabetização na nossa própria língua e cultura, com a nossa secular ortografia, começou nos lugares mais afastados, onde nem caminhos havia para chegar. Os militares revolucionários abriram caminhos, chegaram e alfabetizaram a população.

Na Galiza norte não tivéramos Revolução dos Cravos, nem liberdade, nem vastas campanhas de alfabetização. Tivéramos «normalização» e a tirania das normas impostas pelo nazi-franquismo a proibirem com todo rigor a nossa secular ortografia que fazia impossível ocultar que idioma galego e português são uma única e a mesma língua. Assim foi durante quarenta anos e hoje temos o decálogo de Freixeiro Mato para «garantir o futuro do idioma galego».

Mas para isso as «forças da resistência» temos de definir que o nosso idioma é idêntico do português. Baseando-nos na sua identidade, os passos a seguir são vastas campanhas de ALFABETIZAÇÃO em português, com gramáticas e dicionários portugueses, com a ortografia portuguesa, a nossa, e com a fonética do português, a própria do galego particularmente nos fonemas ditos sibilantes utilizados em vastas áreas galegas, maioritárias em território e demografia. O nosso idioma não vai deixar de ser utilizado nunca na atual Galiza. Que o utilizem mais ou menos pessoas vai depender do combate que se faça contra a ignorante e ridicularizadora violência racista espanhola, a repressão, perseguição e punição que sofremos. Nesse combate, a melhor arma que temos para derrotar a violência racista espanhola é a ALFABETIZAÇÃO do proletariado e do povo galego, com vastas campanhas de alfabetização, abrangendo todo o território galego e nas áreas exteriores onde é utilizado. A alfabetização na nossa língua e cultura particularmente na nossa secular ORTOGRAFIA.

Para garantir o futuro do idioma galego, quer dizer, para garantir o futuro da juventude e do povo galego em plenitude idiomática e cultural, em dignidade, é imprescindível usar um ÚNICO MODELO de alfabetização, o português. Desterrar, extirpar o espanhol do galego nomeadamente a ortografia, o seu estandarte, o «enhe», que analfabetiza e confunde a população galega isso só se consegue alfabetizando em português da maneira mais decidida e audaz porque o português é a excelência do idioma galego. E não há qualquer confusão.

E para que não haja confusão é imprescindível e urgente fazer um diagnóstico rigoroso da situação e sobretudo combater a confusão e os que confundem, justamente os que negam a identidade do português e o galego ou os que afirmando-a, escrevem com ortografia espanhola ou utilizam sistematicamente palavras espanholas ou palavras galegas mal escritas, isto é, promovem o analfabetismo da própria militância, filiação, do proletariado e do povo galego.

O diagnóstico é uma forte, violenta e perdurável no tempo, 40 anos, ação linguicída analfabetizadora e racista, uma política linguística de linguicídio, analfabetismo e racismo, uma possante «lavagem de cérebro» da população galega para que fale espanhol, reprimindo a utilização do galego, proibindo a ortografia portuguesa, a nossa secular ortografia, utilizando ingentes recursos políticos, legislativos, financeiros, académicos, mediáticos, organizativos sem a resposta pertinente das ditas forças da resistência ou colaborando com os violentos linguicídas, o resultado é o que temos diante: Analfabetização espanhola aguda.

O remédio está em nós próprios, na nossa secular língua e ortografia e esplendorosa literatura, na nossa cultura, resultado do trabalho secular do povo galego – mas não das classes dominantes, em identidade com o português, em assumir que Portugal é a Galiza sul, com oito séculos de independência que a Galiza norte não teve, que Portugal é a Galiza independente com oito séculos de construção nacional. Nós tivemos séculos de destruição nacional que continua e continuará…

O remédio é a alfabetização maciça do povo galego em português, alfabetização na nossa língua, ortografia e cultura.

O remédio é alfabetização maciça do povo galego com um manual de alfabetização em português para adolescentes, adultos e mesmo crianças.

A «gravidade da situação atual» é o resultado da política do nazi-franquismo narcotraficante galego impune dos seus crimes e fraude eleitoral sistémico e da falta de combate contra eles e mesmo assumir as suas teses, da parte das organizações políticas, sindicais e de defesa da língua – mas não das pessoas utentes – ditas nacionalistas e não apenas. O exemplo do presidente da Junta, sem que ninguém o votasse, Rueda, a se manifestar racista em A Crunha contra o galego ou Feijó relacionado e fotografado com um narcotraficante sem deixar a presidência da Junta são paradigma de que não é com os votos que possam ser derrocados para mudar a política linguística de linguicídio e analfabetização e não só.

Uma forte mobilização social em prol do galego? Não. Uma forte, vasta e maciça campanha de alfabetização do galego e da galega em português! Seja qual for o poder político!

A praxe linguística das organizações políticas, sindicais, de defesa da língua e outras ditas nacionalistas, as pessoas que as lideram, foi e continua a ser contrária à identidade do galego e o português, empregando sistematicamente nos seus trabalhos escritos a ortografia espanhola para mutilar o galego. É uma vergonha mostrar uma fotografia de um texto redigido em galego medieval

«para recuperar os nomes da terra e restaurar a forma própria dos nossos apelidos» onde pode ler-se claramente «Junqueyra» e o recuperar e restaurar escrevendo «Xunqueira», ou a batalha da MNL contra A Toja-São Genjo-Ogrobe para mutilar a nossa toponímia histórica.

A segunda força política do país é nacionalista, a primeira força sindical também o é mas não defendem a identidade do idioma galego com a língua portuguesa e não promovem e organizam vastas campanhas de alfabetização em português para a população galega. Quem nos dera! Porque se isso fosse feito desde há cinquenta anos os resultados e a situação das pessoas da Galiza quanto à utilização da sua língua seria muito diferente. Muitas vezes foi-lhe feita a proposta à CIG de realizar nos seus locais cursos de português sem resultado. Hoje, a CIG com mais de 55 locais na Galiza e dezenas de milhares de pessoas filiadas e com a FMR fazendo parte da sua estrutura teriam de organizar cursos de português para alfabetização de 5131 delegadas e delegados, da filiação e não só numa vasta e permanente campanha abrangendo toda a Galiza. Necessariamente teriam de redigir todas as suas publicações em português, isto é, com a nossa secular ortografia e quanto antes melhor. Erradicar o «enhe» e outras letras espanholas. Outrossim para o resto das organizações ditas nacionalistas e, sobretudo, aquelas pessoas que as lideram, aquelas mais prestigiadas dentro delas. Aquelas que regularmente publicam em Nós Diário o qual sem mais demora tem de ser redigido em português, idioma que domina João Costa Casas, o seu presidente. Isto produziria uns efeitos multiplicadores em termos de eficácia ALFABETIZADORA na nossa própria língua e cultura e o número de pessoas a utilizar o galego cresceria sem limite. Qual risco, qual medo ao avanço para assumir a nossa identidade? Se as vastas campanhas de alfabetização forem feitas, arrastariam RAG-ILG, Conselho da Cultura Galega, Universidades, Fundações e a própria Junta com a CRTVG que deixaria de projetar hediondo racismo contra o povo galego nomeadamente contra as pessoas mais humildes e contra aquelas que conservam na sua fala os fonemas sibilantes históricos da nossa língua – tornamos mais uma vez ao português e os seus fonemas sibilantes (s, c, z, ss, ç).

Passarmos à ação já! Proclamemos que a língua própria e oficial da Galiza é o português. Proclamemos que as pessoas galegas temos o DEVER de conhecer o português mas não o espanhol. O espanhol não é língua própria nem oficial da Galiza, apenas uma língua estrangeira. Tudo com reconhecimento jurídico, nas leis.

O Estatuto de Autonomia tem de ser absolutamente derrogado. Temos de ser nós, o povo galego, o construtor das leis que nos demos em referendo, a maioria mais uma das pessoas com direito ao voto mas não a metade mais um dos votos válidos emitidos. Temos de ser soberanos para decidir se nos unimos ou não com a República portuguesa.

Em consequência o Decreto das NOMIGA e a Lei de Normalização Linguística ficarão derrogados com o Estatuto de Autonomia após 40 anos de tirania e violação das leis vigorantes. É necessário um poder proletário nosso que cumpra e faça cumprir as leis que nos dermos. Haverá uma lei de partidos políticos para erradicarmos o nazi-franquismo narcotraficante. No ponto 6.º do decálogo, Freixeiro Mato descreve uma burla tirânica, uma tirania com aparência democrática farsante instalada na Junta da Galiza governada pelo PP.

O Decreto 79/2010, de 20 de maio para o plurilinguismo promulgado por Feijó ficará derrogado com o Estatuto de Autonomia mas o dito Decreto e a vergonha que produz são mais um degrau, uma continuação dos anteriores, NOMIGA-LNL, para ocultar e romper a identidade do galego e o português, para impor por lei a proibição do português como língua própria da Galiza, para impor a ortografia espanhola ao galego, proibindo a própria que é a do português. Tudo feito, durante quarenta anos, com o concurso, com a colaboração da RAG-ILG. O consenso alcançado, unanimidade, em 2004 no «Plano Geral de Normalização da Língua Galega» publicado no Decreto 124/2007, de 28 de junho, e o seu incumprimento pelo PP demonstra que este partido, o do nazi- franquismo narcotraficante, pratica a política permanente da farsa democrática e fraude eleitoral sistémica para encobrir a sua suja tirania, um partido que tem de ser ILEGALIZADO e julgados e condenados os seus dirigentes e não só pelos crimes perpetrados durante estes últimos 40 anos.

Definir o galego a respeito da sua relação com o português? O galego é português. Qual a relação do galego consigo próprio? Deveremos orientá-lo definitivamente para Portugal, o Brasil e outros países GALEGÓFONOS… os nossos referentes linguísticos e culturais? Países galegófonos? Países galego falantes? De que estamos a falar? De o português ser galego? Os nossos referentes linguísticos e culturais? Os nossos referentes linguísticos e culturais somos nós próprios. Em vez de colocar questões falsas temos de afirmar a verdade. A verdade é que as NOMIGA-LNL e outros

Decretos posteriores, proíbem ao galego a sua secular ortografia, a do português de Portugal, a do Brasil e a dos outros países galegófonos, uma única ortografia aceite por todos eles, a ortografia do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa assinado em Lisboa em 1990 com presença de uma Comissão da Galiza presidida pelo ferrolano Ernesto Guerra Da Cal que não pode assistir; assistiram substituindo-o J. Luís Fontenla, Presidente da Delegação e António Gil Hernández.

Essa é a ortografia do português da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e o galego na Galiza não pode ter mais do que essa ortografia, nenhuma outra. A ortografia espanhola tem de ser erradicada, extirpada do galego porque se não, não é galego. É a estapafúrdia imposta pela sanha e a crueldade dos espanhóis que pessoas e organizações ditas nacionalistas e defensoras do galego – defensoras do galego-língua mas não do galego-pessoa, da galega-pessoa – utilizam promiscuamente submetidos, submissos ao poder espanhol. A utilização da nossa secular ortografia, a da CPLP, para além de continuar a de séculos de esplendorosa literatura, é um ato de REBELDIA, é o mais revolucionário num contexto, a Galiza, abafado de agressões imperialistas e colonialistas de corte clássico com feridas particulares e singulares na nossa singular anatomia não bem estudada e conhecida. Um ato de rebeldia contra a Espanha, contra a ortografia espanhola, como fez Ernesto Guerra Da Cal em 1959 no seu poemário Lua de Além-Mar editado por Galáxia em que proclamava as razões que nos assistem para utilizar a nossa secular ortografia, a do português. Fez e continuou a fazer durante toda a sua vida de combate ao franquismo desde o exílio de Nova Iorque. Uma atividade em favor do tripé português-brasileiro-galego como uma unidade mesmo ortográfica que foi conquistada depois de muitas batalhas em 1990 com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que será a base para a criação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 1996 em Lisboa onde também houve uma representação da Galiza integrada por quatro trabalhadores de ASTANO em luta pelo seu reingresso no estaleiro naval, um dos quais quem isto escreve, convidados oficialmente pelo MNE de Portugal, Jaime Gama. A luta vital de EGDC em favor da «sua Portugaliza» continuou após a sua morte no seio da CPLP em Salvador de Bahia onde fora acordada a defesa do direito à autodeterminação do Timor Leste. Houvera dois convidados especiais COM VOZ na reunião do Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP: José Ramos Horta pelo Timor-Leste e Manuel Lopes Zebral pela Galiza. Grande sucesso para os massacrados timorenses. Para os massacrados galegos mais massacre: O Sr. Alonso Dezcallar, alegado Cônsul do Governo de Aznar no Estado da Bahia, presente na reunião da CPLP conseguiu falar pela boca do ministro angolano para este dizer: «ETA, País Basco, a Galiza embora o representante está aí são um problema para o bebé que é a CPLP. Se queremos o crescimento do bebé que é a CPLP sem problemas, eliminemos qualquer problema. Concordamos todos no do Timor-Leste? Sim? Mais nada!». A Galiza, o povo galego, eu, fomos tratados de terroristas, e de ETA, apenas por defender a nossa língua portuguesa no mundo e alcançar a categoria de Observador Consultivo na CPLP como estava concertado no Comité de Concertação Permanente da própria CPLP. E até hoje, o Timor- Leste atingiu a independência e nós estamos a debater qual a ortografia da nossa língua e EGDC censurado na RAG e não só por «português» e combater o franquismo…

A lei de «aproveitamento da língua portuguesa e vínculos com a lusofonia» já nos qualifica a galegos e galegas como uns «aproveitados», o qual é muito próprio do racismo do bando nazi- franquista narcotraficante; o pior é que assumimos submissos o qualificativo, sem apresentar o combate pertinente mesmo parabenizamos ou consideramos positivo uma migalha do cumprimento da lei contratando quatro professores em vez de duas professoras. O incumprimento de contratar muitas mais, isso é que não consideramos, calamos. Após uma década de prodígios graças ao aproveitamento da língua portuguesa como apoiar o ingresso do Reino da Espanha como Observador Associado na CPLP, isto é, meter a raposa no galinheiro, continuamos com o português como língua estrangeira embora «intercompreensível» com o «galego nomigado» mas este não é intercompreensível com o italiano, muito menos com o francês… E com o espanhol? Estabeleceríamos por lei que galego é intercompreensível com o espanhol? Para que? Se o espanhol é língua oficial na Galiza e temos o dever de o conhecer. Para o galego não temos esse dever.

Estabelecemos por lei que o galego nomigado é intercompreensível com o português. Por que será? Será porventura porque são a mesma e venturosa língua, com feliz e idêntica ortografia? Não.

Porque o galego com a sua secular ortografia, a do português, não é língua oficial da «Comunidade Autónoma de Galícia» portanto fica requerido para escrever «nalgunha das línguas oficiais se quiser ser admitido o seu documento escrito». Todo este galimatias verboso, embrulhado e obscuro, incompreensível e confuso, emaranhado, complicado e de difícil desenlace tem um fácil e secular desfecho: A identidade da língua portuguesa e do idioma galego incluída a sua ortografia. Estabelecer na lei que o português é a língua própria e oficial da Galiza e termos o dever de o conhecer.

A pretensão de algumas cabeças pensantes na Noruega de a população da Galiza ter uma língua para andar pela casa e outra para luzir por fora deveriam pensar em Baio, Carvalho, Vimianço, Cee, Zas e outras áreas da Galiza habitadas e faladas por portugueses de Celorico do Basto, Zebral e outras aldeias das ribeiras dos rios que têm a nascente na Galiza e correm para Portugal para o Douro ou para o mar. Nestas, mais viçosas, não faz tanto frio como na Noruega que te engrunha o pensamento e ficas binormativo.

Engrunhados ou não, Ernesto Guerra Da Cal nos marca o caminho desde 1959, ou antes, da «grafia portuguesa» para o galego combatendo a espanhola porque segundo ele, o espanhol e o galego são línguas ANTAGÓNICAS simplesmente porque os espanhóis com a língua espanhola querem matar o galego.

O binormativismo é o resultado desse pensamento do consenso, do pacto, do submetimento ao inimigo, submetimento próprio da renúncia a combater ou a se passar ao inimigo. Estamos a falar do inimigo nazi-franquista narcotraficante que tiraniza a Galiza a continuar a tirania de Franco.

Nós temos séculos de literatura e documentação escrita conservada em identidade com Portugal embora muita documentação em diferentes períodos da nossa história fora queimada, destruída, feita desaparecer ou sequestrada. Portugal sofreu a ocupação espanhola pelas armas de Felipe II desde 1580 até 1668 em que o Reino da Espanha no Tratado de Lisboa reconhece a independência de Portugal mas SEM A GALIZA!!! Lembrarmos que na Galiza no período 1628-1643 foi exterminada mais da terceira parte da sua população. Portugal, a Galiza sul, a Galiza livre do poder espanhol, continua o trabalho de construção nacional particularmente no campo da língua, literatura e cultura no entanto os espanhóis continuam o trabalho de destruição nacional na Galiza norte impondo pelas armas e a Spanish Inquisition a sua língua, espoliando e destruindo o nosso espólio particularmente de livros e documentos que foram para a fogueira ou quem sabe. Talvez para a igreja, o Vaticano ou para os grandes de Espanha.

Portugal continuou o trabalho de aprimorar a nossa língua e nós não pudemos porque PROIBIU O IMPÉRIO em que não havia pôr-do-sol porque os Felipes II, III e IV lhe comeram o seu Império genocída a Portugal. Depois holandeses, franceses e ingleses…

No trabalho continuo de Portugal aprimorar a nossa língua, nas três últimas décadas, a participação da Galiza representada por Ernesto Guerra Da Cal foi determinante como deixou escrito o nosso Manel, Manuel Rodrigues Lapa. Os Acordos Ortográficos da Língua Portuguesa, base da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa são a implementação prática do pensamento e a obra de Ernesto Guerra Da Cal embora a sua morte antes da criação da CPLP. EGDC é o que sobrevive ao genocídio franquista do galeguismo republicano e não apenas e continua o pensamento de Castelão: «Também é seguro que a Galiza e Portugal se unirão algum dia» e o de António Vilar Ponte: «O português é o galego nacionalizado e modernizado». Este último foi um visionário da CPLP com a sua ideia da criação de uma «Comunidade Linguística Galego-Portuguesa e Brasileira» com vistas a uma LÍNGUA COMUM, adiantou-se mais de sessenta anos à criação da CPLP.

Tem razão Freixeiro Mato em que a Galiza tinha de ser membro de pleno direito da CPLP pois

«carece de qualquer lógica que o país onde nasceu o sistema linguístico (sic) que dá razão de ser à existência dessa comunidade internacional fique à margem dela».

Não tem sentido que as forças de resistência da Galiza, desde 1996 em que foi criada a CPLP, não estiveram nem estão a reivindicar esta lógica elementar de a Galiza ser membro de pleno direito na CPLP nem que seja membro com a categoria de Observador Associado. Agora, mesmo se presume de como, desde a Galiza, se facilitou o ingresso do Reino da Espanha na CPLP como Observador Associado.

Apelar à responsabilidade coletiva e ao compromisso individual seria mais crível se Freixeiro Mato e outras pessoas e organizações começaram a escrever a nossa língua com a sua secular ortografia, a do português da CPLP.

Nós apelamos para realizar vastas campanhas de alfabetização com manuais de alfabetização portugueses desde a CIG, utilizando os mais de 55 locais de que dispõem abrangendo quase toda a Galiza. Encorajamos os seus dirigentes atuais e os que o foram como Suso Seixo, Manuel Mera… para começarem a utilizar a nossa secular ortografia, a do português em toda a sua atividade escrita, pública e privada e sobretudo à CIG para em todas as suas publicações, boletins e comunicações internas utilizar a nossa secular ortografia. Encorajamos também as pessoas que estão a dirigir ou representar as ditas organizações nacionalistas nomeadamente o BNG para assumir e concretizar na prática que português e galego são a mesma língua, que o português é a nossa língua, para começar a utilizar a nossa secular ortografia, a do português, a de Portugal, «a estrela que nos guia». Assumir e concretizar na prática coletiva e individual. Porque a nossa língua não é nossa, foi património secular das gerações passadas, é-o das presentes e o será das futuras. É, com a sua secular ortografia, património da Humanidade.