Isaac Díaz Pardo, um dos bons e generosos, devidamente acreditado

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Isaac Díaz Pardo com a sua companheira, Carme Arias.
Isaac Díaz Pardo com a sua companheira, Carme Arias. |Eduardo Montes-Bradley

Não vou falar do Isaac Díaz Pardo criador com Luis Seoane do Laboratório de Formas da Galiza em 1963. De aí foi logo vindo tudo: Sargadelos, Cerâmicas do Castro, Ediciós do Castro, -onde os livros que pareciam impossíveis de virem a lume em qualquer outra editorial, vinham a lume sob este para-chuvas criativo e generoso de Isaac e cujo fundo bibliográfico ultrapassa mais de mil e quinhentos títulos-, Instituto Galego da Informação, Os Cadernos do Laboratório de Formas da Galiza, os espaços culturais Sargadelos -que enobrecem as nossas cidades-, e de muitas outras aventuras artísticas e criativas de toda ordem que o seu génio ajudou decisivamente a impulsionar desde o seu nascimento até à sua fecunda madurez.

Porém, eu não vou falar da sua actividade criadora, com o pincel, a pena e as formas; nem da sua actividade empresarial; se não dum aspecto que entre nós, aqui na Galiza, é do mais meritório, e que ademais destaca pola rareza com que este fenómeno se produz, e é a total ausência de setarismo no comportamento desta pessoa.

O Setarismo é a praga que mais abunda na Galiza. O setarismo é um verme a corroer este país, que faz que percamos a confiança no nosso povo. O setarismo faz que atraiçoemos os nossos mais íntimos companheiros. O setarismo impede criar alternativas integradoras e de sucesso. O setarismo envenena as relações entre pessoas e políticas de todo tipo. O setarismo leva-nos a entregarmo-nos aos nossos inimigos para ser cabalmente setários com os irmãos. O setarismo faz perceber qualquer cousa que não seja as nossas setárias posições como contrárias à ordem natural da Galiza e ao futuro para o nosso povo.

Na Galiza os seres não setários são cousa rara, pois havendo tanto sectarismo é muito difícil não dar uma resposta setária de reação ao setarismo que se padece, e assim este mundo nosso fica contente, entupido de cabeças de rato e caudas de leirão que se passeiam polo mundo como pessoas, mas que a pouco que se ranhe na sua pele aparece-nos por baixo a negrura de tição por serem pessoas devidamente churrascadas polo setarismo que padecemos.

Mas quando uma pessoa, por um desses milagres que se produzem neste país a cada pouco e contra as leis sociais churrasqueiras que o regem, quando um dos bons e generosos aparecem e por milagre se elevam e brilham por cima do lamacento setarismo, brilham com uma luz deslumbradora e, se as circunstâncias em que desenvolve a sua actividade o permitem ou duram o suficiente tempo para libertar-se do churrascamento humano, na Galiza produz-se um acréscimo da riqueza social de todo tipo e em todos os sentidos, e o nosso povo sente um incrível progresso, é dizer, o seu progredir para uma situação melhor parece imparável.

Mas quando uma pessoa, por um desses milagres que se produzem neste país a cada pouco e contra as leis sociais churrasqueiras que o regem, quando um dos bons e generosos aparecem e por milagre se elevam e brilham por cima do lamacento setarismo, brilham com uma luz deslumbradora e, se as circunstâncias em que desenvolve a sua actividade o permitem ou duram o suficiente tempo para libertar-se do churrascamento humano, na Galiza produz-se um acréscimo da riqueza social de todo tipo e em todos os sentidos, e o nosso povo sente um incrível progresso, é dizer, o seu progredir para uma situação melhor parece imparável.

Nos vultos do nosso país há poucas pessoas das que se possa dizer que ficaram livres desta praga que não parece que vá ter paragem. são tão poucos que vou enumerá-los: Ângelo Casal, Alexandre Bôveda, Afonso Daniel Rodrigues Castelão (que fortuna do galeguismo de pré-guerra ter estes três grandes vultos na sua dirigência). Foi isso que fez possível os avanços daquela altura, que noutras circunstâncias houvessem sido impossíveis. Já mais perto no tempo temos a Ricardo Carvalho Calero. Existiria AGAL sem a existência do nosso Carvalho? E José Manuel Beiras Torrado, esse milagre que possibilitou que durante algum tempo o nacionalismo galego saíra da lameira setária, na que se voltará mergulhar se algum outro milagre humano não se produz. E Isaac Díaz Pardo.

Eduardo Montes-Bradley
Eduardo Montes-Bradley

Em Isaac Díaz Pardo, a atividade artística é inseparável do seu espírito criativo e gerador de riqueza. Para ele a actividade empresarial não era nem é uma fonte de lucros pessoais e sim o motor que fazia que a sua generosidade desse amparo a atividades que de outro jeito não teriam sustento.

Quando o nacionalismo estava nas etapas mais duras de iniciativas jornalísticas recuperadas como, por exemplo, A Nosa Terra, nunca falharam os seus dous anúncios generosos que eram a garantia de Isaac, e que em não poucas ocasiões dos anos 80 do século passado eram os únicos que recebiam, mas isto que era visibilizado aí nesse jornal e nesse comportamento alargava-se a quanta iniciativa cultural galeguista e patriótica pedia o seu apoio.

Isaac pertence a uma tradição galeguista –profundamente iberista e fondamente fiel a uma ideia partidária do socialismo além dos limites nacionais, mas não por isso a Galiza deixou de estar sempre no primeiro lugar do seu pensamento e da sua obra, e esse compromisso com uma certa forma política que não respondia ao velho lema galeguista de forças políticas próprias, não lhe impediu agir em nenhum caso, e sempre manteve uma pessoal e incomovível liberdade e independência. Todo o mundo —seja ele de onde for ou venha ou vier—, desde que a sua proposta seja comprometida com a Galiza, terá sempre o apoio solidário e generoso de Isaac Díaz Pardo.

Isaac Díaz Pardo, ausente de setarismo e com a sua independência, vai poder manter posições públicas comprometidas com o país, que estavam muito por cima de qualquer proposta partidária, o que era bom para o país era bom para Díaz Pardo. Como a sua olhada sobre as cousas e os seus processos, era absolutamente ausente, como dizíamos, desse verme corruptor do setarismo, isto permitia-lhe iluminar espaços, aos que se não viria de seguida o setarismo de todo signo para tratar de ocultar e apagar.

O Assunto do Primeiro Presidente da Autonomia

mural-sada
mural em Sada

Na recente história da Galiza há um assunto, que para uns é simples anedota, mas para outros foi uma oportunidade muito importante, que se produziu na chamada transição política da ditadura à democracia e que em justiça haveria que chamar transação, pois isso foi o que realmente sucedeu, o franquismo transacionava com forças novas a garantia de não ser tocado nenhum alicerce da sua estrutura, e a tranquilidade de sono para todos os elementos chave da sua existência, que passarom a integrar-se nos novos tempos como demócratas de toda a vida. Estou-me a referir a todos as pessoas ligadas ao Movimiento, que ocuparam cargos importantes nele, aqueles ligados à repressão política e ao aparato judiciário, elemento fulcral do mundo ideológico e da dominação franquista.

O Franquismo, além da sua resposta estar assente dentro do âmbito direita-esquerda, o que se correspondia com a polarização política que, como grande andaço varria os campos da Europa dos anos 30 do século passado, tinha um outro objectivo, o das velhas elites castelhanas e a sua Corte, muito presente nele e que não era outro que o projecto de construção, —da nação espanhola—, é dizer apagar duma vez qualquer reclamação, qualquer resto de expressão que não se correspondesse com a forma genuína do que para eles é ser espanhois, e um pavor perante qualquer jeito de reclamação nacional que pudesse pôr em questão a pretensa sacrossanta unidade da pátria. não esqueçamos que para os ideólogos da sublevação fascista e a guerra, era sempre preferível uma Espanha (roja) vermelha a uma Espanha rota.

O Franquismo, -que a Isaac Díaz Pardo assassinou o seu pai (um mais dos perto de 250.000 mil pessoas)-, conseguiu da Igreja Católica a proclamação da guerra como cruzada com todos os elementos que isso levava consigo, o primeiro -a benção da guerra polo seu carácter santo e a benção dos guerreiros que atuavam por ser obra de Deus-, que instaurou o nacional-catolicismo, onde o ditador entrava nas igrejas sob o pálio e adoptava medidas que formavam parte das designações de cargos internos da Igreja e do seu governo, porém não se privou de executar padres bascos e encarcerar outros padres polo grande pecado de se afirmarem pertencentes e encardinados no seu povo.

A resistência mais firme frente à ditadura foi a dos povos negados: Países Catalães, Euskadi e Galiza que são quem de permanecer fieis aos seus sinais de identidade e de se afirmarem perante a transação com energia reclamando o reconhecimento do seu carácter nacional e do direito a viverem e se expremirem como tais.

A resistência mais firme frente à ditadura foi a dos povos negados: Países Catalães, Euskadi e Galiza que são quem de permanecer fieis aos seus sinais de identidade e de se afirmarem perante a transação com energia reclamando o reconhecimento do seu carácter nacional e do direito a viverem e se expremirem como tais.

Díaz Pardo
Díaz Pardo

Se a primeira preocupação do franquismo era o controlo dos movimentos separatistas. A sua integração com mínimo custo -na nova travação política do estado espanhol- era a preocupação máxima dos franquistas ao transacionarem.

Para gerir essa transação, ocupou o posto de primeiro ministro, da monarquia nascida das leis fundamentais do movimento franquista -da imposição pessoal de Franco-, Adolfo Suárez, e as suas primeiras medidas para iniciar a transação foram: O haraquiri consciente das Cortes franquistas, a convocatória de eleições em Junho do 1977, e a negociação dos pactos da Moncloa onde se convertem as Cortes eleitas em constituintes e se estabelecem os limites da transação. Os pactos da Moncloa assinam-se o 25 de Outubro do 1977.

Mas estava a questom nacional, é dizer, o facto de ser o Estado espanhol um estado plurinacional, e algo haveria que transacionar para garantir a reconversão do regime e travar possíveis processos descontrolados.

Na II república três projectos de auto-governo foram plebiscitados e tomado parecer deles nas Cortes republicanas, Galiza, Euskadi e Catalunha.

A instituição do governo de Catalunha é a Generalitat, que teve a devida continuidade no exílio. No ano 1954, e nesse exílio, elege-se como Presidente da Generalitat a Josep Tarradellas. Adolfo Suárez traz do exílio o Presidente Tarradellas e designa-o Presidente da Generalitat o 17 de Outubro de 1977,ainda que na prática e enquanto não se reformassem as leis, edssa presidêncioa da Generalitat de Catalunha, limitava-se a npresidência da Deputação de Barcelona.

A Instituição de governo das três províncias vascongadas, no seu estatuto republicano, vai ter como máxima figura o Lehendakari. Os bascos vam conservar o seu governo no exílio e no ano 1960 passa a presidir esse governo no exílio José Maria Leizaola. Os bascos resultam algo mais duros na negociação com Suárez pois a restauração do governo autonómico e a sua lehendekaritza tem que se fazer com o reconhecimento não tão só das novas normas legislativas e jurídicas transacionadas e sim de uma questão adicional que são os direitos históricos, e a possibilidade das comunidades das três províncias vascongadas e Navarra se reunificarem. Isso levou a que o restabelecimento do presidente no exílio, não se produzisse até 1979, e auq se rfedigi-se a disposição transitória 4 da Constituição espanhola de 1978

A Galiza da Legalidade republicana no exílio

Camilo Díaz Baliño com Isaac Díaz Pardo em 1925
Camilo Díaz Baliño com Isaac Díaz Pardo em 1925

Castelão era consciente que tudo tem a sua importância, de aí que, o facto de a Galiza ficar nos primórdios do levantamento sob o jugo franquista não o levou a esquecer-se de formular constantemente a necessidade de o Estatuto plebiscitado tomar estado nas Cortes republicanas, cousa que não vai ter lugar até a sua reuinião em Monserrat o 23 de fevereiro de 1938, e não sem enfrentar muitas dificuldades das que da boa conta no Sempre em Galiza.

O galeguismo no exílio na rota que marcava a mão de Castelão no leme, constitui o 15 de Novembro de 1944 o Conselho da Galiz em Montevideu (Uruguai), é dizer, estabelece um órgão com a vontade de governo galego no exílio presidindo-o o próprio Castelão.

O Conselho representava os principais partidos da Galiza republicana e representava a legalidade nacional galega sob as normas republicanas. Este governo galego no exílio, desaparecido Castelão o 7 de janeiro de 1950, entra pronto em crise devidamente devorado por esse verme do setarismo e já sem a luz imensa de Castelão que fazia desaparecer os vermes. Até aos anos 60 levou este organismo uma vida muito lânguida e um dos problemas principais foi -que perante a dificuldade de eleger Presidente entre tanto setarismo-, esse posto ficou vago ocupando as suas funções a secretaria do organismo que esteve levada até praticamente a sua morte por Antom Alonso Rios. Depois de Antom Alonso Rios o Conselho foi uma sombra, tam sombra que não se sabia nem se existia ou se fora dissolvido.

Em 1977 Adolfo Suárez contata com Tarradellas e com Leizaola. A Galiza não aparece na sua agenda, era terra “nacional”, porém, e graças a que entre as personalidades mais destacadas das Cortes constituintes estava Valentim Paz Andrade, um galeguista ferrenho e insubornável, que reclama que na Galiza o processo de recuperação de certa autonomia se há de fazer recuperando as instituições galegas do exílio, lembrando qual era a nossa situação jurídica sobre a nossa realidade autonómica republicana. Valentim contacta com Adolfo Suárez e naquele ambiente constituinte e de pactos no que era possível chegar a alguns acordos rápidos, chegam a um acordo para recuperar como Presidente provisório da autonomia a quem se poda ligar com a figura do Conselho da Galiza.

Começou a procura dum galego que respondesse a esse perfil ligado ao exílio republicano e ao Conselho da Galiza, mas a ruptura entre o interior e o exílio era tão grande que na Galiza não se estava em condições de apontar nenhum nome, nem sequer polo Valentim, somente dar pistas. Por isso Adolfo Suárez tomsa contato com as embaixadas espanholas na América. A cousa não se apresentava nada doada, mas vai ser o embaixador espanhol perante a ONU, Jaime de Piniés, quem vai comunicar que o galego mais importante, que sempre actuou como tal, fazendo gala da sua condição, e que estava/estivera ligado ao Conselho da Galiza, era Bibiano Fernandez Osório-Tafall.

Quando o nome desta pessoa é comunicado a Valentim Paz Andrade, a proposta pareceu-lhe ótima ficando muito feliz ao ver que conseguia que Galiza não ficasse discriminada no processo da transição.

Quem era Bibiano Fernandez Osório-Tafall? Pois um pontevedrês de Salcedo que sempre se exprimiu na sua língua, e pessoa de formação científica. No campo da ciência tem várias publicações, foi alcaide de Ponte Vedra em 1930 com só 28 anos, presidiu a Assembleia Galega de Municípios para discutir e redigir o Estatuto do 1936; Presidente do Comité Central da Autonomia, por duas vezes deputado nas Cortes Republicanas proposto pola organização a que pertencia, a ORGA. Esteve ligado à Missão Biológica da Galiza de Cruz Gallástegui e gozou de trato e amizade de Castelão, ocupou um posto relevante no governo de Casares Quiroga. Acabada a guerra foi para França salvando-se por quatro dias de acabar ficando na França ocupada polos nazis.

Em 1948 funda-se a ONU, entrando a trabalhar nessa organização chegando ao máximo posto interno nela, o de Subsecretário Geral. Aposentou-se na ONU em 1974, e fora ali onde o conhecera Jaime de Piniés em 1974.

No 1976 foi chamado polo Secretário Geral Kurt Waldheim para presidir o Centro de Estudos Económicos e Sociais do Terceiro Mundo. Osorio-Tafall falava português, na sua forma padrão e na sua forma regional galega, inglês, alemão, francês, italiano muito bem e com certas garantias: russo, árabe, grego e baasa (a língua dominante de Indonésia e Malásia).

Na última etapa da sua vida viu várias vezes à Galiza e sempre se exprimiu como um monolingue galego, era exemplar numa pessoa que ainda que esteve ligado ao Conselho da Galiza, nunca foi membro do Partido Galeguista, e nunca deixou de ser um republicano ORGA exemplar em todas as suas práticas.

A notícia de que ia ser designado Presidente da Galiza, é dizer, do órgão que ia organizar a autonomia e o mesmo que em Catalunha e Euskadi, ia eleger um governo plural e integrador com participação de todos e iniciar os trabalhos para o novo estatuto de autonomia, saltou aos meios. La Voz de Galicia, sempre fiel ao seu roteiro e “compromisso”; começa uma intensa campanha contra a designação desta pessoa como Presidente da Galiza, mas não é só La Voz, A Nosa Terra soma-se a essa campanha, e pronto toda a imprensa Galega -tão “nacional” ella-, rejeita essa possibilidade. O BNPG realizou uma campanha interna da que era ideólogo um actual membro da executiva do Bloco, na que se apresentavam os perigos que supunha essa proposta e da necessidade de sermos firmes no seu rejeitamento. Assim também foi como se manifestou o Conselho de Forças Políticas Galegas.

Na Galiza parecia dar-se uma resposta unânime contra essa “imposição” de Adolfo Suárez. Valentim não entendia muito e privadamente pensava que havia uma alucinação mas a sua voz, salvo numa reuniom no Paço de Trasalva, onde se manifestou como o nacionalista ferrenho que era, não se escuitava muito, o seu era o trabalho calado. Nessa situação apareceu a voz insubornável e lúzida de Isaac Díaz Pardo contra essa barbaridade, usou todas as suas possibilidades para denunciar a tolémia, pujo-se em contacto com Osório-Tafal com quem possui uma interessante correspondência, pede-lhe que aceite o posto, passe o que passar. A UCD e AP insistem perante Suárez de que na Galiza não há problema nacional e que, por favor não o crie, que a Galiza é território “nacional”.

Martiño de Lopo
Martiño de Lopo

Bibiano Fernandez Osório-Tafall acaba renunciando à possibilidade de ser designado Presidente da Galiza e motor da recuperação da autonomia, pondo desculpas pessoais, mas na correspondência pessoal com Isaac vai ficar bem claro, como Isaac tem repetido em muitas ocasiões, que ele não entendia a unanimidade do seu rejeitamento e a oposição tam ferrenha contra ele levantada; e que nessas condições não tinha nenhum sentido o cargo. O que mais o abalava, era a posição das forças que para ele eram galeguistas e a sua coincidência com o espanholismo, com argumentos tam sectários de La Voz e do espanholismo que ele não chegava a alcançar. Adolfo Suárez, percebida claramente a situação, já não mantinha a firmeza inicial na proposta.

Isaac com a sua grandeza nunca reagiu rachando com ninguém, nem tornando-se setário e excluindo da sua generosa achega a uns ou a outros. O setarismo não é o dele, nunca nada guardou no seu haver vital contra a enxámia setária nacional.

Isaac com a sua grandeza nunca reagiu rachando com ninguém, nem tornando-se setário e excluindo da sua generosa achega a uns ou a outros. O setarismo não é o dele, nunca nada guardou no seu haver vital contra a enxámia setária nacional.

A Galiza passou de novo a ser território “nacional”. O espanholismo foi amo e senhor, La Voz respira aliviada, logo viriam as aldragens, a separação da aprovação do Estatuto galego do de Bascos e Catalães, o acordo dos dezasseis e a lameira afogadora na que andamos

Menos mal que Valentim ainda conseguirá que a redação da disposição primeira da Constituição seja como ela é, pois na proposta do relatório esta referia-se não a territórios com estatutos plebiscitados e sim a territórios que houvessem tido governos formais autonómicos.

Isaac Díaz Pardo uma vez mais iluminava-nos com a sua ausência de setarismo, que como tal sempre é de alcance curto, e com o seu pragmatismo que foi quem de permitir que fizera muitas cousas aproveitando em cada momento as possibilidades existentes, e sem rachar com ninguém por mais sectário que tenha sido com ele e com a Galiza.

Isaac Díaz Pardo é um desses milagres que se produzem por fortuna de quando em vez neste país para que sigamos a ter esperança.

[O presente texto de Alexandre Banhos, está publicado no livro da AGAL: Isaac Diaz Pardo é a língua- homenagem da AGAL –]