Défice radiofónico

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Onte, sexta, deitei-me a escuitar samba no programa “Trópico utópico” de Radio 3, emissora da rádio pública espanhola. Hoje, sábado, erguim-me a ouvir Gal Costa e Gilberto Gil, no programa “El gran quilombo”, e a caminho do choio vou diariamente acompanhado por música lusófona no programa “Cuando los elefantes sueñan con la música”, ambos, tamém, de Radio 3.

Nom é a única oportunidade de ouvir música em português nos seus diversos sotaques nesta estaçom radiofónica pública, bem polo contrário, é habitual que ao longo da programaçom semanal haja músicas em português mui variadas e diferentes, mesmo que o nome Lusofonia nom esteja presente, porque nom seria pertinente, pois som estilos e interesses musicais bem diferentes agrupados em diversos programas, e só, daquel jeito, ligados pola língua. E nom podia ser doutra maneira numha rádio pública e de qualidade como é Rádio 3, com todos os senom que lhe queiramos pôr.

Ora, para além de incomodar cos meus horários e gostos, que a ninguém importam, o fundamental deste texto nom é louvar o que outros fam bem, senom depararmos co que nós fazemos mal.

A Rádio Galega, a nossa rádio pública, desertou de estabelecer programas musicais focados com rigor e profundidade nos seus diversos estilos e quando pom música Lusófona, numha das suas três emissoras, fai-no de maneira caótica, ou seja, fado, samba, rock, etc. num remexido que nom dá para os gostos dos ouvintes.

E nom é só isto, a falta dumha agenda musical do que se passa no ámbito musical lusófono com sistematicidade e rigor fai que, por muito que o diga umha lei, nom chegue para estarmos na mesma onda. Por isso, ainda somos muitos os ouvintes da RG que estranhamos aquelas propostas culturais da Filipa desde o Porto a fazer as nossas manhás de sábado radioaditas mais interessantes, e isto só é um mínimo exemplo do que pode ser feito e nom se fai.

Som muitos os espectadores em concertos de músicos a cantarem em português, seja qual for o estilo musical, e som numerosas as colaboraçons entre bandas e músicos das duas beiras, de água doce ou salgada. Daquela, sobram os especialistas com capacidade para lhe dar umha reviravolta ao panorama da música lusófona desde várias perspectivas na RG e tamém na TVG.

 

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