Assim o escreve em Sempre em Galiza em textos bastante conhecidos: “O galego é um idioma extenso e útil, porque –com pequenas variantes– fala-se no Brasil, em Portugal e nas colónias portuguesas” (livro 1º, cap. IV). E ainda mais: “A nossa língua está viva e floresce em Portugal; falam-na e cultivam-na mais de sessenta milhões de seres que, hoje por hoje, ainda vivem fora do imperialismo espanhol” (liv. 2º, c. XXIV). Adicionando noutro lugar: “O mesmo Padre Feijó demonstrou que a língua galega não é distinta da portuguesa, por serem pouquíssimas as vozes em que discrepam” (liv. 3º, c. VIII).
No escreve em Sempre em Galiza: “O galego é um idioma extenso e útil, porque –com pequenas variantes– fala-se no Brasil, em Portugal e nas colónias portuguesas” (livro 1º, cap. IV).
Castelao tinha muito claro que “os galegos que falam em castelhano e que literariamente endejamais recorrem ao galego” são desleixados, complexados e –com as suas palavras– “encolhidos” (liv. 3º, cap. VIII). Mesmo chega a dizer: “As palavras castelhanas, em boca de galegos, são quase sempre palavras envilecidas… mas também há consciências envilecidas por complexos de inferioridade” (liv. 3º, c. VIII).
Estas palavras podem soar hoje muito duras, e alguns podem considerá-las injustas se se aplicam em todos os casos; porém, Castelao é muito consciente de que –como diz noutro lugar do livro– “se ainda somos galegos é por obra e graça do idioma” (liv. 1º, c. IV). Por isso, a sua famosa e repetida frase: “Estamos fartos de ser uma colónia” (liv. 1º, c. XX).
O galego é o elemento mais identitário do povo galego. Se perdemos essa identidade, o que nos resta? Negar-se a falar e escrever em galego em Galiza é, hoje como ontem, um autêntico suicídio coletivo.
[Este artigo foi publicado originariamente no nosdiario.gal]