Partilhar

O 17 de Maio de 2020 estava marcado a fogo no calendário reintegracionista havia meses. Seria a grande festa deste movimento social, culminando o trabalho de mais de uma década para lograr a concessão do Dia das Letras ao seu principal vulto, o insigne professor ferrolano Ricardo Carvalho Calero. Porém, um facto inesperado, neste caso uma pandemia de consequências ainda não conhecidas, chegou para mudar os planos.

Com as aulas suspendidas desde meados de março e só retomadas em setembro, diversos coletivos, entre os quais a Associaçom Galega da Língua (AGAL), pedírom o alargamento do Ano Carvalho para 2021. Carvalho Calero merece uma celebração «aos 100%», vindicava a principal entidade reintegracionista em abril, em pleno confinamento.

Ainda, a AGAL advertia de que a falta de tempo e as dificultades sanitárias punham em perigo a organização de diversas iniciativas no que restava de ano 2020, entre as quais uma leitura continuada de Scórpio —que terá lugar a 30 de outubro se a situação o permitir— ou uma amostra que percorrerá diferentes localidades do País mais uma portuguesa, produzida em colaboração com o Governo galego, o Concelho de Santiago de Compostela e a Deputação da Corunha.

Outras entidades reintegracionistas também assinavam —também em abril— uma declaração pedindo que também em 2021 fosse homenageado Carvalho, e criticando que, para evitar isso, a RAG apenas decidisse mudar de maio a outubro os atos previstos. «Faga o que figer a RAG finalmente, Carvalho continuará a ser lembrado e reivindicado», afirmavam estas organizações.

Apesar dos múltiples pedidos de destacadas vozes da cultura, de entidades sociais, de sindicatos, de partidos políticos e de instituições —entre as quais o Concelho de Ferrol—, a Real Academia Galega descartava há poucos dias a hipótese do alargamento da homenagem oficial a 2021.

Objetivo alcançado?

Apesar do clamor contra a decisão da RAG, tampouco faltam vozes que, como Ernesto Vásquez Souza, acham que neste 2020, apesar das dificuldades, foi atingido o objetivo. «Este ano foi excecional. Nunca tanto e por tanta parte, nas redes e a nível popular, se falara de uma figura nos últimos anos; também nunca tanta presença ativa tivera o reintegracionismo e as reintegracionistas e nunca menos fizeram a RAG, as editoras e as grandes instituições académicas da Galiza por celebrá-la», sentenciava num recente artigo no PGL.

Em termos similares se pronunciava também dias atrás alguns usuários das redes sociais, referindo que, apesar das circunstâncias, o Ano Carvalho fora «mais do que digno» e lograra, entre outros fitos, um certame musical, em referência ao Musicando Carvalho Calero.

https://twitter.com/madeiradeuz/status/1317471184586481669

Homenagem social em 2021?

Com a negativa da RAG na mão, fulcral para fechar a porta a uma homenagem oficial, só queda a hipótese de uma homenagem social em 2021, com o olho situado, mais uma vez, no 17 de Maio. Porque o legado de Carvalho Calero é demasiado para ficar só num ano. Como deixou dito Eliseu Mera, «Carvalho Calero olímpico»!

Xiao Berlai: “É mui importante entender que não existe problema nenhum de comunicação entre o povo brasileiro e galego”

A Mesa demanda a UNED por impedir o uso do galego

O 1º Encontro do Livro Galego reuniu profissionais e investigadoras do ámbito editorial galego para analisar o seu estado atual

A AGAL já faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Carme Saborido: “A leitura continuada pode ser um impulso para mais pessoas fazerem outro tipo de consumo cultural que considere a lusofonia como um meio para atingir um fim: viver em galego”

A poesia de Rosalía e Luz Pozo em japonês

Xiao Berlai: “É mui importante entender que não existe problema nenhum de comunicação entre o povo brasileiro e galego”

A Mesa demanda a UNED por impedir o uso do galego

O 1º Encontro do Livro Galego reuniu profissionais e investigadoras do ámbito editorial galego para analisar o seu estado atual

A AGAL já faz parte da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)