Alá vai abril

Partilhar

Por X. do Galheiro

Se quadra hai meses nos que ocorrem mais cousas ca noutros. Desconheço mesmo se hai estudos ao respeito. Sempre tivem a impressom de que nada ocorre em março e todo se precipita em abril.

O mês começou para este que escreve cumha visita de trabalho à Universidade da Beira Interior, na Covilhã. Dava para falar de crises, ora, o leitor ou leitora está farto da questom, daquela, nom trato.

Gosto de visitar os lugares coas refências precisas para nom chegar cego, às apalpadelas, ora bem, agradeço deixar margem para a surpresa. E ao mesmo tempo que confesso debilidade polas obras de viagens –narrativas, revistas, diários de viageiros–, tenho enorme pudor em escrever sobre o tema.

Fôrom animadas estas linhas polas do Carlos Quiroga sobre a sua presença na Madeira, e conferir, mais umha vez, que os olhos nunca se pousam nas mesmas cousas, e sobre essa ilha ou qualquer outro território, cada um falaria sobre aspectos e realidades diferentes.

Acompanhei a viagem de carro, pois de comboio nom dava, até às Beiras por um já muito gasto guia de Portugal, traduçom para português de autoria anglosaxónica –tenho especial desconfiança por guias autóctones, gradiloquências e magnanimidades a mais–, e por dous autores para mim imperdíveis, Orlando Ribeiro, Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico e José Mattoso, Portugal. O sabor da terra, obra realizada em colaboraçom com Suzanne Daveau e Duarte Belo. A música literária foi posta polo Miguel Torga de Portugal.

Ainda que nom era a primeira vez que estava por essas terras, fiquei a compreender definitivamente porque se chama a esse território as Beiras. A diversidade de espaços urbanos, vegetaçons, culturas e realidades económicas fam desse território umha soma de espaços mui diferentes: da neve de abril ao calor abafado caminho da costa; das cabras polas quirincostas às mansas vacas e ovelhas; do pinheiro manso às urzes geladas; da chanfaina ao peixe.

Na mochila trouxem agradáveis momentos de vivência humana, conversa contrastiva, queijos e outras iguarias e vários livros. Em destaque, Portugal – Luz e Sombra. O país depois de Orlando Ribeiro, de Duarte Belo, e de José Luís Peixoto, Dentro do Segredo. Uma viagem na Coreia do Norte.

Com esse velho sentimento do viajante-viageiro, levei comigo vários exemplares da Através Editora como presentes para a biblioteca da Universidade da Beira Interior, a resposta de agradecimento chegada quando este abril remata é:

Venimos por este medio agradecer la amabilidad de la oferta de las Publicaciones abajo dichas, que van a enriquecer el Fondo Bibliográfico de la Biblioteca de la Universidad de La Beira Interior.

O Galego é uma Oportunidade

Do Ñ para o NH

Renovando los nossos agradecimientos presentamos los mehores saludos.

Ou me expliquei mal ou nom fum compreendido.

Máis de X. do Galheiro