Por José Luis Fernández Díaz
Nom deixa de ser curioso que o tema de que quero falar hoje seja um desses que está presente na mente de quase todos, e de que nom fala quase ninguém. Ao longo da literatura, entre novelistas e poetas, o suicídio está exposto como soluçom ou melhor dito, como resoluçom a um cúmulo de circunstências pessoais e sociais. Por pôr algum exemplo lembro o Cibrám declarando ante o juiz, na talvez a melhor novela escrita em língua galega, A Esmorga de Blanco Amor, e como decide tomar o caminho do suicídio polo que aparentemente pudesse ser uma parvada para os que nom queiram mergulha-se na novela. Por outra parte, e por citar alguém conhecido, lembro Samsom. Esta personagem com responsabilidades políticas, foi juiz de Israel, quijo suicidar-se movendo as colunas que sostinham o templo dos Filisteus. Moitos exegetas prefirem dicer que foi um sacrificio pessoal, mas chame-se-lhe como se quiser, planificou a sua morte e os galegos cremos que a morte sempre quer ficar bem…
Som muitos os que venhem à nossa cabeça e que nom quigérom continuar a viver: Marylin Monroe, V. Van Gogh, Hemingway, Tchaikovsky ou Elvis, mas um dos maiores paradoxos é Violeta Parra. A cantautora chilena nom tivera uma infância feliz. Pertencente a uma família numerosa, Violeta nom gozava de boa saúde, polo que as doenças ocupavam bom tempo da sua nenez. Com tudo a sua vocaçom musical era mui forte e com poucos anos tocava a guitarra e compunha cantigas. Ademais da música, tinha dotes para a pintura e dedicava-se também à cerámica. Todo um cúmulo de qualidades que nom chegárom a ganhar o afecto dos chilenos sendo muito mais valorada noutros países como a França. Uma das cantigas fermosíssimas que nos deixou e que muitos podemos cantarolar é a intitulada: «Gracias a la vida». Esa vida que segundo a sua letra deu-lhe os olhos, os ouvidos, o som e a palavra, os pés e o coraçom, o sorriso e o pranto. Esa vida cheia também de injustiças levou a Violeta aos 49 anos a perder a esperança nessa vida que lhe dera tanto. Que contradiçom, cantar à vida e renunciar a viver.
Nom quigera findar sem nomear um dos grandes dramaturgos da geraçom do 27, Alejandro Rodríguez Alvarez. Prémio Lope de Vega e Prémio Nacional de literatura no mesmo ano de 1934, foi mais conhecido polo pseudónimo de Alejandro Casona. Cheio de uma sensibilidade especial, natural de Besullo (Astúrias), tem uma obra com a que desfrutei muitíssimo. Intitula-se «Prohibido suicidarse en Primavera» em que conta a construcçom de um centro chamado O Lar do suicida, onde vai gente a suicidar-se e tenhem que o fechar porque, ou nom podem fazê-lo, ou encontram o amor da sua vida. Dim os especialistas que muitos dos suicídios entre adolescentes som por tentativas a se autolexionar para chamarem a atençom. Nom sei se é por isso o por outra cousa só sei que na prevençom pode estar a chave do éxito da maioria dos problemas que se incrementam na primavera. Emfim um tema tabu ao que a religiom nunca deu soluçom, antes bem condenou próprios e extranhos. Com tudo hai alguns que topam na Bíblia um versinho que nom existe, afirmando que um dia lérom nela que os suicidas nom herdaram o Reino dos ceus. Por isso entendo a iniciativa de Casona com a sua obra de teatro, falando do que ninguém se atrevia em 1937, e proibindo o suicídio em primavera, obra em que cada pessoa pode atisbar a dor que é perder a vida.