O homem que apalpava a fame no mundo

Partilhar

Por Heitor Rodal Lopes

Chegou e passou o Solstício de Inverno e com ele tornou também a nossa figura solsticial tradicional, o Apalpador.

Como todas as culturas tradicionais, a galega é uma cultura agrária e extrativa muito apegada à Terra e ao Mar. Nestas culturas a alimentação, nomeadamente a das crianças, é um fim superior que deve ser garantido e protegido. E é por isso que o nosso benévolo carvoeiro apalpa à noitinha as barrigas para saber quantas castanhas há de deixar, a cada qual segundo a sua necessidade: para barrigas farturentas, uma presadinha de castanhas. Para barrigas mais baleiras, um montezinho mais grande. De resto, o uso que com certeza fariam do mito as mães e pais para se assegurarem de que os nenos ceavam bem no mínimo nos dias natalícios iria na mesma direção do falado.

Passou o Natal e tornou à Galiza o Apalpador. Tomara que o nosso Pandigueiro pudesse visitar também a todas as crianças que padecem fame, desproteção ou abusos algures.

Bom ano 2012!

Máis de Heitor Rodal