Nom se trata de SER

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Por Valentim R. Fagim

Uma das dialéticas que mais tenhem povoado a Galiza nos últimos quarenta anos tem a ver com a identidade do galego. Por outras palavras, a pergunta Quem fala a minha língua? oferece no nosso país duas respostas:

1)A minha língua é a língua da Galiza.

2)A minha língua é a língua da Galiza, do Brasil, de Angola, de Portugal, etc. e tal.

Som inúmeros os debates que a este respeito podemos encontrar na Net seja qual for o tópico de origem. Como afirma sabiamente a Lei de Berto: “A medida que unha discusión online en galego sobre calquera tema avanza, a probabilidade de que se mencione o reintegracionismo/isolacionismo achégase a 1”.

A meu ver, a chave de tanta paixom dialética radica no verbo SER. Este verbo é essencialmente binário, a resposta ou é A ou é B. Este tipo de diálogos povoam a história da teologia, da filosofia e da política com resultados muitas vezes pouco simpáticos.

Ora, quando falamos de identidade lingüística nom temos por que ser escravos do verbo ser. Na verdade, o que acontece é que as pessoas usamos a nossa língua para determinadas funçons. Por exemplo, o autor deste texto usa o galego para comunicar-se com pessoas do Brasil ou de Angola, para obter informaçom na rede, para ler ensaios referenciais ou para ver filmes em versom original com legendas. Eu vivo o galego como sendo umha língua internacional.

Enfim, nom se trata de SER mas de VIVER. Como a vives tu?.

 

(*) Artigo publicado originariamente no jornal Galicia Hoxe, em 18 de fevereiro de 2011.