Industrializar Galiza. Vaia uma ironia!

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A respeito do Foro Fieito que declara sua intenção:«dar un paso a favor del desarrollo industrial sostenible y de la transición ecológica« que nasce como consequência da rebelião popular contra o anuncio da instalação duma fábrica de celulose no coração da Galiza: A Ulhoa.

Galiza já está industrializada. Tem uma industria leiteira que é ponteira dentro do estado espanhol. Com 3.001.683 de Tm representa mais do 41% do total de Espanha. Uma industria madeireira que extrai de Galiza toda uma riqueza sem comparanza, Em Galiza realizam-se a metade das cortas de toda Espanha. Representa o 43% da produção espanhola em madeira asserrada e o 33% da madeira de tabuleiro e ainda o 35% da pasta de papel. As industrias do turismo, nomeadamente ligadas ao caminho de Santiago representam uma industria que dá muito beneficio e bem repartido. Os médios de Comunicação e alguns sindicatos somente chamam industria à que tem grandes maquinarias, que move toneladas de terras, que consome água a eito e que gera alguns postos de trabalho que normalmente estão subsidiados. ELNOSA e Celulosa na ria de Pontevedra destruiu milharos de postos de trabalho de mulheres mariscadoras e outros dependentes do marisqueio a custo de criar uns poucos trabalhos de secretárias na fábrica de celulosas. Postos de trabalho subsidiados e que polo tanto custam a todos os que temos a nacionalidade espanhola muitos euros dos nossos impostos. A Empresa ALCOA recebeu o ano passado 18 milhões de euros, a mais alta das ajudas do estado, para seguir funcionando. Gostaria eu saber quantos pequenos empresários recebem subsídios para ajudas ao pagamento de hipotecas, eletricidade, gas etc. Ainda eu pergunto, quanto nos custa cada posto de trabalho destas industrias multinacionais que pertencem a nenhum país que tributam em Madrid ou não se sabe onde mas que cá deixam lixo sem recolher e destruição ambiental irreversível. Como a balsa de lodos de ALCOA ou como as pedreiras abandonadas do Courel, ou o desastre ambiental que provoca a celulosa da Ria de Pontevedra ou a de Vigo aganada de lixo e afogada de formigão num incessante roubo de espaço ao mar.

A causa do lixo somado ao processo de câmbio Climático em que estamos submersas as rias estão deixando de produzir. Estes ecossistemas excecionais, os mais produtivos do Atlântico e quase do mundo, foram estragados por recheios, esgotos sem depurar, sobre exploração e mal trato em geral. A diretiva da Asociacion de Mulheres da pesca já tem alertado ao governo galego no 2023 da descida de produtividade que estão comprovando desde há vários anos . É necessário um estudo científico para por em cura as nossas rias. Esta industria do marisqueio e da pesca sim que devera ser cuidada e ajudada por políticas eficientes de conservação do ambiente. Em geral temos um país produtivo e temos uma industria de pequenos empresárias que gera uma riqueza de importância. Industria imaginativa como a das mulheres de Milulloa, ou da Granxa Maruxa, Arqueixal e outras tantas granjas familiares espalhadas polo país. Não precisamos industrias monstruosas que consomem milharos de m3 de água para funcionar, que contaminam o ar e que necessitam mobilizar e arrasar milhões de toneladas de terra para se estabelecerem. Como ALTRI a que querem por na Ulloa. Ou como os inúmeros parques eólicos que arrasam nossos montes. Galiza sabe viver de sim própria se a deixam. Temos energia, o produto mais valioso, produzida cá a custo do grande deterioro ambiental nos rios , nos montes e nos cursos de águas . Teríamos que sermos donas dessa energia para utiliza-la na nossa Terra. Mas a eletricidade vai para fora de Galiza. No ano 2023 a província de Ourense produziu 5 vezes mais energia da que consumiu. Por lógica todas as pessoas que morem em Ourense deveriam de serem riquíssimas. A renda per capita de Galiza em 2023 foi de 16.229 euros. A de Ourense de 13.036 . A renda media de Espanha é de 29.674,54 USD em2022 . Estes dados Indignam! Que pretende um Foro para a industrialização de Galiza? Onde um de seus membros mais destacados Sr Marey propugna a eucaliptização sem limites da comarca de Castro Verde uma das mais ricas da Galiza?A produção florestal está sendo dominada pola monocultura do eucalipto, a custo de cortar carvalheiras e floresta autóctone em geral. É sabido que é muito mais produtivo a cultura do castanheiro que a da eucalipto. Mas quem governa torce os dados e os interesses para o imediato. E para fornecer de matéria prima a Celulose. Que seria de Galiza se outra celulose somasse sua procura de eucaliptos á da de Pontevedra. Mas eis que o governo galego pressiona ao de Espanha para que facilite a chegada de dinheiro público para a instalação dessa macro celulose ALTRI . Pola contra, Vários grupos ecologistas entre eles ADEGA integrada na Plataforma Ulhoa Viva e Amigas da Terra, Ecoloxistas en Acción, Greenpeace, Sindicato Labrego Galego e a plataforma Ulloa Viva enviaram uma carta ao ministro para pedir que não se facilite dinheiro público para esta Fábrica que seria uma desfeita ambiental quer para a comarca da Ulhoa, quer para o rio Ulha e a ria de Vila Garcia.  Há que ganhar dinheiro rápido e sobre-explorar os solos . Os eucaliptais na Galiza representam mais do 30% da superfície florestal de Galiza. Esta ocupa 60,7 % do território galego, que concentra 30% das plantações de eucalipto de Europa. E estes querem mais. Para que?. Para termos mais incêndios? A experiência e os dados nos indicam que tudo vai na linha de extrair riqueza da Galiza para leva-la para as grandes urbes espanholas. Como Madrid. Eles utilizam nossa energia para seus comboios de proximidade, para seus luxos e boatos. Em quanto Galiza é a última em ter eletrificadas as vias e de jeito bem precário. Lugo não tem caminho de ferro para chegar a Santiago. Se nós fossemos donas da nossa energia poderíamos ter uma rede ferroviária bem mantida com a nossa eletricidade, mas .. precisam-a em Madrid. E nós, que? Imos seguir assim? Deixando destruir nosso património natural e cultural. Vendo como as nossas riquezas são estragadas em quanto nossos ecossistemas se destroem para que cá coloquem industrias contaminantes? Industrias já temos nós. Que no-las deixem desenvolver. Mas tudo vai em contra do pequeno/a empresária. E tudo vai a favor das grandes multinacionais que mandam suas riquezas fora e consomem nosso recursos naturais. Praticando um colonialismo industrial e cultural. Galiza é rica. Sempre soubemos defender-nos. A pesar de Espanha. E a pesar do capitalismo destrutor. Ainda com dados de 2019 sabemos que o Estado achega a Galiza 4.562 milhões de euros menos dos arrecadados aqui por impostos . ( Sem contar o IVA de tantas pequenas empresas) ALTRI é apenas um exemplo dum modelo de industrialização que vai contra Galiza e a vida. Agora temos que lutar polos direitos da Terra. E nessa Terra está Galiza com suas imensas riquezas. Mal administradas e mal governadas. Ecologia é economia. É reparto, é aforro, é administração dos recursos para que cheguem a todo o mundo e por muito tempo. Ecologia é a permanência da vida e a riqueza. O capitalismo colonialista é destruição. E não só de Galiza. É o causante de que a Terra, em seu conjunto, esteja mergulhada numa grave e perigosa crise ambiental. Lutando a favor das nossas montanhas, dos nossos rios e das rias estamos lutando pola Terra em seu conjunto. Nossa casa nosso lar.