A vergonha de sindicatos defendendo um capitalismo depredador do território

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Nunca deixará de assombrar-me a dupla moral e o servilismo. Nomeadamente quando se trata de organizações que nasceram para defender às classes menos privilegiadas e mais vulneráveis contra o poder dos poderosos, donos do capital necessário e do poder político imprescindível para montar empresas. Engenhos que precisavam mão de obra, o mais barata possível, para aumentar as suas riquezas. As organizações sindicais nasceram para defenderem aqueles que só tinham a sua força de trabalho que oferecer para se ganhar a vida. Foram, em seu momento, dignas de admiração e respeito pola sua função ética e moral. Más isto mudou e muito. Hoje sai na Voz de Galiza, jornal voceiro do grande capital, um artigo de Francisco Mendez, responsável de estratégias industriais de CCOO defendendo o desprezo do Estado de Direito para que as industrias eólicas poidam arrasar nossos montes com total impunidade. Segundo ele a justiça está “paralisados por reclamações sem sentido, e uma classe jurídica pouco formada”.

Perdoem: “Há que ter ousadia”.

Uma campanha está a se desatar contra juízes que cumprem com sua obrigação de ler e saber as leis e aplica-las consequentemente. Lamentam os sindicatos que, por cumprir-se as leis vão perder-se 8000 postos de trabalho. Quer dizer que os postos de trabalho geram-se in-cumprindo as leis? Destruindo a natureza, o nosso património comum, a nossa história, as pequenas industrias que depende das águas, do turismo, da gandeiria da agricultura, etc, a nossa saúde, e isso para sempre.? Mas não é certo. Galiza produz mais energia da que consome. Este ano exportou mais do 40% da energia produzida, desta a eólica representa o 60% do total. Muras é o município que maior concentração eólica com 381 aerogeradores. Um município que perde povoação ano após ano. Este lugar escepcional financia os recibos da luz de seus habitantes por decisão de seu alcalde. Gostaria ver ao sr Francisco Mendez defendendo que parte da riqueza obtida nestes parques se distribuísse entre as habitantes da Galiza, mas isso não é assim. Este moderno sindicalista somente defende que as empresas, multinacionais sem pátria, possam atuar sobre a sagrada pele da Terra de Galiza sem lei e sem reparos. A Industria elétrica galega ganhou 1.800.000.000 de euros no ano 2022. Sr Francisco, sindicalista, pretenso defensor das classes populares e trabalhadoras, quanto desse enorme capital ficou na Galiza? , Quantos postos de trabalho se geraram como consequência da imensa ocupação do nosso território, e qual seu impacto económico? Eu direi-lho: nula. As comunidades recebem uma pequeníssima parte dos enormes benefícios que as elétricas obtêm destes desenvolvimentos. É impossível viver perto dum parque eólico polo ruído permanente do movimento dos moinhos. As propriedades perdem seu valor, cousa que não está considerada nas compensações previstas e , ainda seu valor ecológico está posto em dúvida. O negocio das eólicas é total: Constroem seus engenhos apoiadas em subsídios quer autonómicos quer estatais ou europeus, Podem expropriar se são consideradas de interesse público (cousa que acontece com frequência devido as redes cliente-lares entre empresas e governo). Mas as expropriações somente pagam polos lugares que ocupam os moinhos, não polos afetados pola poligonal( Extensa superfície que protege ao parque, onde os habitantes da zona têm restrita toda atividade e inclusivamente ameaçada sua integridade polas bolas de gelo que como balas saem das aspas dos aerogeradores nas épocas de frio. Se esta industria fosse tão benefica para Galiza já seriamos ricas pois, no ano 2022 havia instalados 4.026,00 aerogeradores com uma potencia total em 2022 3.879  megawats e entre 1 de novembro de 2022 e 24 de xaneiro 2023 1.826 mais megawats eólicos. Agora estão solicitados 15918 MW : Imos sair voando!!

Qual o futuro que os representantes sindicais de CCOO reservam para Galiza? Esvaciar o pais e mandar toda a energia cá fabricada para Madrid? A quem servem? A energia eólica não cria postos de trabalho, nem riqueza para o país. Sim que destrue o patrimonio histórico, ecologico e social. As nascentes dos aquiferos estão nas montanhas. O Monte do Gato perto de Oça dos Rios onde está previsto instalar vários parques é cabeceira de águas. O Monte Picato que domina a cidade de Lugo alberga aquiferos que serão danados. No Xistral que está inzado de moinhos eólicos destruiriram-se as turbeiras de cobertor que controlavam o ciclo hidrológico e agora desprendem-se CO2 e Metano em grandes quantidades, gases de efeito estufa( invernadeiro). O centro da Galza onde está a Eira da Xoana, e o Sobreiral do Arnego está ameaçado por vários parquers eólicos, Estivadas e Zamorra. Imos defender a Terra com todas as forças a nosso alcance. Os aceites que lubrificam as aspas dos minhos caem nos terrenos sem que se possam retirar. Os moinhos degradam-se produzindo residuos que ainda não se sabe como reciclar. As linhas de transporte da electricidade cobrem centos de quilómetros produzindo graves alterações ambientais e gasto de materias primas como cobre aluminio etc, A produção tem de estar perto do consumo, para evitar estes desarranjos ambientais. Madrid não produze practicamente nada, mas é a primeira consumidora. As populações castigadas com parques eólicos devem ser compendsadas justamente. Galiza poderia ser rica se os representantes sindicais defendessem ao povo em lugar de defenderem as multinacionais e a especulação e corrupção. Fazem críticas a juices por aplicarem as leis. Que desatino! A lei tem de estar por cima de politicas partidistas, de empresas todopoderosas, e de sindicalistas comenezudos. A energia pode ser gerada por comunidades energéticas, onde o povo se beneficie dela e sem destruir nosso riquissimo patrimonio histórico e natural. Pode-se fazer. Mas isso não convem aos poderosos que querem ter o monopolio da industria e de seus prezos, nem a sindicalistas que defendem a patronal em lugar de defenderem ao povo. E, desde aqui faço um chamado a defender Galiza da avaricia, da prepotência da corrupção e da destruição ambiental. E envio a minha admiração e apoio a tantas mulheres que lideram as plataformas em defesa dos montes da Galiza e as associações ambientais que defendem o patrimonio que é de todas nós sempre amparadas na justiça e nas leis , ainda que estas sejam fraquinhas e não ofereçam grandes garantias de protecção. Aproveitaremos as leis o que podamos. E seguiremos alertando a população contra a destruição dos nossos montes , das nossas águas, do nosso ar, de nosso patrimonio arqueológico e cultural. Defendemos as aves e todos os seres do ar que são sacrificados nas aspas dos moinhos em massa para que as carteiras dos magnates sejam ainda mais abastadas. Não a destruição, sim a vida.

Máis de Adela Figueroa Panisse