Cineuropa 2018

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E assim de uma semana para outra, passamos dos chinelos às galochas. Mas tudo vem também com coisas boas. Podemos compensar os pés ensopados com os magustos e com o nosso bem querido Cineuropa. Não há outonos sem isto.

Na nossa já costumeira (e retardatária) recomendação, selecionamos estes filmes para ti, que gostas de ouvir nasalidades. Lamentamos imenso chegar atrasados e não falarmos do Macunaíma, aiiiii. Se quiserem saber mais, já sabem, ligação:

Luz obscura, 2017. Susana de Sousa Dias. Portugal. Documentário. (amanhã às 16h30; terça 20, às 19h30). Como é que agia a PIDE, a polícia do Estado Novo? como é que era a repressão na ditadura portuguesa?

-A sedução da carne, 2018. Júlio Bressane. Brasil. Ficção. (terça 13, às 16h; segunda 19, às 16h15). Uma escritora mete conversa com um papagaio. Lá no fundo, um pedaço de carne é que observa esse diálogo.

O termómetro de Galileu, 2018. Teresa Villaverde. Portugal. Documentário. (quinta 15, às 18h). Um documentário em português e italiano onde podemos refletir sobre a situação política da Itália atual.

-O som ao redor, 2012. Kleber Mendonça Filho. Brasil. Ficção. (sexta 16, às 18h45). Os moradores de um bairro de uma cidade brasileira contratam uma empresa de segurança para a sua proteção. Esta nova contratação mudará as suas vidas, agora mais rotineiras.

-Diante dos meus olhos, 2017. André Félix. Brasil. Documentário. (sexta 16, às 17h30). Fala dos membros da banda musical Os Mamíferos, que atuavam na década de 60 no Brasil interpretando música MPB.

-Djon Africa, 2018. Filipa Reis, João Miller Guerra. Brasil, Portugal, Cabo Verde. (sexta 16, às 20h30) Os filhos não reconhecidos acabam por se parecer muito aos seus pais. Um dos protagonistas fará uma viagem a Cabo Verde para encontrar o seu pai.

Inferninho, 2018. Pedro Diógenes, Guto Parente. Brasil. Ficção. (sexta 16, às 21h; domingo 18, às 21h30). Deusimar é a proprietária de um boteco, o Inferninho. Mas ela sonha com largar tudo e conhecer lugares longínquos.

O processo, 2018. Maria Augusta Ramos. Brasil, Alemanha, Paises Baixos. Documentário (sábado 17, às 18h; terça 20, às 21h). A história de Dilma Rousseff e, portanto, a história também do impeachment. A primeira mulher presidente do Brasil foi presa política na ditadura e posteriormente foi julgada por corrupção. Poderemos ouvir os depoimentos da protagonista.

Praça Paris, 2017. Lúcia Murat. Brasil, Argentina, Portugal. Ficção. (domingo 18, às 16h30). A Glória trabalha no elevador de uma universidade do Rio, a Camila é psicanalista e frequenta a mesma universidade porque faz nela o doutoramento. Lá é que começa um relacionamento que ultrapassa qualquer consultório.

Neville d’Almeida: Cronista da Beleza e do Caos, 2018. Brasil. Documentário. (segunda 19, às 18h; terça 27, às 17h45). Documentário sobre este cineasta de Belo Horizonte.

Copacabana Beach, 1983. Vivian Ostrovsky. Brasil Experimental. (quinta 22, às 16h30; terça 27, às 17h30). A câmara e a edição de Vivian Ostrovsky procuram o absurdo na rotina dos corpos de banhistas, ginastas, transeuntes, gente comum flagrada em Copacabana. Esses hábitos banais são frequentemente convertidos em coreografia, expressando outra paixão da cineasta. Tudo isto…com músicas da minha muito amada Carmen Miranda.

-Deslembro, 2018. Flávia Castro, Brasil, França, Catar. Ficção. (sábado 24, às 18h) Joana cresceu em Paris, em contacto com o rock e a literatura. Mas em 1979, com a amnistia, a Joana regressa a um Brasil que quase não conhece. Chega ao Rio e recupera algumas recordações de seu pai e da sua meninice.

Tempo comum, 2018. Susana Nobre. Portugal. Ficção. (domingo 25, às 19h). Marta é mãe pela primeira vez. Experimenta novas sensações e conhece a sua filha entre visitas de familiares e amigos, que vão tecendo uma história de narrações de experiências próprias.

Nesta semana, deparei-me com esta frase do Manoel de Oliveira “Nenhuma arte simula a vida como o cinema. Todavia, não é uma vida. Também não é propriamente uma arte. Porque é uma acumulação, uma síntese de todas as artes. O cinema não existia sem a pintura, sem a literatura, sem a dança, sem a música, sem o som, sem a imagem, tudo isto é um conjunto de todas as artes, de todas sem exceção.” Já pensaram nisso? em todos os museus que estão a visitar durante 90 minutos? curtam então essa visita!