As festas de Compostela são uma ocasião para vermos bons concertos de bandas emergentes ou grupos nem sempre conhecidos. E eu curto.
Outros anos, o programa de festas “não institucional”, isto é, aquele mais virado para o Dia da Galiza, feito também por diversos coletivos, supunha para mim uma lufada de ar fresco e mesmo tenho apontado que chegava a concorrer com o programa da câmara. Nestes dias vi todos os programas e confesso que não há coisas que me seduzam muito (falo eu, na primeira pessoa). Tem havido anos em que…nem sabia por onde começar a escrever este artigo, porque as ideias vinham a mim em rodopio, mas este ano para mim é um bocado fraco em número de artistas lusófonos.
Vamos lá com a proposta. Começamos por hoje às 22h, na Praça 8 de março. Compostela Território de Mulheres organiza um mini-festival de autoras, entre as quais estão as nossas divas do norte: as Batuko Tabanka. Como é que na Galiza tenhamos coisas tão boas e tenham tão pouca difusão? É incrível que desde 2015 não voltassem a aparecer entre as linhas deste blogue. In-crí-vel.
Estas doze mulheres de origem cabo-verdiana e radicadas em Burela trarão ritmo, alegria e morabeza sem igual à nossa cidade.
Vamos de Cabo Verde a Portugal, porque no sábado 21 temos o concerto do João Afonso e o Rogério Pires. Às 23h na Praça do Toural poderemos ver estes dois músicos no palco. Eles definem o seu espetáculo como um encontro entre amigos. Só vozes e guitarras elétricas é que criam essa atmosfera intimista.
João Afonso e Rogério Pires estão a fazer uma pequena digressão nestes meses com o seu disco Buganvília. De facto o João Afonso está no domingo em Vilar de Santos (Arca da Noe, 21h), por sinal.
Querem ainda novos destinos? temos mais: Moçambique. No dia 23, segunda-feira, poderemos ver o concerto dos Timbila Muzimba com Ogun Afrobeat. Os Timbila e o Cheny Wa Gune já tinham estado connosco graças ao Narf, mas posso fazer uma pequena biografia na mesma. Em 1997 um grupo de jovens músicos e bailarinos dos bairros de Maputo criou uma orquestra de timbilas, eles são uma conjunção entre a tradição e a modernidade.
Curtam das festas! A gente vê-se!
Publicado em Lusopatia