A nossa língua é enxebre e internacional. Com ela construímos cultura tradicional e tecnologia de vanguarda.
Chegamos a Ferramulim, aldeia do Courel, e umha vizinha duns 80 anos recebe-nos exclamando “Quantas crianças!” (sic)
Se buscas no dicionário da RAG, a palavra “criança” nom aparece com essa acepçom. Seguramente por raçons políticas, o académico da RAG ou do ILGA responsável do dicionário considerou e considera “criança” como “lusismo” inapropriado.
A estratégia isolacionista é clara: distanciar a variedade galega do tronco galego-português. Consequência lógica: espanholizar-nos.
A palavra “criança” aparece no melhor dicionário elaborado na Galiza, o Estraviz: “Ser humano que se começa a criar. Meninho ou meninha: gosto muito das crianças”
Desde que a Semente -e outros agentes sociais e individuais- socializou dia a dia a palavra “criança”, essa palavra reintegrou-se com força no galego do século XXI, entre a gente que fala galego nas cidades. É possível que muita gente pense que é um invento de reintegracionistas, que andam a importar termos inexistentes na Galiza, etc.
Desde que a Semente -e outros agentes sociais e individuais- socializou dia a dia a palavra “criança”, essa palavra reintegrou-se com força no galego do século XXI, entre a gente que fala galego nas cidades. É possível que muita gente pense que é um invento de reintegracionistas, que andam a importar termos inexistentes na Galiza, etc.
Mas nom: “criança”, como muitas e muitas outras, é umha palavra galego-portuguesa. A língua dessa vizinha do Courel, das nossas avoas, das nossas tataravoas, -mais alá dos castelanismos próprios da nossa situaçom de território em processo de substituiçom linguística- é galego-portuguesa.
E lembremos que a principal via de castelanizaçom foi e é dependermos dum sistema escolar que introduce na nossa língua letras e normas doutro sistema linguístico, o do espanhol, o do Estado que nos espanholiza linguística, social, identitária e politicamente.
O reintegracionismo também é enxebre, genuino, tradicional e popular. Porque o reintegracionismo vai mais alá de reivindicar letras. Devemos reintegrar a nossa língua nom só no presente e no futuro, ligando-a com as últimas tendências ou à tecnologia de vanguarda. Também devemos saber que a língua dos contos à lareira e à luz do candil, ou o Cancioneiro Tradicional que cantarom as nossas avoas e avós é galego-portuguêsa, ainda que estejam transcritos -por razons históricas e políticas- em galego-castelám.
O reintegracionismo nom só nos vincula com qualquer das últimas tecnologias graças aos estados onde é normal fazer apps, filmes, revistas, guias de uso, tutoriais de youtube ou material escolar na nossa língua. E que nós aproveitamos.
O reintegracionismo também é um movimento tradicional, enxebre e de raíz e vincula-nos com a língua das nossas devanceiras: o galego-galego nom é galego-castelám com Ñ. O Ñ é um símbolo desgaleguizador. O galego-galego é galego-português. E viceversa: o galego-português é galego-galego.
O reintegracionismo também é um movimento tradicional, enxebre e de raíz e vincula-nos com a língua das nossas devanceiras: o galego-galego nom é galego-castelám com Ñ. O Ñ é um símbolo desgaleguizador. O galego-galego é galego-português. E viceversa: o galego-português é galego-galego.
O Ñ e o sistema escolar espanhol ajudarom a desgaleguizar aquel galego que falavam e nom escreviam as geraçons de labregas e marinheiras que mantiverom durante séculos a nossa língua.
O reintegracionismo é pois também um movimento conservador dos nossos traços identitários originais, “criança”, “parafuso”, “carro”, ao lado de ser umha proposta inovadora para modernizar e atualizar o nosso presente, “surto”, “geolocalizaçom”, “leitor QR”
Que a escola leve castelanizando a nossa língua tantos anos, especialmente na ortografia, nom deve fazer-nos pensar que a palavra “criança” nom é nossa. Ou o NH.
O galego com NH é a nossa melhor ferramenta para ganhar falantes. No século XXI já nom é só umha teoria. É umha prática diária a funcionar já em todas as idades, como está a demostrar a Escola Semente, essa fonte fresca de crianças galego-falantes.
O mais importante, sejas ou nom reintegrata, fales ou nom galego habitualmente: fala galego às crianças.
E agora eu, nuns minutos, sairei à porta e berrarei: Crianças, a merendare!
Séchu Sende, (1972, Padrom) professor,regueifeiro, escritor, domador de pulgas, ativista e papai. Publicou, entre outros livros, O caçador de bruxas, Made in Galiza e A República das Palavras, o seu último livro até o momento. A sua obra originou letras de cançons, tatuagens, camisolas e muros nas paredes, ademais de livros. Atualmente desenha ursos do Courel e estrelas vermelhas.
Este sítio web utiliza 'cookies' próprias e de outrem. Ao premir aceitar, concordas com isto. + Mais info
Política de cookies
Privacy Overview
This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. This category only includes cookies that ensures basic functionalities and security features of the website. These cookies do not store any personal information.
Any cookies that may not be particularly necessary for the website to function and is used specifically to collect user personal data via analytics, ads, other embedded contents are termed as non-necessary cookies. It is mandatory to procure user consent prior to running these cookies on your website.