II Guerra Mundial – As quedas dos aviões em Calvos de Randim e Loriga

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A Segunda Guerra Mundial trouxe ao mundo um conflito trágico, agressivo, duro e violento, mas também nos trouxe histórias e curiosidades que vão ficar para sempre na memória das aldeias e das pessoas da Galiza e de Portugal.

Na madrugada de dia 22 de fevereiro de 1944 descolaram, desde Gibraltar, um grupo de treze aviões que pertenciam ao 48 Sqn, um esquadrão inglês da Royal Air Force, que tinham como destino a base de Birchan Newton, em Norfolk. Nesse voo, houve dois aviões Hudson que caíram de forma acidental, um deles em Calvos de Randim, na Galiza, o outro em Loriga, em Portugal.

Houve dois aviões Hudson que caíram de forma acidental, um deles em Calvos de Randim, na Galiza, o outro em Loriga, em Portugal.

Os aviões transportavam artilharia para abastecer os Aliados três meses antes do famoso dia D da Segunda Guerra Mundial. Em Calvos de Randim, o Hudson caiu na Penha de Monteagudo e nele iam os ingleses J.W. Srimpeon e G.B. Gantt, tal como os canadenses J.D. Morgan, A. Staliker, J.J. Williams e A.J. Gregg.

Tiveram que passar sete anos para que os consulados conseguissem repatriar e assim foram enterrados em Calvos de Randim e posteriormente levados para Lujua, no País Basco.

As chapas e outros materiais dos aviões foram utilizados pelos habitantes de Vilar e Vilarinho como portas de palheiros e casas.

Em Loriga, numa aldeia da Serra da Estrela, em Portugal, mais especificamente na Penha do Gato, a 1500 metros de altitude, caiu o outro Hudson. O motivo do acidente, tal como o de Calvos de Randim, foram as péssimas condições climatológicas que se fizeram sentir naquele dia.

Os habitantes de Loriga transladaram os corpos dos seis tripulantes e velaram-nos na Capela de Santo António, fazendo-lhes o funeral no dia seguinte, no cemitério local. A cerimónia religiosa teve a presença de autoridades portuguesas e inglesas, até o acompanhamento da filarmónica da terra. No avião viajavam dois ingleses e quatro sul-africanos.

Hoje em dia, os túmulos dos militares ainda se encontram em Loriga e são um ponto turístico na aldeia da Serra da Estrela. Na Penha do Gato foi colocado um memorial, após uma romaria e uma missa campal, no dia 1 de maio de 2014.