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Angola: CNE dá vitória (cada vez mais reduzida) ao MPLA, mas UNITA contesta resultados

Momento histórico em Angola com a UNITA a vencer com o dobro dos votos no círculo provincial de Luanda, o mais populoso do país, e vencendo também em Cabinda e Zaire. CNE dá vitória geral ao MPLA por uma margem cada vez mais diminuída, com 51,07%. 

Israel Campos

As eleições gerais realizadas em Angola no passado dia 24 de agosto deram uma vitória, com uma margem cada vez mais reduzida, ao MPLA, segundo contagem da Comissão Nacional de Eleições (CNE), com 51,07% e 97% dos votos apurados. A abstenção atingiu os 54%, a sua maioria da base eleitoral do MPLA, justificando-a com um voto de protesto face ao partido.

Os resultados divulgados pela CNE são os seguintes:

  • MPLA: 51,07% (124 deputados)
  • UNITA: 44,05% (90 deputados)
  • PRS: 1,13% (2 deputados)
  • FNLA: 1,05% (2 deputados)
  • PHA: 1,01% (2 deputado)
  • CASA-CE: 0,75%
  • APN: 0,48%
  • P-NJANGO: 0,42%

 

Apesar da maioria absoluta do MPLA, que a detém desde as primeiras eleições gerais em 1992, a margem para o partido da oposição, a UNITA, cada vez é mais reduzida. A UNITA venceu com o dobro dos votos no maior círculo provincial, o da capital Luanda, vencendo também nos círculos de Zaire e Cabinda.

João Lourenço, líder do MPLA e atual presidente do país, já veio agradecer o apoio mostrado pela população, mas alerta que o resultado eleitoral do MPLA “é magro”. Rui Falcão, porta-voz do MPLA, questionado pela aproximação eleitoral da UNITA referiu: “Qual é o problema? Não percebo onde está o problema. Democracia é isso mesmo, habituemo-nos a ela. Nós estamos a fazer um esforço muito grande de auto-pedagogia”, afirmou perante os jornalistas.

Diego Garcia

UNITA contesta resultados e está a realizar uma contagem paralela 

A UNITA foi divulgando durante a contagem dos votos várias atas síntese que mostravam a vitória do partido, para além do grande resultado em Luanda e as vitórias em Cabinda e Zaire. No entanto, a contagem paralela da UNITA continua.

Ruben Sicato, dirigente da UNITA, apontou que “temos de tomar a atitude que deve ser de um partido responsável, temos que ter as atas das votações e não há espaço para nós criarmos um ambiente de convulsões, um ambiente de certa agitação que foi o que o nosso adversário procurou fazer o tempo todo”. Com 33% da contagem de votos realizada, ainda na noite das eleições, o número dois da candidatura, Abel Chivukuvuku, acreditava numa clara vitória: “os nossos centros de escrutínio dão claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do nosso país”.

A UNITA apresentou uma queixa junto da CNE sobre a divulgação dos resultados eleitorais, mas a iniciativa foi rejeitada por não estar de acordo com a lei eleitoral, por isso, o plenário “deliberou por unanimidade pelo indeferimento liminar deste requerimento”.

Quem já apresentou uma queixa formal, junto da CNE, para contestar os resultados eleitorais foi a CASA-CE, que perdeu a representação que contava na Assembleia Nacional, tendo obtido 16 deputados em 2017.

Jovens angolanos são força da mudança 

Independentemente dos resultados se manterem como foi anunciado pela CNE, existe já um momento histórico e único para salientar nestas eleições angolanas: a aproximação da UNITA ao MPLA, a vitória da UNITA em Luanda e a força dos jovens neste processo.

As eleições de 24 de agosto estiveram envoltas numa grande expetativa de mudança nos destinos governativos do país, sobretudo ao nível social e económico. Os jovens posicionaram-se como uma peça fundamental destas reivindicações.

As eleições de 24 de agosto estiveram envoltas numa grande expetativa de mudança nos destinos governativos do país, sobretudo ao nível social e económico. Os jovens posicionaram-se como uma peça fundamental destas reivindicações.

Os jovens pedem mudança e reclamam mais transparência no processo eleitoral e de tomada de decisões. Exigem que a classe governativa resolva o problema da pobreza extrema, desemprego e uma educação justa e universal.

Várias personalidades têm feito comentários relativamente às eleições angolas. Entre elas, Aline Frazão e Luaty Beirão.

 

 

 

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