Não sei se vocês gostam de jardinagem. Eu reconheço-me mão verde mas só com as suculentas e catos, que são um tipo de plantas para pessoas preguiçosas ou desajeitadas. Na Galiza com a humidade ambiental quase nem falta faz regar. Já conheço pessoas que estiveram um ano enganadas a dar água a plantas de plástico.
Enfim, noutro patamar bem diferente estão as roseiras. Eu nunca tive, mas pelos vistos são difíceis de podar, porque há montes de artigos na net sobre a sua poda. Coloco-vos este exemplo aqui de Compo.
E agora estarão a dizer…”mas qual é o objetivo deste artigo, não percebo!”. Fácil: chamar a atenção sobre o facto de que PODO é a primeira pessoa de singular do Indicativo do verbo PODAR e não do PODER. Eu podo, tu podas, ele/ela poda… Esta é a típica forma verbal que, se passarmos um corretor ao texto, o corretor não deteta, porque realmente é uma palavra existente no português e, no sentido estrito, estamos a ortografar bem.
Vou aproveitar e lembrar a conjugação do verbo PODER para o Presente do Indicativo, que por ser um verbo irregular sempre parece um osso duro de roer:
E com isto, já de passagem, falo de outro desvio: ele ou ela posse*.
A palavra Posse em português não é um verbo. É um substantivo que refere o estado de quem possui uma coisa, de quem a detém como sua ou tem o gozo dela. Normalmente é usado em registo culto ou é própria de expressões técnicas.
Por exemplo:
-aparece muito em linguagem jurídica posse de armas, posse de drogas…
-em linguagem técnica desportiva: estar em posse da bola
-outras expressões: estar em posse da razão, tomada de posse (de um cargo)