Um dia na Casa da Galiza em Santiniketon

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A casa da Galiza de Santiniketon (Bengala, Índia) ocupa um prédio bem ajeitado para os seus fins. A pouca distância da Universidade e da casa de seu fundador o professor José Paz Rodrigues, de Ourense.

Neste lugar são atendidas as atividades educacionais complementares de crianças sem casta que lá vão passar a manhã do domingo até a hora do jantar. Uma espaçosa varanda antecede o resto da casa, que apenas conta com uma mesa de trabalho numa ampla sala. E um quarto-dormitório com uma casa de banho. Como cumpre cá, na Índia, onde tudo se faz a rentes do chão.

Na varanda, a miudeza faz os seus trabalhos de cantos ou desenho —livre ou programado—, desfrutando da sombra e do ar livre. Os jogos populares e educativos fazem-se no jardim (saltos, roda, carreiras…). Também o jardim é usado para a comida comunitária. Meninas e rapazes espertos, sensíveis e educados usufruem deste privilegiado lugar.

O professor Paz ou Santida —como cá é conhecido—, é um pedagogo perito, nomeadamente em pedagogia infantil. Seguindo os passos de Tagore na sua terra. Este começara o seu labor educativo pelas escolas infantis de Santiniketon, para depois continuar com os outros níveis de ensino até a Universidade que hoje tem a categoria de Universidade Central e cujo reitor é o primeiro-ministro da Índia.

Neste lugar de cultura e de alegria, este galego de Ourense desenvolve o seu labor de investigação e de apoio às crianças. Sendo um dos maiores especialistas em Tagore, a sua biblioteca sobre este prolífico intelectual pode ser a segunda maior do mundo, só depois da do congresso dos Estados Unidos.

Da Galiza viemos cá para conhecer esta excecional experiência e para cumprirmos com a colaboração entre ADEGA e a Casa da Galiza de Santiniketon. Montserrat Lombardia, presidenta de ADEGA-Lugo, e Adela Figueroa, presidenta da Fundación Eira —que coordena as atividades da Eira da Xoana, a casa que ADEGA tem na aldeia de Ramil, Agolada—e Castro de Remonde. Em virtude desta parceria participámos nas atividades da Casa.

Crianças espertas, desinibidas, educadas, alegres e participativas fizeram-nos o mais lindo presente que se pode dar a quem ama a educação e acredita na cultura como factor de igualdade e mudança social. Aprendemos e colaborámos com elas cantando e fazendo todas as atividades que Santida já programara e prapara. Até pudemos lembrar ao nosso querido Manuel Maria cantando com elas o Cuco, cuco cuqueiro!

Foi, em definitiva, uma experiência formosa, enriquecedora, que deixa bem alto o pavilhão da Galiza nestas longínquas terras da Bengala, o coração da Índia. E que aproxima o mundo da cultura em laços de paz. Porque os seres humanos somos apenas um. A arte é a nossa criação mais sublime e cá, nas terras de Tagore, a música, a poesia ou a pintura estendem-se a toda a humanidade. Toda a Terra é uma. Cuidemos dela praticando modos de vida sustentáveis. Com alegria e solidariedade.

Vão várias fotografias que definem a atividade, junto do doutor José Paz, Montse Lombardia e Adela Figueroa.