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Há 15 anos, o Brasil entrava na rota galega

Para ser bem mais preciso, no dia 15 de setembro de 2008, eu estreava no Portal Galego da Língua, orientado por Vítor Manuel Lourenço Peres, diretor do PGLinga à época.

Eu me sentia (re)descobrindo a Galiza, sua gente, sua cultura, seus desafios e sonhos. Parte de mim dizia que ali estavam ancestrais que, em algum momento e sabe-se lá por qual razão, deixaram sua terra e história e empreenderam uma longa jornada cruzando o Atlântico.

De certa forma, naquele momento, eu começava o caminho de volta, talvez, a buscar origens. Hoje vejo que foi muito mais do que isso. Fui acolhido por pessoas, que rapidamente se tornaram amigas, mesmo tendo um oceano a nos separar.

Para falar delas, poderia começar a citar Vitor M. Lourenço, Carmen Gonzalez, Isabel Rei, Charo Lopes, Valentim Fagim, Gerardo Uz, Eduardo Maragoto, Alexandre Banhos, mas certamente esquecerei de citar outras tantas pessoas que, com paciência e generosidade, me ensinaram (e ainda ensinam) muito sobre o universo da Lusofonia, da história da Galiza e tanto mais.

Quero ter um dia desses a oportunidade de visitar a Galiza e, pessoalmente, dar meu abraço fraterno em cada uma delas e reduzir um pouco a distância e a virtualidade dessa amizade.

Graças à Internet e à liberdade proporcionada pela Direção do PGLingua, tive a oportunidade de entrevistar personalidades brasileiras como Nara Vidal, Daíse Lima, Susanna Florissi, Andrea del Fuego, Nilma Nascimento, Simone Caputo Gomes, Thayane Gaspar Jorge, Cristovão Tezza, Miguel Sanchez, Laurentino Gomes, Alex Andrade, Zeca Baleiro, Ivan Vilela e muitas outras, que ganharam o mundo com suas letras, livros, músicas, aulas e conhecimento.

Graças à Internet e à liberdade proporcionada pela Direção do PGLingua, tive a oportunidade de entrevistar personalidades brasileiras como Nara Vidal, Daíse Lima, Susanna Florissi, Andrea del Fuego, Nilma Nascimento, Simone Caputo Gomes, Thayane Gaspar Jorge, Cristovão Tezza, Miguel Sanchez, Laurentino Gomes, Alex Andrade, Zeca Baleiro, Ivan Vilela e muitas outras, que ganharam o mundo com suas letras, livros, músicas, aulas e conhecimento.

Nesse meio tempo, fazendo minha graduação em Letras Português-Espanhol, na Universidade Metodista de São Paulo, deparei-me com uma situação inusitada, que hoje acho engraçada.

Passei um ano “negociando” com o professor-orientador de meu TCC- Trabalho de Conclusão de Curso, o tema do trabalho, que eu queria “Ricardo Carvalho Calero e o Reintegracionismo” e o professor não entendia o que era e o motivo do Reintegracionismo ser tema de discussão acadêmica.

Doze meses depois meu TCC transformou-se em um plano de aulas sobre o Reintegracionismo e consegui levar Ricardo Carvalho Calero para a Universidade e ainda passar 5 aulas debatendo com professor e alunos sobre o tema e o escritor galego.

Doze meses depois meu TCC transformou-se em um plano de aulas sobre o Reintegracionismo e consegui levar Ricardo Carvalho Calero para a Universidade e ainda passar 5 aulas debatendo com professor e alunos sobre o tema e o escritor galego.

Não sei se convenci o professor sobre a importância da Galiza no rol de países lusófonos, mas fui aprovado!

Felizmente, nesses 15 anos encontrei mais mentes que apoiavam o Reintegracionismo galego do que detratoras (em geral das universidades). E foram inúmeras vezes que precisei explicar o que isso tem de tão importante para os brasileiros.

Parafraseando Gilberto Gil quando diz que “A Bahia me deu régua e compasso”, penso que se o Brasil me deu régua e compasso, a Galiza me tirou e me colocou no mundo, escrevendo para milhares de pessoas de muitos países diferentes.

A Galiza e os galegos me fizeram também escrever um livro, um romance histórico ainda não publicado (estou à disposição das editoras lusófonas), que chamo de “Areias de Portonovo” e conta a trajetória da família Rei, de Brandan, Virxinia, Sodade e Paio, desde a chegada ao Brasil, atravessando todo o século XX e a história recente do Brasil, em uma cidade do interior de São Paulo, que bem pode ser a trajetória de muitas famílias que imigraram para a América do Sul.

Nos próximos 15 anos (e mais), pretendo ver o galego sendo falado por toda a gente da Galiza e o galego internacional, com muitos mais falantes que os 260 milhões atuais.

Agora parafraseando o Doutor Honoris Causa da Universidade de Salamanca, Caetano Veloso que diz “A língua é minha pátria, E eu não tenho pátria, tenho mátria, E quero frátria”.

E que essa frátria nos una na Galeguia!

Obrigado Galiza! Obrigado PGLingua!

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