Administrações públicas, associações culturais, sindicatos, partidos políticos, plataformas cívicas, pequenos negócios, grandes empresas, meios de comunicação… Entidades, iniciativas e projetos de todo tipo até chegar às perto de 7.200. Essa é a cifra atual de sítios web que contam com um domínio web .gal.
Esta diversidade pode fazer com que pensemos que o .gal sempre estivo aí… mas não é o caso. O domínio .gal chegou há só dez anos e foi fruto, por sua vez, de uma longuíssima luita, as mais das vezes de costas de umas administrações públicas que, paradoxalmente, são hoje fundamentais para termos presente no nosso quotidiano o domínio web galego.
O Notifica.gal, que avisa das comunicações oficiais do Governo galego e de outras administrações públicas. A Atriga.gal, que nos permite pagar telematicamente das taxas de constituição de uma associação ao comedor escolar. Ou a sede eletrónica da Xunta.gal, para quaisquer trâmites com a Administração autonómica. São só alguns dos exemplos quotidianos.
Oito anos de trabalho
Dez anos já podendo usufruir o domínio .gal, mas quase outros tantos de longa luita por um domínio próprio para a Galiza na internet. Descartado o .gz (domínio de nível superior), pois as duas letras só estão permitidas para Estados internacionalmente reconhecidos, só havia a opção de um domínio dos chamados de segundo nível, de três letras. Neste caso, o .gal, que identificaria páginas web cujo âmbito geográfico fosse a Galiza ou o temático a língua e cultura galegas.
Em 2003, a ICANN, a instituição internacional (mas sediada nos EUA) que regula o registo dos domínios web, abriu a hipótese de criar endereços que facilitassem o reconhecimento de âmbitos inferiores aos Estados ou comunidades de interesses.
Fruto disso, no Estado espanhol foi pioneira a Fundació .CAT, constituída em 2004, até o ponto de o .cat ver a luz já em 2005. Deste trabalho e a primeira ralização prática bebeu a Asociación Puntogal, criada em 2006. Porém, a grande diferença estivo no grande apoio institucional que tivo o projeto catalão face à indiferença exibida pola meirande parte dos poderes públicos galegos.
Isto explica, em boa medida, que o .gal só visse a luz dali a dez anos. Também uma questão económica, pois as entidades envolvidas no processo de registo dos domínios web devem pagar importantes despesas periódicas à ICANN, a qual por sua vez exige uma mínima rendibilidade para autorizar um domínio de segundo nível.
PGL.gal, um domínio “pioneiro”

Em 2013 chegou a aprovação do .gal por parte da ICANN e em 2014 foi apresentado publicamente dominio.gal, o primeiro sítio web que caraterizava a Galiza com uma extensão de três letras.
A partir daí houvo distintas fases de lançamento do .gal. A primeira fase foi a chamada “Pioneiros”: seriam os primeiros cem domínios a exibirem publicamente o .gal, com data prevista no 25 de Julho, Dia da Pátria Galega.
Por diferentes motivos não se chegou a essa cifra, mas afinal fôrom 93. Entre eles, o único representante do reintegracionismo: pgl.gal, marca do Portal Galego da Língua na internet desde o 25 de Julho desse já longínquo 2014.
Único representante do reintegracionismo… embora poderiam ter sido dous, pois a Associaçom Galega da Língua (AGAL) apresentara candidatura na fase pioneiros para dous endereços web: pgl.gale a.gal (alternativamente, agal.gal).
Seria longo de explicar, mas embora houvo boa predisposição de parte da Asociación Puntogal para o a.gal formar parte dos pioneiros, havia dificuldades técnicas para o materializar, pois a ICANN formulava determinadas exigências sobre os endereços web de uma única letra. Curiosamente, na mesma situação estavam a grande empresas galega de comunicações, R Cable, e o seu r.gal, que afinal conseguiu sim entrar nessa fase.
AGAL.gal seria dado de alta numa fase seguinte, a geral, iniciada a 2 de dezembro desse ano, redirigindo em quando foi possível para o atual a.gal que identifica na rede a Associaçom Galega da Língua.
A dia 1 de julho de 2014 a AGAL realizou os seus pedidos e a dia 18 recebia a confirmação da seleção do pgl.gal. A partir daí, gestões de vertigem para poder ter no ar o novo endereço em menos de uma semana. E assim até aos nossos dias.
Celebração em Ponte Vedra
Para comemorar o décimo aniversário, a Asociación Puntogal leva meses organizando distintos atos. Mas o prato principal dos festejos terá o cenário em Ponte Vedra, na sequência da feira cultural Culturgal, que este ano terá lugar entre 29 de novembro e 1 de dezembro. Concertos, obradoiros e colóquios serão algumas das propostas para estas comemorações.