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Ricardo Soares:”A inserção da Galiza na JUPLP não é só simbólica”

Ricardo Soares é estudante de jornalismo, brasileiro de 23 anos e co-fundador e coordenador da JUPLP.

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Quando surgiu o movimento Juventude Unida dos Países de Língua Portuguesa e porquê?

 

A  JUPLP surge do sonho e curiosidade do principal fundador, Ricardo Soares, em ter uma plataforma de militantismo e defesa de direitos humanos, de luta por justiça social e promoção da cultura e talentos juvenis no seio da comunidade.

Sendo que se trata de um projecto muito ambicioso, Ricardo fez o convite a muitos de nós de forma separada e a reunião fundadora da JUPLP decorreu de forma virtual a 18 de Julho de 2020. Contou com a presença de mais de uma dezena de jovens de alguns dos países da comunidade lusófona.

Nesta reunião constatou-se que: por um lado, temos alguns brasileiros que pensam que o único país que fala Portugues, além deles mesmos, é Portugal; mais ainda, que muitos jovens dos PALOP sabem muito pouco de uns sobre os outros e focam-se mais em consumir informação e cultura sobre Portugal e Brasil; Por outro lado, nota-se que muitas das notícias, entretenimento e programas de intercâmbio que consumimos são de origem francófona e anglófona.
Assim, a JUPLP tem por propósito à necessidade de envolver, conectar e empoderar os jovens de todos os países que tenham portugues como língua oficial. , criar intercâmbio social, acadêmico, cultural e político, promover solidariedade, divulgar talentos, disseminar informação e educar as pessoas sobre a riqueza e diversidade cultural da comunidade lusófona.

Que tipo de atividades realizam e que iniciativas perspetivam para o futuro?
Por forma a responder e materializar os nossos propósitos e objectivos nos encontramos a fazer e desenvolver a seguintes actividades:

  • Numa fase inicial, por via a informar e educar, partilhamos informações relevantes sobre os países membros, tais como: história, geopolítica e demografia, actores culturais, riqueza patrimonial e curiosidades ;
  • Queremos incentivar os participantes da nossa comunidade e convidados a escrever e debater mais sobre os principais temas sociais e de política internacional, tais como as mudanças climáticas, a migração, democracia, igualdade de gênero, direitos humanos, desenvolvimento humano, etc.
  • Por querer propor diferentes formas de aquisição de conteúdo iremos criar um podcast que irá possibilitar maior interação e mais abertura, pelas próprias características das plataformas;
  • Para o futuro, por via de patrocínios e parcerias estratégicas,  pensamos em implementar concursos de escrita e de fotografia, intercâmbios e residências artísticas, etc.

 

Qual é a abrangência, neste momento, do vosso projeto, ou seja, quantas pessoas são e em que países estão distribuídos?
A JUPLP hoje conta com 20 membros dos países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné Bissau, Moçambique e Portugal. Dos 9 países que têm a língua portuguesa como oficial, a JUPLP está presente em 6 e mais a região da Galiza. Além disso, temos pessoas próximas em Timor Leste e São Tomé e Príncipe que nos auxiliam em temas relacionados a esses países. É uma garantia que futuramente vamos ter membros de todos os países da lusofonia.

A JUPLP hoje conta com 20 membros dos países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Galiza, Guiné Bissau, Moçambique e Portugal. Dos 9 países que têm a língua portuguesa como oficial, a JUPLP está presente em 6 e mais a região da Galiza.

Que benefícios traz esta troca de ideias e a multiculturalidade do projeto?
Desde que a JUPLP nasceu, em cada reunião acontecem muitos debates sobre temas, que mesmo comuns para todo mundo, são de importância pelas visões diferentes. Eu que sou brasileiro aprendo muito sobre a história e cultura de cada país. Acredito que sempre vão existir curiosidades pelo riqueza histórica desses países.

img_5996Quais são as principais dificuldades sentidas na construção do JUPLP?
As principais dificuldades em que tivemos foi estruturar o projeto para que tenha uma base firme para atingirmos todos os objetivos. Em julho de 2020 com a criação do movimento, já sabíamos que ele teria uma grandeza enorme e por isso acredito que ainda estamos em construção e sempre vamos estar.

Fala-nos deste processo de integração da Galiza na JUPLP?
A inserção da Galiza na JUPLP não é só simbólica, mas uma ação de muito significado para a lusofonia e uma atitude de reflexão histórica. A bandeira da Galiza inserida na logo da JUPLP não é só algo estético, mas sim um projeto permanente. Vamos recrutar galegas e galegos para fazer parte do movimento, falar sobre patrimônios da Galiza, abranger nosso território de trabalho e fazer o evento Conexões na região. Há muitos outros projetos que vamos desenvolver com a ajuda de galegos.

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