
Quês e porquês do reintegracionismo, editado pola Através Editora, é um dos livros de leitura obrigatória na cadeira Sociolingüística e Planificaçom das Línguas, que ministra a professora Teresa Moure na Faculdade de Filologia da Universidade de Santiago de Compostela.
Sociolingüística e Planificaçom das Línguas é umha optativa para o estudantado de todas as titulações de Filologia e «está destinada a dar uma panorâmica das correntes e assuntos de investigaçom mais vitais na atualidade», explica a professora Moure. Como se abre a um público bastante diferente em interesses —«nom é nem parecido o que estuda alguém de Clássicas e alguém de Alemão», matiza—, está focada ao debate sobre as línguas como instrumentos de poder, «umha conceçom pouco habitual na faculdade», ambiente em que se tende a tratar as línguas «como meios de comunicaçom ou como sistemas de representaçom cognitiva».
Através de leituras atuais e de pequenas dicas ou exercícios oferecidos nas aulas e num blogue, o estudantado deverá desenvolver as suas próprias conclusões num diário pessoal e criativo que será avaliado tanto pola professora como polo conjunto do grupo. Sobre a ideia de poder e língua, som revistadas as questões da feminização da linguagem, a linguagem como ferida —«linguagem e correçom política»—, a glotofagia e a substituiçom lingüística, as línguas de grupos de idade e de contornos urbanos como subversom, as línguas artificiais e o «escuro assunto» das normativas ortográficas e o poder.
«Tenho a sensaçom de que ninguém pode aprender nada que nom quiger aprender, que cada estudante faz uma navegaçom peculiar por estes temas para chegar a conhecer a vitalidade desta disciplina e que interessa pouco acumular grandes saberes teóricos e muito adquirir um juízo crítico que permita analisar as fendas sociais que temos abertas e aprender a argumentar para enfrentar outras novas que, sem dúvida, ham aparecer», assinala a docente.
Neste contexto, Teresa Moure acredita que Quês e porquês do reintegracionismo «é uma leitura ótima», porque documenta umha «polémica real» que existe na sociedade em que vivem o estudantado, porque achega informaçom «útil para elaborar a própria visom sobre o tema das normativas», porque devem estar informados e informadas sobre um assunto que «normalmente nom é tratado em aulas». Ainda mais, a professora acha que o a matéria é «provavelmente silenciada», porque quem nom se informar nom poderá decidir «e nom decidir é tanto como continuar a escrever no que se nos apresenta como ‘oficial’», explica Moure. Para além disso, é umha «leitura amena» e ilustra algo importante: «que neste país também se escrevem bons livros, que há debate aberto e que é possível produzir conhecimento novo e nom trivial sem fazê-lo necessariamente em inglês».