Em termos fonológicos, em relaçom ao castelhano, a distinçom entre vogais abertas e fechadas talvez seja o traço mais emblemático da nossa pronúncia, mas tampouco ele escapa à crise estrutural e social que sofre o idioma, pressionado por uma língua que nom possui essa distinçom. Apesar de ser uma distinçom ainda perfeitamente viva no geral das pessoas que têm o galego como língua materna, o /ɛ/ aberto e o /e/ fechado, assim como o /ɔ/ aberto e /o/ fechado, estám a perder o seu valor opositivo na Galiza a grande velocidade.
Há vários motivos para isso: por um lado, as suas realizações já sofriam de uma grande dispersom dialetal, mas agora avança como nunca a neutralizaçom destes dous pares de fonemas, tornando-se indistinguíveis para muitos galegos e galegas.
Nos dous programas da rubrica Galego de Todo o Mundo dedicados a este tema, Eduardo Maragoto, apresentador do programa, vai confrontando diferentes realizações dialetais galegas com o português para mostrar que hoje em dia, sem input em quantidade e qualidade suficiente, isto é, sem a ajuda do português, onde a pronúncia destas vogais é muito estável e som visíveis na escrita, vai ser muito difícil manter um galego de sete vogais. “O português – diz – em que distribuiçom de abertas e fechadas coincide com as das palavras do galego tradicional na esmagadora maioria dos casos (principalmente o ocidental), deve ser a nossa principal referência neste campo.”