O português estivo perto de somar um novo consenso no Parlamento galego após uma proposiçom nom de lei apresentada polo BNG na Comissom Quarta (Educação e Cultura). Nela, as deputadas nacionalistas Iria Taibo e Cristina Fernández defendiam que o Parlamento devia instar ao governo galego a “aumentar o número de vagas de professorado de língua portuguesa”, formando também “novo professorado” nesta língua. Ainda, o BNG pedia “incorporar a oferta em língua portuguesa em todos os centros de ensino do país”.
O que em princípio parecia a típica proposiçom destinada a ser rejeitada foi, inopinadamente, motivo de aproximaçom entre partidos, pois todos votárom a favor dos dous primeiros pontos da proposta (aumentar vagas e formar novo professorado) e o PP ainda quijo emendar o último, que propunha redigir da seguinte forma: “incorporar a oferta de língua portuguesa de jeito progressivo e segundo a procura com o objetivo de chegar a todos os centros de ensino possíveis”.
Íria Taibo, a quem coube a defesa da iniciativa na sua primeira intervençom como parlamentar, reivindincou o espírito de consenso que levou à aprovaçom da Lei Paz Andrade (2014) para defender o incentivo da procura da língua portuguesa no ensino secundário, após queixar-se dos tímidos avanços do português no ensino galego (mais de 5.000 alunos) se o compararamos com os 25.000 estremenhos que frequentam aulas desta língua. Como exemplo, Taibo denunciou o facto de que este ano nom fossem convocadas vagas para o ensino secundário.
O BNG pedia “incorporar a oferta em língua portuguesa em todos os centros de ensino do país”.
Armando Ojea (Democracia Ourensana) concordou “totalmente” com a moçom de Íria Taibo, e até foi mais longe, defendendo clássicos argumentos reintegracionistas ou mostrando desagrado polo facto de estar-se a chamar língua estrangeira ao português no debate.
Silvia Longueira (PSOE) pujo de manifesto o incumprimento da Lei Paz Andrade e destacou que a procura nom pode surgir do nada: deve ser incentivada pola administraçom.
José Luís Ferro Iglesias reivindicou os progressos na aplicaçom da Lei Paz Andrade, mas defendeu que toda a procura do português está atualmente coberta, nom sendo realista ir para além dessa procura.
Apesar do tom construtivo em que se desenvolveu o debate, a emenda popular foi finalmente rejeitada pelo BNG, que entende que para conhecer a procura real deste idioma, o português deve figurar envelope de matrícula “em todos os centros de ensino por defeito, oferecendo uma pré-matrícula como primeira e segunda língua”.
Finalmente, o PP acabou por votar contra o último ponto (que nom considerou realista), mas tam importante como isso é que o português volta a ser uma das matérias de debate parlamentar onde os partidos enterram os machados de guerra e tentam chegar a acordos.