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Poeta brasileiro publica Maiakovski e Mandelstam em formato de cordel

O poeta, violeiro e jornalista paraibano Astier Basílio, que atualmente faz pós-graduação em literatura russa em Moscou, publicou recentemente dois livretos em formato de cordel, trazendo poemas de dois dos maiores poetas russos do século XX, Vladimir Maiakovski e Ósip Emílievich Mandelstam.

Trajetória literária

Astier Basílio começou a escrever poesia aos 14 anos, sempre influenciado pela oralidade da poesia nordestina. Seu primeiro livro foi publicado aos 19 anos e desde então, já lançou 15 obras, incluindo duas coletâneas de contos e uma peça de teatro. Em 2000, ganhou o prêmio Novos Autores Paraibanos, promovido pela editora da UFPB.

Em 2014, ganhou o prêmio Nacional da Funarte de Dramaturgia. Na área de prosa, foi finalista do prêmio Sesc, na categoria romance, em 2017. Além disso, atuou no jornalismo, tanto nas redações, como na parte do colunismo cultural, que ainda exerce até hoje. Mantém uma coluna no jornal A União onde escreve sobre poesia russa, sempre com traduções.

Pós-graduação na Rússia

A pretensão inicial do escritor era aprender o idioma e voltar para o Brasil. Com as economias de 1 ano e meio e depois de frequentar cursos pagos de russo, foi para Rússia e acabou se apaixonando pelo ambiente acadêmico na Rússia, especialmente pela literatura russa, que considera riquíssima.

Acabou ingressando na pós-graduação em ensino de literatura russa, no Instituto Pushkin, onde obteve o diploma vermelho, conferido aos que tiram as melhores notas. Como o Instituto Pushkin não possuía nenhuma linha de pesquisa voltada para literatura no doutorado, continuou seus estudos no Instituto de Literatura Maksim Górki.

Nas duas ocasiões, no mestrado e doutorado, o tema foi a obra de Valério Pereliéchin (1913-1992), poeta russo que morou quase quarenta anos no Brasil.

Maiakóvski e Mandelstam em formato de cordel

A ideia de publicar Maiakovski e Mandelstam em formato de cordel veio quando o escritor visitou uma loja de obras raras em Moscou e viu a primeira edição de vários livros de grandes nomes da Era de Prata russa, que lembravam em muito o formato gráfico dos folhetos de cordel.

Além disso, a escolha por Mandelstam foi natural, pois foi o primeiro poeta que despertou sua atenção e que o cativou quando começou a ler em russo. Já Maiakovski, o processo foi outro, pois o poeta nunca havia sido muito apreciado por Astier Basílio. Durante o processo de pesquisa, no entanto, ele percebeu a grandiosidade e a força que ribombam na voz de Maiakovski.

“Nunca fui muito simpatizante de Maiakovski. Talvez por causa da postura que considerava arrogante de seus admiradores. Bobagem minha. Deixei tudo isto de lado e fui de coração aberto ler seus poemas, estudar sua obra. Durante o processo de pesquisa, me dei conta da grandiloquência e da força que ribombam na voz de Maiakovski, o Poeta da Revolução”.

Lançamento no Brasil

O folheto de Mandelstam foi lançado primeiro e teve mais tempo para ser divulgado. Astier Basílio fez lançamentos em João Pessoa, Campina Grande, Recife, Fortaleza e São Paulo, com

O sucesso do lançamento dos folhetos de cordel de Mandelstam e Maiakovski no Brasil foi uma grata surpresa para Astier Basílio. O poeta não esperava uma recepção tão calorosa do público, mas acredita que a forma inusitada de apresentar a obra dos dois autores tenha sido um fator que chamou a atenção do público.

Os folhetos foram vendidos em diversas livrarias do país e também foram distribuídos em feiras de literatura e eventos culturais. Astier realizou palestras e bate-papos em algumas cidades para falar sobre a experiência de publicar os poemas de Mandelstam e Maiakovski em formato de cordel.

A ideia de trazer a literatura russa para o universo do cordel também atraiu a atenção da imprensa brasileira. O poeta foi convidado para dar entrevistas em jornais, revistas e programas de TV para falar sobre o projeto e a relação entre a poesia nordestina e a russa.

Para Astier Basílio, o lançamento dos folhetos de cordel de Mandelstam e Maiakovski no Brasil foi um marco em sua carreira literária e um importante passo para a divulgação da literatura russa no país. Ele acredita que essa experiência possa abrir caminhos para a publicação de outros autores russos em formato de cordel e para a aproximação entre a cultura brasileira e russa

Planos para o futuro

Ao ser questionado sobre o lançamento das obras em Portugal e Galiza, Astier Basílio deixou evidente seu interesse em apresentar os livros nos dois países e acrescentou “Sou grande admirador do trabalho de Felipe Guerra e Nina Guerra que têm dado uma inestimável contribuição às traduções de literatura em língua portuguesa, em especial, à obra de meu amado Óssip Mandelstam”.

“A Galiza ainda não conheço, mas me fascina de há muito. Um poeta da minha cidade, José Laurentino, esteve por lá, participando de um festival de poesia, e ao voltar falou maravilhas”, conclui o escritor.

O próximo lançamento em formato cordel está em fase final e terá como título “Escrevendo no escuro, uma microantologia da poesia do underground soviético (1921-1985)”. “Desta vez, traduzi 10 poetas, todos inéditos em português, cada um com dois poemas e um verbete biográfico. Meu objetivo foi  mostrar que a vanguarda russa não morreu quando Maiakovski se suicidou em 1930”, destaca Basílio.

Contatos do autor

Instagram – @astierb

Facebook – https://www.facebook.com/astier.basilio/  

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