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Perico Balado: “Devemos apartar um pouco o debate sobre a língua e mostrar conteúdos reais que nos estamos perdendo”

Pedro Balado, Perico, é um jornalista de Sigueiro que na semana passada surpreendeu com a sua participação no concurso ‘O preço certo’, da televisão portuguesa.

imagen2Há uns dias participavas no programa “O preço certo” da RTP, e comentavas que seguias o programa, por que meio?
Às vezes vejo o programa na app da RTP. Há conteúdos muito interessantes, ainda que desde fora de Portugal não se podem ver todos (têm algumas limitações por questão de direitos de reprodução). Para ver a tevê ao vivo… É possível, mas já há que dar alguma volta mais.

Que opinas da histórica demanda de recebermos as rádios e televisões portuguesas na Galiza?
Lamento que ainda não se levasse a cabo. Creio que seria interessante para todas as partes: produtores e anunciantes por chegarem a maior audiência, e os telespetadores, mais oferta onde escolher.
Acho que as dificuldades, para além de políticas, estão nos direitos de reprodução. Há conteúdos que em Portugal se emite em aberto que aqui são em plataformas de pagamento, e vice-versa (por exemplo, a série “3 Caminos” emitem-na na RTP e aqui está na Amazon Prime). Criaria alguns conflitos que haveria que estudar como solucioná-los, mas não parece simples.

Nom tiveste qualquer problema de entendimento por causa do idioma, e ainda esclareceste que o galego e português eram “praticamente a mesma língua”. Como chegaste a esta conclusom? Tens formaçom específica de português? Como a adquiriste?
A essa conclusão cheguei após ter viajado muito a Portugal com a minha família quando era criança e depois de ter assistido aulas de português com uma das minhas twitteiras favoritas: @saboridinha, que me ajudou a conseguir o título no Instituto Camões.

Tu como jornalista, podes exercer a tua atividade em galego?
imagen3Eu, particularmente, sim. Mas não creio que seja o mais comum na profissão. Trabalhei quase sempre para meios que usam o galego como língua veicular.

Onde podemos seguir algum do teu trabalho?
Nos últimos anos estive trabalhando como guionista e redator em diferentes programas da TVG. Agora trabalho mais na comunicação de empresa e estou a trabalhar num documentário que tem muito a ver com Portugal. De momento não posso contar muito mais… (risos).

Que opinas da proposta binormativista para permitir que as pessoas reintegracionistas tenham igualdade de direitos?
Não tenho uma opinião formada sobre o tema, sendo sincero. Sei que há línguas que têm em funcionamento uma proposta binormativista pelo que deve ser possível. Aqui há muito trabalho por fazer.

Vendo a situaçom sociolinguística na Galiza, como imaginas o panorama dentro de 20 anos?
Acho que vejo um pouco o que vemos todos: entre mal e muito mal. O número de falantes continua a descer e as medidas de protecção sobre a língua penso que são insuficientes. Faz falta uma intervenção urgente, provar coisas diferentes. Esse giro cara a norma portuguesa pode ser uma boa forma de abrir-nos a um mercado mais amplo.

Faz falta uma intervenção urgente, provar coisas diferentes. Esse giro cara a norma portuguesa pode ser uma boa forma de abrir-nos a um mercado mais amplo.

O que achas que cumpre fazer para reverter a situaçom?
Acho que se queremos achegar-nos aos 240 milhões de potenciais falantes, devemos apartar um pouco o debate sobre a língua e mostrar conteúdos reais (televisão, comédia, literatura…) que nos estamos perdendo por estar de costas ao mundo lusófono. Há muitas culturas maravilhosas que temos a sorte de “consumir” sem ter que estudar uma língua. É de parvos não aproveitá-la.

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