Partilhar

Novidades Através: 50 anos de Abril na Galiza

O presente volume revisa a influência e repercusões da Revolução dos Cravos na Galiza, cinquenta anos depois.

A edição, que já está disponível nas livrarias e na loja online, foi desenvolvida polos professores Carlos Pazos-Justo e Roberto Samartim, conta com doze autores/as de Portugal e da Galiza que abordam Abril de 1974 de diferentes perspetivas, mas sempre com uma olhada pessoal.
O presente volume contempla também a reprodução de diversos materiais (fotografias, documentos…) que pretendem mostrar alguns dos vários cruzamentos que a Revolução dos Cravos propiciou no quadro geral das relações galego-portuguesas e que ilustram os capítulos do livro.

Após um imprescindível prefácio dos autores, começa o depoimento “Que força é essa?”, onde Fernando Rosas traça uma rápida, mas precisa análise das forças por trás da Revolução e do processo consequente que deu lugar à atual democracia portuguesa. Sob o título “Outros sinais de Abril”, Henrique Barreto Nunes resgata vivências e memórias em que conjuga o 25 de Abril com os seus vínculos com a cultura galega. Manuel Durán Clemente, um dos capitães de Abril, em “A Galiza tem raízes na Liberdade de Abril”, evoca os tempos da Revolução, estabelecendo ligações com o devir da Galiza. Já em relação a contributos de autoria galega, “O ano 1974, cinquenta anos depois”, de José-Martinho Montero Santalha, rememora também em primeira pessoa o seu 25 de Abril, dando notícia do importante “Manifesto para a supervivência da cultura galega” desse ano, de que ele foi principal promotor e redator. Em “Rádio e exílio: às quintas-feiras, em O norte dia a dia, falamos ‘para os nossos amigos da Galiza’”, Margarita Ledo relembra o seu exílio no Porto, episódio talvez menos conhecido, que espelha outros cruzamentos político-culturais entre a Galiza e o Portugal de Abril. A seguir, Manuel Mera, em “O sindicalismo galego e a Revolução portuguesa” expõe as articulações várias que vão surgindo
entre o processo de construção dum sindicalismo nacional galego e a Revolução portuguesa. Por último, Vicente Araguas, com “De costas viradas?”, revisita as crescentes cumplicidades que vão surgindo no âmbito musical entre a Galiza e Portugal nos tempos em foco.
Num segundo bloco do livro, recolhem-se dois trabalhos previamente publicados e incluem-se mais dois inéditos. Elias J. Torres Feijó estuda em “O 25 de Abril e as suas imediatas consequências para e no protossistema cultural galeguista” as relações que em 1974-1975 se estabelecem entre pessoas e grupos da Galiza com o Portugal da Revolução.
Por seu turno, em revisão de texto anterior, Maria Felisa Rodríguez Prado, “O campo musical na Galiza dos anos setenta, a Nova Canción Galega e Portugal”, estuda as articulações várias, particularmente no
campo musical, que se estabelecem entre os grupos galegos de oposição à Ditadura e os grupos portugueses de similar tendência. Segue “O impacto da Revolução dos Cravos na transição espanhola na perspetiva da Galiza”, onde Fernando Martínez Arribas reflete acerca da influência do processo português no quadro do lento ocaso da ditadura espanhola e nas lógicas políticas da Galiza. Fecha este bloco Sónia Duarte, “Heranças de Abril: da liberdade sindical à proximidade sindical – Um caso de afinidade no sindicalismo docente no noroeste peninsular (SPN e CIG- Ensino)”, abordagem que recupera (em linha com o texto de Manuel Mera) alguns episódios que nos falam das relações e articulações entre
os sindicalismos emergentes aos dois lados do rio Minho.
O livro inclui, ainda, uma “Cronologia do 25 de Abril”, em que Alexandra Paz traz uma completa recolha de acontecimentos, entre 1945 e 1982, para melhor entender génese e desenvolvimento posterior do 25
de Abril.

OS AUTORES

Carlos Pazos-Justo. Professor do Departamento de Estudos Românicos da Universidade do Minho e investigador do grupo Galabra-UMinho do Centro de Estudos Humanísticos da mesma universidade. A sua investigação tem-se centrado nos estudos da cultura e da literatura. É Coordenador do Centro de Estudos Galegos da UMinho e Presidente da Asociación Internacional de Estudos Galegos [+ info: https://redegalabra.org/membro/carlospazos/].

Roberto Samartim. Professor no Departamento de Letras da Universidade da Corunha (UDC). Integra o Grupo de Estudos Territoriais da UdC e a Rede Galabra (grupos na USC e na UMinho). Estuda o funcionamento dos campos culturais e os processos políticos e ideológicos com eles relacionados. Entre outras responsabilidades, foi diretor da Agália. Revista de Estudos na Cultura (2010-2017), vice-decano da Faculdade de Filologia da UdC (2011-2013), Secretário Geral da Associação Internacional de Lusitanistas (2011-2014) e editor da www.plataforma9.com (2014-2018) [+ info: https://redegalabra.org/membro/robertosamartim/].

A última novidade da Através Editora, Farpas e lampejos regeneradores, apresenta-se em Vigo

Carlos Garrido:“O galego deixa de incorporar todas as palavras que nas línguas cultas da Europa surgem e se socializam a partir do início da Idade Moderna”

AGAL combina viagem de comboio Vigo-Porto para a próxima assembleia ordinária da associaçom

Estudantes da Universidade da Corunha organizam exposição sobre “Vozes femininas caboverdianas”

Novidades Através: Farpas e lampejos regeneradores

Galegos até a morte

A última novidade da Através Editora, Farpas e lampejos regeneradores, apresenta-se em Vigo

Carlos Garrido:“O galego deixa de incorporar todas as palavras que nas línguas cultas da Europa surgem e se socializam a partir do início da Idade Moderna”

AGAL combina viagem de comboio Vigo-Porto para a próxima assembleia ordinária da associaçom

Estudantes da Universidade da Corunha organizam exposição sobre “Vozes femininas caboverdianas”