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Marco Pereira: “Considero que o galego deveria estar mais ligado ao português”

35183117354_bec1fba603_oMarco Samuel Pereira Oliveira estuda jornalismo, porém, já tem experiência no trabalho mediático, em concreto no programa de rádio Grandes Vozes do Nosso Mundo. Falamos com este moço nascido em Jove em 1993, cuja condiçom de cego nom supujo umha barreira para que a sua voz se escute até na rádio internacional lusófona do Brasil, na cadeia de rádios municipais da Galiza —Radio Fusión— na Rádio Universitária do Minho em Braga e também em Cuac FM da Corunha e em Rádio Filispim de Ferrol. Considera que a cegueira e a radiofonia se levam de maravilha. Já em 2018 foi galardoado com o prémio “Estudante Galeguista” que outorga a ANG.

Estás a estudar jornalismo, mas já tens anos de experiência na profissom, no programa radiofónico Grandes Vozes da lusofonia. Como avalias esta experiência?
A verdade é que foi tudo mui positivo. Por um lado, cumpria um sonho, levar um programa de rádio de maneira mais profissional e por outro lado, e se calhar o mais positivo, foi o que aprendim, seja em termos de locuçom, ou a nível musical.

Quanto respeitas o guiom e quanto há de improvisaçom na rádio?
A verdade é que tento respeitar o máximo possível o guiom do programa, mas de vez em quando, improviso, porque creio que a improvisaçom é importante, dá-lhe mais vida ao programa. Claro está que há que ser cuidadosos e improvisar no momento adequado, mas insisto, em termos gerais é algo que lhe dá vitalidade ao programa.

A incorporaçom à grelha da Radio Fusión foi um estímulo para avançar? Em que emissoras se emite agora o programa?
Na verdade, sim, ajudou muito o facto de estarmos presentes na cadeia de emissoras municipais da Galiza, Radio Fusión, pois além de ajudar-nos a avançar e a continuar com o projeto, foi umha alegria saber que muitos galegos e galegas iam poder escutar um programa que cria essa ponte verdadeira entre os países aos que chegou o nosso idioma, musicalmente falando.
Na atualidade, o programa é emitido em Radio Fusión, Cuac FM da Corunha, Rádio Filispim de Ferrol, Rádio Universitaria do Minho em Braga e na Rádio Internacional Lusófona do Brasil.

Na atualidade, o programa é emitido em Radio Fusión, Cuac FM da Corunha, Rádio Filispim de Ferrol, Rádio Universitaria do Minho em Braga e na Rádio Internacional Lusófona do Brasil.

De onde nascem os teus conhecimentos musicais?
Eu desde pequeno sempre vivim vinculado à música, graças à rádio, e às cassetes que compravam meus pais quando viajávamos a Portugal. No caso da rádio, escutava muita música comercial, como a que soa nos quarenta, mas as cassetes de meus pais eram maioritariamente em português. Mas se falamos em termos musicais a nível galego-português, foi sobretudo pouco antes de iniciar este projeto de programa. Graças a ele, pudem conhecer muitos e muitas artistas que nom conhecia, sobretudo da zona africana.

Que importância tivo na tua formaçom Matias Nicieza?
marco-pereira-01Matias Nicieza foi um pilar importante já desde 2013, quando comecei a fazer rádio como entretenimento, em Radio Valadouro, num programa musical, mas de umha temática diferente ao do Grandes Vozes do Nosso Mundo e desde aquela, sempre me acompanhou, tanto nos meus começos em Radio Burela com o mesmo programa que fazia em Radio Valadouro, como no Grandes Vozes, que nasceu no dia 22 de janeiro de 2016.

Que tal se levam a cegueira e a radiofonia?
Francamente, de maravilha! Tudo isso graças a que os guions som transcritos em braille, sistema de leitura e de escritura que utilizamos as pessoas cegas ou com baixa visom.
Creio que o facto de ver pouco ou nada nom supom umha barreira mui grande para levar um programa. É verdade que o sistema há que mudá-lo e há que controlar mui bem o trabalho feito desde o controle, sobretudo no momento em que o técnico baixa a música, o que significa que o locutor ou locutora deve entrar. É um sinal, como quando se acende a luz vermelha, enquanto os demais o veem, eu oriento-me por isso.

Este 2021 há 40 anos que o galego é oficial, como jornalista que trabalha em galego, como vês a situaçom da nossa língua?
Sendo mui honesto, bastante mal. É verdade que há publicaçons em galego como Nós, que é o único diário integramente em galego, ou digitais como Praza.gal ou Galicia Confidencial, a situaçom nom é demasiado favorável. Tenho a impressom de que as instituiçons nom estám a fazer um bom trabalho em prol da nossa língua e os meios de grande tiragem, um tanto do mesmo.

Como avalias a alternativa do binormativismo?
De maneira mui positiva. Considero que o galego devera estar mais ligado ao português, por motivos mais que suficientes. Ajudaria ao comércio entre os países lusófonos, entre outras muitas coisas mais, mas creio que além do trabalho feito em diferentes instâncias, a nível institucional, deveria estudar-se essa possibilidade e nom tratar o reintegracionismo como um tema tabu.

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