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FOMENTAR O ECOLOGISMO DESDE A ESCOLA

 

dia-mundial-do-meio-ambiente-cartaz    O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado anualmente em 5 de junho. Esta jornada começou a ser comemorada em 1972, com o objetivo de promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente e alertar o público mundial e governos de cada país para os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidar do meio ambiente. Foi em Estocolmo, no dia 5 de junho de 1972, que teve início a primeira das Conferências das Nações Unidas sobre o ambiente humano (durou até dia 16) e por esse motivo foi a data escolhida como Dia Mundial do Meio Ambiente. No Brasil ainda se celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente, como consequência da data criada pela ONU. Todos os anos, as Nações Unidas dão um tema diferente ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Os temas para esta celebração são uma maneira de dar ideias para atividades de conscientização das populações e de proteção do meio ambiente. No presente ano o tema central é o turismo sustentável para o desenvolvimento.

Entre as atividades básicas e principais que podem organizar-se com os escolares para comemorar esta jornada temos os educadores as seguintes: Pintar um mural sobre a natureza; ajudar a limpar uma praia; fazer cousas com material reciclado; plantar uma árvore ou um mini jardim no pátio da escola; utilizar materiais reciclados; separar o lixo para ser reciclado e ajudar a limpar um parque público ou as ribeiras do rio da localidade onde está a nossa escola ou liceu.

O ambientalismo pode ser entendido como um movimento político, filosófico e social que busca criar ações para a proteção da natureza e o ambiente natural, sendo os objetivos dos cientistas ambientais, em geral, aqueles que incluem:

-Redução da poluição e limpeza, para que no futuro cheguemos à poluição zero.

-Redução do consumo de combustíveis não-renováveis pela sociedade.

-Desenvolvimento de fontes alternativas de energias, que são renováveis ou não poluem.

-Proteção de ecossistemas.

-Preservação de espécies em perigo de extinção.

-Estabelecimento de reservas naturais para proteção da biodiversidade e de ecossistemas dos quais a vida em nosso planeta depende.

-Conscientização para um consumo sustentável.

-Tratamento adequado de resíduos, por meio de reciclagem ou reaproveitamento.

Os desafios são cada vez maiores, já que o consumo desenfreado e impensado cresce a cada dia, como o consumo de energia, a liberação de carbono na atmosfera e a drenagem dos nossos recursos hídricos, que são motivos de constante preocupação.

Resenhamos a seguir três lindas frases muito significativas, que podem fazer refletir aos nossos estudantes sobre o importante que é conservar o nosso entorno e meio ambiente, para as nossas vidas e as dos cidadãos. “É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve” (Victor Hugo). “Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja” (Chico Xavier). “Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fame” (Mahatma Gandhi).

O meio ambiente engloba todas as cousas vivas e não vivas existentes na Terra, ou ainda em determinada região dela, que vem afetar ecossistemas e as vidas dos seres humanos. O meio ambiente é o conjunto de leis, condições, influências e da infraestrutura física, biológica e química que rege, abriga e permite a vida em todas as formas possíveis. A vida em geral só é possível em um ambiente saudável, rico em recursos naturais, como a água, e livre de poluição. Atualmente, vemos uma grande depredação de nosso meio ambiente, uma diminuição de recursos hídricos e um ar cada vez mais impuro e poluído. Esses fatores não prejudicam apenas a nossa geração, mas especialmente as gerações futuras, que irão sofrer as consequências de nossos atos presentes. É por isso que a jornada do meio ambiente foi criada, visando reeducar o cidadão, as indústrias e o Estado, para que cada um, fazendo sua parte, possa preservar nosso meio ambiente. E é muito grave que nos últimos anos, por interesses vergonhosos das grandes empresas que poluem, ou dos que beneficiam da deflorestação ou da exploração dos recursos naturais e mineiros de muitos lugares do planeta, já foram assassinados perto de 200 ecologistas e ativistas ambientais de mais de vinte países, sendo vítimas umas setenta pertencentes a diferentes comunidades indígenas. Na América Latina, e também em África, muitos defensores do ambiente foram assassinados de maneira sistemática. Um ataque tão infame aos direitos humanos, que se executa com total impunidade, enquanto o mundo, em grande parte de países, guarda silêncio, perante o aumento cada dia de mártires da defesa do ambiente. E tudo isto também o devem conhecer os estudantes dos diferentes níveis do ensino.

Existem bastantes filmes adequados para trabalhar o tema da ecologia e da defesa do ambiente com os escolares. Alguns já foram utilizados em anteriores artigos desta série de As Aulas no Cinema, publicados também para comemorar o dia do meio ambiente e propor atividades a realizar com os estudantes nos estabelecimentos de ensino dos diferentes níveis. Desta vez escolhi um dos poucos filmes que realizou o ator Robert Redford, intitulado Duas vidas e o rio, mas também como O rio da vida (em inglês original A River Runs Through It).

FICHA TÉCNICA DO FILME:

Título original: A River Runs Through It (Duas vidas e o rio / O rio da vida ou Nada é para sempre).duas-vidas-e-o-rio-ou-nada-e-para-sempre-cartaz

Diretor: Robert Redford (EUA, 1992, 123 min., cor). Produtora: Columbia Pictures.

Roteiro: Richard Friedenberg, Segundo o romance de Norman MacLean.

    Fotografia: Philippe Rousselot. Música: Mark Isham.

Atores: Craig Sheffer, Brad Pitt, Tom Skerritt, Brenda Blethyn, Emily Lloyd, Edie McClurg, Stephen Shellen, Vann Gravage, Nicole Burdette, Susan Traylor, Michael Cudlitz, Rob Cox,  Buck Simmonds, Fred Oakland, David Creamer e Joseph Gordon-Levitt.

Argumento: Um pai severo e os seus dous filhos vivem numa terra onde a Natureza ainda é rainha. Um dos filhos é um jovem estudioso e aplicado, enquanto o outro não evita o rótulo de mulherengo e rebelde. Mas as diferenças dos homens desta família esbatem-se quando entram em contacto com o rico Blackfoot e apreciam a beleza das águas a correrem pelos campos, enquanto se dividem entre pescarias e intermináveis aventuras. Uma poética viagem de Robert Redford à América profunda do início do século passado.

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O GRANDE PERIGO DE SER ATIVISTA AMBIENTAL:

Temos a experiência da luita ecologista levada a cabo em finais dos anos noventa para impedir que se construísse a mini-hídrica no rio Barbantinho, entre os municípios de Maside e Amoeiro, que destruiu um castro, uma formosa paragem natural e a famosa fervença ou cachão, ignorando todas as leis e com a conivência dos organismos públicos e da Junta. Os ecologistas, membros da Coordenadora Pro Natureza Ourensana (COPRONAOU), do grupo “O Brote” e do coletivo ecologista “Ouriço” da ASPGP, realizaram várias manifestações contra tal atentado, uma concentração ao lado da fervença e, finalmente, estabeleceram na justiça cinco contenciosos e uma queixa-crime. Tudo o qual de pouco serviu, pois a mini-hídrica foi construída, embora sejamos na Galiza excedentários em energia elétrica. Alguns dos ecologistas foram perseguidos no seu momento e tiveram que depor perante a polícia. Simplesmente por tentarem preservar uma das nossas paragens naturais únicas. Finalmente ENGASA, que era como se denominava a empresa, dirigida mesmo por membros da Junta relacionados com o ambiente (?), levou o gato à água. Foi esta que comentamos uma luita ecológica que teve lugar na Nossa Terra, como outras muitas organizadas pela Adega, a mais importante entidade galega defensora do nosso meio natural, junto com Amigos da Terra.

Já noutros cenários do planeta temos a Greenpeace, também modelar na defesa do meio, e cujos membros nalguns lugares e países sofreram bastantes agressões. Recentemente vêm-se de dar a conhecer a listagem de mártires da defesa do ambiente no mundo. De tal maneira, que cada vez é mais perigoso ser ativista ambiental. Só no ano 2015 foram assassinados 185 ativistas em 16 países do planeta, deles 67 eram indígenas, os seres humanos mais expostos, quando tentam, por exemplo, que não lhes roubem as árvores para fazer madeira. Os indígenas e as pequenas ONG são os mais expostos à violência. Brasil, Colômbia e Filipinas são os países que registam mais ataques mortais. Só no ano que mencionamos foram assassinados 50 ativistas no Brasil, 33 nas Filipinas, 26 na Colômbia, 12 na Nicarágua e outros tantos no Perú, 11 no Congo, 10 na Guatemala, 8 nas Honduras, 6 na Índia, 4 no México, 3 na Indonésia, 2 na Tailândia, Camboja, Birmânia (Burma) e Libéria e 1 no Paquistão e outro em águas internacionais. O dia 2 de março de 2016 foi assassinada nas Honduras a famosa ativista Berta Cáceres, que durante anos tinha liderado na sua terra um movimento contrário à construção da barragem hidroelétrica de Água Zarca, sendo tiroteada na sua casa por uns sicários aquela noite. No seu dia recebeu o prémio ambiental Goldman, uma espécie de Nobel Verde. O membro de Amigos da Terra de México, Gustavo Castro, que hoje reside no nosso país, acolhido a um programa de proteção de Amnistia Internacional, estava com ela naquele preciso momento do ataque, faz um ano, embora só fosse ferido. O assassinato de Berta Cáceres é paradigmático, porque era uma mulher latino-americana que defendia os direitos dos indígenas perante grandes projetos de infraestruturas. Pertencia ao grupo mais golpeado por esta violência que ano a ano aumenta no planeta. As empresas espoliadoras dos recursos naturais e mineiros, mesmo recorrem a sicários para que matem os ativistas, defensores da terra e dos recursos naturais.

SOMOS PARTE DA TERRA E ELA É PARTE DE NÓS:

A Terra não pertence ao homem, mas o homem à Terra, declarou em 1854 o líder da tribo índia Suwamish de Seattle, no noroeste da América. Quando o “Grande Chefe Branco” de Washington, que naquela altura era o presidente Franklin Pierce, queria comprar um bom punhado de ricas terras índias. A carta que o chefe índio enviou ao chefe branco em resposta está considerada como o manifesto ecologista mais formoso e acertado da história, para criar uma consciência comum aos problemas da poluição, a conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais relacionadas com a proteção do Planeta Azul. O manifesto ecologista citado, lindo de verdade, pode ser consultado e lido entrando na internet. No entanto, quero hoje comentar alguns dos seus mais formosos e significativos treitos. Deixo que fale o índio suwamish: “Somos parte da Terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são as nossas irmãs, o cavalo, o coelho e a lebre, a majestosa águia, são nossos irmãos. Os picos das rochas, as ervas das pradarias, o calor do corpo do potro e o homem, todos pertencem à mesma família”. Eis uma forma poética de dizer que todos os seres vivos formam uma cadeia interdependente. “Os rios são os nossos irmãos, eles calmam a nossa sede. Os rios levam as nossas canoas e alimentam os nossos filhos, se vos vendermos as nossas terras, devereis lembrar e ensinar a vossos filhos que os rios são os nossos irmãos e irmãos vossos; devereis em diante dar aos rios o trato bondoso que daríeis a qualquer irmão” (…)” O homem branco trata a sua mãe, a Terra, e o seu irmão, o céu, como se fossem cordeiros e contas de vidro. O seu insaciável apetite devorará a Terra e deixará atrás de si só um deserto. Não o compreendo. A nossa maneira de ser é diferente da vossa” (…) ”Os índios preferimos o suave som do vento que acaricia o rosto do lago e o odor do mesmo vento, purificado pela chuva do meio-dia ou perfumado pela fragância das árvores. O ar é algo precioso para o homem pele vermelha, porque todas as cousas partilham o mesmo alento; o animal, a árvore e o homem. O homem branco parece não sentir o ar que respira’” (…) “Consideraremos a vossa oferta de comprar as nossas terras. Se decidirmos aceitá-la, porei uma condição: que o homem branco deverá tratar os animais destas terras como irmãos” (…) “Todas as cousas estão relacionadas entre si” (…) “Deveis ensinar isto a vossos filhos: que a Terra é a nossa mãe e tudo o que afete a Terra, afeta os filhos da Terra. Quando os homens cospem no chão, cospem-se a si mesmos” (…) “Se continuardes a poluir a Terra, alguma vez morrereis pelos vossos próprios desperdícios”. E no final pergunta-se: “Onde está o espesso bosque? Desapareceu. Onde está a águia? Desapareceu. Assim termina a vida e começa o sobreviver”.

Aparecem neste belo discurso os elementos fundamentais para a vida: a água, o ar e a terra e a interdependência entre todos os seres vivos do mundo vegetal e animal. A água, bem prezado do qual no planeta hoje tão só é aproveitável para o consumo humano dous por cento da que existe, porque não paramos de poluir rios, lagos e mares. O ar, que não o notamos, mas, se faltar, morremos. A terra que, além das catástrofes naturais, não a tratamos como verdadeira mãe que é, queimando os seus bosques e fragas e fazendo abates indiscriminados, sem nos darmos conta da importância vital das árvores. Por tudo isto, desde as escolas, e desde a terceira escola dos meios de comunicação social, temos que dar a conhecer a crianças e jovens a Carta da Terra, para que se cumpram os seus quatro princípios básicos: Respeito e cuidado da vida, Integridade ecológica, Justiça social e económica e Democracia, não-violência e paz.

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR:

Servindo-se da técnica do Cinema-fórum, analisar e debater sobre a forma (linguagem cinematográfica: planos, contraplanos, panorâmicas, movimentos de câmara, jogo com o tempo e o espaço, truques cinematográficos, etc.) e o fundo do filme antes resenhado, realizado por Robert Redford.

Organizamos nos nossos estabelecimentos de ensino a festa da árvore, fazendo plantações de árvores e de plantas no jardim da nossa escola. Amenizamos a festa com música, canções e danças alusivas, e mesmo com jogos dramáticos, cooperativos e populares. Podemos fazer a montagem teatral da linda obra de Manuel Maria Berenguela, uma espinha de tojo.

Depois de escolher entre todos um livro para ler, organizamos depois um Livro-fórum sobre o mesmo. Temos por exemplo, editados na nossa língua, livros como O bosque animado de Wenceslao Fernández Flórez, O livro da selva de Ruyard Kipling e Dersu Uzala (O caçador) de Vladimir Arséniev. Entre outros muitos. Na ligação: https://premioembracoecologia.com/2016/12/13/a-natureza-em-dez-livros-inspiradores-para-criancas/, há uma listagem de 10 livros sobre a Natureza inspiradores para crianças, dos quais podemos escolher algum.

 

 

 

 

 

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