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CURTOCIRCUÍTO ACOLHERÁ A ESTREIA NA GALIZA DE ‘O CORNO’ E UM VASTO PROGRAMA DE CINEMA GALEGO

O filme ‘O corno’ de Jaione Camborda terá a sua estreia galega na sessão inaugural de Curtocircuito, Festival Internacional de Cinema de Santiago de Compostela, antes do passo às salas de cinema no dia 11 de outubro.

O compromisso de Curtocircuito com o cinema galego reforça-se no seu vigésimo aniversário: o anúncio das secções Planeta GZ, Supernova, Terra – dedicada a Arancha Brandón – e #OutraCompostela soma-se à estreia galega de ‘O corno’.

A secção paralela Curtocircuito x Cineclube de Compostela renderá homenagem à figura de Roberto Vidal Bolaño.

A estreia galega de O CORNO, de Jaione Camborda, em Curtocircuito inaugura uma 20ª edição de aposta pelo cinema galego.

O corno, a segunda longa-metragem da diretora e guionista Jaione Camborda, terá a sua estreia galega na jornada inaugural de Curtocircuito no dia 3 de outubro no Teatro Principal de Santiago de Compostela, após o seu passo pela Secção Oficial do Festival Internacional de Cinema de Donostia e pelo Festival Internacional de Cinema de Toronto, onde será o primeiro filme espanhol a concorrer na secção Platform. A sua estreia nas salas comerciais será no dia 11 de outubro, pela mão de Elastica Films.

O corno, a segunda longa-metragem da diretora e guionista Jaione Camborda, terá a sua estreia galega na jornada inaugural de Curtocircuito no dia 3 de outubro no Teatro Principal de Santiago de Compostela

O filme – uma coprodução com Bélgica e Portugal liderada por Esnatu Zinema e Miramemirame, duas produtoras com sede em Santiago – faz história por ser a primeira longa-metragem em galego que concorre na Secção Oficial do Festival de Donostia, o primeiro de produção galega e também a primeira obra duma cineasta galega ou assentada na Galiza, como é Jaione Camborda (original de Donostia e estabelecida em Compostela há mais de uma década), que aspira à Concha de Ouro.

Jaione Camborda assistirá à apresentação do filme acompanhada pela equipe artística de atrizes galegas com a bailarina Janet Novas à frente, no primeiro trabalho dela em cinema. A presença da cineasta em Curtocircuíto reitera o interesse do festival na figura dela. Em 2018 foi a protagonista da secção Terra, foco dedicado a novas cineastas galegas, e ao longo dos anos participou na secção Planeta GZ com as peças ‘Prova de agilidade’, ‘Rapa das bestas’ ou ‘Videogramas #4’.

A escolha de ‘O corno’ para inaugurar o festival ressalta o interesse de Curtocircuíto por gerar um espaço de visibilidade para o cinema realizado na Galiza, aposta que se reflete nas secções para o cinema galego: Planeta Gz, Supernova, a secção Terra, dedicada a Arancha Brandón, #OutraCompostela, para além da homenagem a Roberto Vidal Bolaño que será rendida na secção paralela Curtocircuíto x Cineclube de Compostela.

No âmbito dos conteúdos de cinema galego anunciados em primícia, a secção competitiva Planeta GZ revela o poder de criação que tem a Galiza. Uma escolma de oito filmes que, com nível cinematográfico excecional, combina nomes consolidados como Enar de Dios, Helena Girón, Ángel Santos e Xacio Baño com outros como Borja Santomé ou Anxos Fazáns, novas cineastas que são já muito mais do que uma promessa. A seleção apresenta aproximações heterodoxas à paisagem que vao desde o drama próximo ao romanticismo do western Ulises de Felix Brisel até ao ensaio cientificista Ecotone (Enar de Dios), passando pela experimentação sensorial de Bloom (Helena Girón e Samuel Delgado) ou a poética de Devoções (María Senra e Ángel Montero); filmes em torno da maternidade, do lar e dos conflitos internos (Não te vejo, de Xacio Baño, Habitar de Anxos Fazáns e Ruovesi de Andrea Zapata-Girau, respetivamente); artefactos de psicodelismo neurótico como a animação Alguém me chamou Serpe Negra de Borja Santomé; e filmes geracionais como Alícia faz cousas, em que Ángel Santos volta a aprofundar nos dilemas da mocidade.

PLANETA GZ

  • Não te vejo, de Xacio Baño. 2023 – Galiza
  • Ulises, de Félix Brixel. 2023 – Galiza
  • Ecotone, de Enar de Dios. 2023 – Galiza
  • Habitar, de Anxos Fazáns. 2023 – Galiza
  • Alguém me Cchamou Serpe Negra, de Borja Santomé. 2023 – Galiza
  • Alicia faz cousas, de Ángel Santos. 2023 – Galiza
  • Devoções, de María Serna e Ángel Montero Vázquez. 2022 – Galiza
  • Ruovesi, de Andrea Zapata-Girau. 2023 – Galiza

Por sua parte, SUPERNOVA, a secção que acolhe os trabalhos de novas criadoras e criadoras emergentes com olhar próprio e cheio de identidade, apresenta uma seleção de nove peças que transitam diferentes formas e caminhos para falar.

Incluindo uma importante amplitude narrativa e sensorial, esta edição recolhe os trabalhos de artistas audiovisuais galegas comprometidas com a nossa heterodoxa cultura cinematográfica. De propostas que revisitam vínculos e acontecimentos familiares como Noitevelha 1999 de Uxia Gayoso, até outros que questionam e evidenciam a crueza do poder como Tara de Rebeca Tella e Daniel Filloy ou navegam entre a mitologia e a magia do quotidiano como O amor é a auga que corre de Claudia Pineda. Supernova acolhe, mais uma vez, as brilhantes vozes do panorama local mais recente.

SUPERNOVA

  • São muitas cousas, de Fer Areal Alvite. 2023 – Galiza
  • Tara, de Rebeca Tella e Daniel Filloy. 2023 – Galiza
  • Noitevelha 1999, de Uxía Gayoso. 2023 – Galiza
  • Esto es algo montado del caminar, de Tamara Goberna. 2023 – Galiza
  • Minha nena, de Noelia Míguez González. 2023 – Galiza
  • Elisa, de Paula González García. 2023 – Galiza
  • Vaivéns meteorológicos na vila da Guarda, de Manuela Pereira Enríquez e Miguel González Flores. 2023 – Galiza
  • Liminar, de Alba Pérez Álvarez. 2023 – Galiza
  • O amor é a auga que corre, de Claudia Pineda. 2023 – Galiza

Na edição de 2023, a protagonista da sessão especial Terra será Arancha Brandón, artista visual galega e fotógrafa procedente da Guarda (1995), um dos novos talentos mais destacados do panorama galego. O trabalho dela, que vai do cinema até à experimentação visual passando por fashion films e videoclips, é testemunha – em forma e conteúdo – das preocupações da sua geração e ambiente. No seu estilo plástico, sensualidade e decadência dão origem a peças de grande sutileza, que fazem com que o trabalho de Arancha seja uma singularidade já reconhecível.

Na sua filosofia de recuperar o património imaterial da cidade de Santiago e da Galiza, o Festival recupera a sua colaboração com o Cineclube de Santiago de Compostela na secção paralela Curtocircuíto x Cineclube de Compostela, para prestar homenagem à figura do dramaturgo, diretor de cena e ator Roberto Vidal Bolaño, carácter fundamental das ruas de Compostela e agente cultural e social imprescindível da cidade na segunda metade do século XX. Principalmente conhecido pelo seu trabalho vinculado às artes do espetáculo, a sua obra esconde uma cara vencelhada ao cinema e, sobretudo, à televisão. Num contexto de emergência audiovisual, no alvor da nascente TVG e outras iniciativas, o criador compostelano desenvolveu uma serie de projetos visuais pouco conhecidos pelo grande público que agora Curtocircuíto e o Cineclube querem valorizar. A sessão contará com a presença de familiares e colaboradores de Vidal Bolaño.

Na sua filosofia de recuperar o património imaterial da cidade de Santiago e da Galiza, o Festival recupera a sua colaboração com o Cineclube de Santiago de Compostela na secção paralela Curtocircuíto x Cineclube de Compostela, para prestar homenagem à figura do dramaturgo, diretor de cena e ator Roberto Vidal Bolaño

Roberto Vidal Bolaño na sala de montagem | D.P.

#OutraCompostela regressa mais um ano: esta atividade desenhada por Curtocircuito focada para educar em torno do cinema, ressurge renovada para apresentar novidades em colaboração com a Universidade de Santiago de Compostela, com o apoio de Santiago Turismo e da Santiago de Compostela Film Commision. A novidade deste ano será que o concurso universitário passa a ter como plataforma as redes sociais, o qual permitirá maior visibilidade e interação entre as participantes e o público. Como tem acontecido desde 2015, por volta de 25 estudantes de Comunicação volverão filmar a cidade de Santiago a partir das premissas que proximamente serão dadas pela direção artística do festival.

Curtocircuíto – Festival Internacional de Cinema de Santiago de Compostela está organizado pelo Concelho de Santiago de Compostela (Compostela Cultura) com o apoio, entre outros, da Deputação da Corunha, AGADIC e o ICAA.

MAIS INFORMAÇÕES:

O CORNO, DE JAIONE CAMBORDA (2023), FILME INAUGURAL DE CURTOCIRCUÍTO

Sinopse. Ilha da Arousa, 1971. Maria é uma mulher que ganha a vida mariscando. Também é conhecida na ilha por ajudar outras mulheres com os partos delas com especial dedicação e cuidado. Após um inesperado sucesso, é obrigada a fugir e começa uma perigosa travessia que a fará lutar pela sua supervivência. À procura da sua liberdade, Maria decide passar a fronteira por uma das rotas de contrabando entre a Galiza e Portugal.

Jaione Camborda (Donostia, 1983). Cineasta de Donostia estabelecidad na Galiza, realiza os seus estudos na Escola de Cinema de Praga (FAMU) e na Escola de Cinema de Munique (HFF). É na Galiza onde desenvolve um reconhecido trabalho enquanto diretora e guionista. A sua primeira longa-metragem, Arima (2019), obteve o prémio à melhor direção na secção Nuevas Olas do Festival de Cinema Europeu de Sevilha e ao melhor filme na secção Escáner do festival Márgenes, para além de passar pela secção Made in Spain do Festival de Donostia.

Previamente destaca-se o seu trabalho a dirigir peças curtas rodadas com material fílmico, como Prova de agilidade, Nimbos, Lilit ou Rapa das Bestas, todas elas com a sua produtora Esnatu Zinema, fundada em Santiago de Compostela. Mais participou como guionista das longa-metragens. Os fenómenos e Ons, dirigidas por Alfonso Zarauza, e tem trabalhado como diretora de arte em vários filmes doutros cineastas.

SECÇÃO PARALELA TERRA: ARANCHA BRANDÓN. RESIDÊNCIA CURTOCIRCUITO

Arancha Brandón (Guarda, 1995) é artista visual e fotógrafa. O trabalho dela, que vai do cinema até à experimentação visual passando por fashion films e videoclips, é testemunha, em forma e conteúdo, das preocupações do panorama galego atual. Nas criações dela sensualidade e decadência dão origem a peças singulares de uma olhada própria. O seu trabalho costuma partir de elementos documentais para gerar mundos de ficção em diversas plataformas de exibição como as redes sociais, a sala de cinema ou o museu.

Estudou na Universidade de Vigo e é Mestre Internacional em Fotografia: Fashion & Advertising por TOO MANY FLASH. Aliás, concluiu a sua formação em BAU, Centre Universitari d’Arts i Disseny.

Residência Curtocircuito é um projeto que alcança a sua terceira edição no âmbito do festival Curtocircuito. Trata-se de uma bolsa de cerca de 800€ e a estância duma semana em Santiago de Compostela para a criação dum retrato alternativo, através de qualquer uma das artes visuais, da cidade. Em edições prévias, artistas como Yosi Negrín ou Bandia Ribeira obtiveram esta bolsa.

SECÇÃO PARALELA CURTOCIRCUÍTO X CINECLUBE DE COMPOSTELA: ROBERTO VIDAL BOLAÑO

Roberto Vidal Bolaño (Santiago de Compostela 1950-2002) começou no mundo do teatro com o grupo Antroido, onde representou como ator as suas primeiras obras e converteu-a na primeira companhia teatral galega. Também foi um dos primeiros diretores a participar no teatro institucional, encenando (em colaboração com o Centro Dramático Galego) a sua obra Agasalho de sombras em 1984.

Para além da dramaturgia, escreveu guiões para a Televisão da Galiza e para a Televisão Espanhola. Trabalhos como Maus-Tratos, Novo de Parmiude ou Morosos Vários são da autoria dele. Levou para o cinema relatos de grandes escritores galegos do século XX, como Ánxel Fole (Cara de Lua) e Eduardo Branco Amor (O Nojo) e participou como ator em várias séries televisivas como Marés

vivas.

Em 2001 representou com o Centro Dramático Galego Rosalia, que Ramón Otero Pedraio escreveu em 1958. As últimas atuações dele foram no grupo “Teatro do aqui”, a sua companhia nos últimos anos.

A obra de Vidal Bolaño é marcada pela estética da derrota e a crítica da modernidade. Defendeu uma recuperação do teatro popular, cultivou o teatro histórico e, para além das influências de Otero Pedraio, teve como referente o teatro de Valle-Inclán. As obras dele recolhem e misturam as correntes estéticas do realismo, simbolismo e expressionismo.

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