Neste ano 2021 cumprem-se 40 anos desde que o galego passou a ser considerada língua co-oficial na Galiza, passando a ter um status legal que lhe permitiria sair dos espaços informais e íntimos aos que fora relegada pola ditadura franquista. Para analisarmos este período, iremos realizar ao longo de todo o ano umha série de entrevistas a diferentes agentes sociais para nos darem a sua avaliaçom a respeito do processo, e também abrir possíveis novas vias de intervençom para o futuro.
Desta volta entrevistamos a professora e escritora Chus Pato.
Qual foi a melhor iniciativa nestes quarenta anos para melhorar o status do galego?

A decissom que tomárom as pessoas que decidírom falá-lo, escrevê-lo e, no caso de ter descendência, transmiti-lo.
Se pudesses recuar no tempo, que mudarias para que a situaçom na atualidade fosse melhor?
Nom existe tal possibilidade, nom se pode recuar no tempo. A História dumha língua é como a idade vivida de umha pessoa, dá-se só umha vez e para sempre. Os ensaios e os experimentos nom existem.
Que haveria que mudar a partir de agora para tentar minimizar e reverter a perda de falantes?
Teria que mudar o voto maioritário dos e das votantes, de tal jeito que esse voto se lhe outorgasse a partidos/estruturas políticas que levassem a cabo umha política linguística que permitisse a vida em galego.
Que papel joga a literatura na normalizaçom linguística?
A comunidade leitora de qualquer país lê a literatura própria com completa normalidade. No nosso país ocorre que umha grande maioria das pessoas nativas do galego nom lem literatura. A comunidade leitora na Galiza é escassa (desconto deste número as pessoas que som obrigadas a ler devido a sua escolarizaçom). Seria de desejar que medrasse o número de leitores e leitoras em galego. Normalidade no uso do galego e leitura neste idioma vam colhidas da mao.
Achas que seria possível que a nossa língua tivesse duas normas oficiais, umha similar à atual e outra ligada com as suas variedades internacionais?
Umha língua nom é a sua normativa ortográfica e sendo o galego e o português o mesmo idioma, cousa que eu assim considero, nom precisa o idioma em que ti e eu nos entendemos, vestir de gala para apresentar-se em sociedade.