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Bouça Brei, excelente etnógrafo da Galiza

bouca-brei-foto-de-ac-bovedaO presente artigo está dedicado a outro grande galego, um excelente etnógrafo, filólogo, magistrado, destacado polígrafo e até poeta. Grande amante de Portugal, chegou a publicar livros no nosso vizinho país irmão, defendendo o uso da norma internacional, e se vivesse hoje estaria connosco a promover na nossa terra o reintegracionismo e a lusofonia. Estou a referir-me a Fermim Bouça Brei (1901-1973). O presente depoimento dedicado a ele é o número 64 da série que estou a escrever sobre os grandes vultos da Lusofonia, e o 176 da série de grandes vultos da humanidade iniciada no seu dia com Sócrates, o grande educador grego da antiguidade.

UMA PEQUENA BIOGRAFIA

Fermim Bouça Brei Trilho nasceu em Ponte Areias a 31 de março de 1901 e faleceu em Compostela em 11 de junho de 1973. Com a sua obra Nao senlheira iniciou a corrente neotrovadorista da literatura galega. Realizou numerosos estudos, especialmente sobre arqueologia e etnografia.
Filho de Luís Bouça Trilho (1869-1941), passou a infância em Vila Garcia de Arousa, onde nascera o seu pai. Cursou o Bacharelato em Ponte Vedra e Ourense e estudou os cursos de Filosofia e Letras e de Direito nas universidades de Compostela e Madrid. Na capital galega, cidade de que procedia a família de sua mãe e que foi o centro da sua vida, começou a sua implicação nos movimentos culturais e artísticos da época, colaborando na revista Ultreya e publicando o seu primeiro artigo, “Teatro de antanho em Compostela” (1919). O seu primeiro poema assinou-o em 1921, “Romance dos vinte anos” e, já em 1923, participou na fundação do Seminário de Estudos Galegos (SEG), sendo um dos assinantes da correspondente ata, na data de 23 de outubro de 1923, junto com a assinatura de Cotarelo Valhedor, que pode considerar-se como o seu mestre, e a de outros galegos como Filgueira Valverde. No SEG integrou-se nas áreas de Artes e Letras e de História da Literatura, destacou-se logo no seu labor em Arqueologia e Etnologia, que constituiram o centro da sua vocação durante o resto da sua vida. Licenciou-se em 1924 em Direito com prémio extraordinário, e em 1931 em Filosofia e Letras. No mesmo ano de 1924 decidiu-se pela escrita em galego e publicou o artigo, “Os estudantes ao arcebispo“. Nesta altura viram também a luz numerosos trabalhos de pesquisa nos Arquivos do Seminário de Estudos Galegos, no Boletim da Real Academia Galega, nas revistas Nós, Cristal e Resol e no jornal A Nosa Terra.

Licenciou-se em 1924 em Direito com prémio extraordinário, e em 1931 em Filosofia e Letras. No mesmo ano de 1924 decidiu-se pela escrita em galego e publicou o artigo, “Os estudantes ao arcebispo“. Nesta altura viram também a luz numerosos trabalhos de pesquisa nos Arquivos do Seminário de Estudos Galegos, no Boletim da Real Academia Galega, nas revistas Nós, Cristal e Resol e no jornal A Nosa Terra.

Quando começou a escrever na nossa língua, fez-se também militante do Partido Galeguista, e escreveu o hino da sua organização juvenil, que dirigia Álvarez de las Casas, enquanto colaborava com as revistas e jornais que mencionamos antes. Em 1929, junto com Cuevilhas, conseguiu uma bolsa do Centro de Estudos Históricos para visitar a Bretanha francesa, à qual voltou posteriormente, e em 1933 viajou e investigou por Portugal, estabelecendo prolongadas relações com os colegas portugueses, o mesmo que com H. Breuil, Gómez Moreno, H. Obermaier, Menéndez Pidal e outros. Tal dedicação permitiu-lhe estabelecer amizade com outros estudiosos galegos, como com o consagrado especialista na altura Federico Macinheira, natural de Ortigueira, e com Cuevilhas como já comentámos. Desta maneira, ambos, Cuevilhas e Bouça, representam a corrente nascida na Galiza no século XIX, que utilizava o celtismo ao serviço do nacionalismo, com importantes achegas em Arqueologia, Etnologia, Arte e História.

Foto familiar de Bouça Brei.
Foto familiar de Bouça Brei.

Já licenciado em Direito, preparou o ingresso na carreira judicial em Madrid. A este período pertence o seu romance Cabalgadas em Salnés (1925). Os inícios da sua carreira judicial levá-lo-iam em 1929 à província de Lleida, e em concreto à localidade de Viella no Val de Arán, onde aproveitou para realizar alguns trabalhos de investigação sobre o folclore aranés. Logo regressou a Galiza para exercer como juíz de primeira instância na Estrada, onde se casou com Emília Álvarez Álvarez, com quem teve cinco filhos, prosseguindo com o seu trabalho no SEG e na revista Nós. Pensionado pela Universidade, desenvolveu trabalhos de investigação na França e Portugal nos anos seguintes. Em 1933 publicou Nao senlheira, um poemário iniciador da corrente neotrovadorista que marcaria uma das linhas poéticas mais importantes das nossas letras. Com o golpe de estado franquista e a guerra incivil foi afastado do seu posto ao ser acusado de maçom, galeguista e desafeto ao regime, não permitindo-lhe exercer a advocacia. No ano 1939 foi reabilitado como juíz e, sem perder os seus princípios, chegou a ser magistrado em 1949. Contudo, a perseguição sobre ele continuou e três anos depois foi expulso da magistratura. A triste guerra incivil, tal como a denominava Castelão, terminou com a atividade do SEG e muitos dos seus membros foram perseguidos e destituídos dos seus cargos, e entre eles Bouça.

Bouça Brei com Blanco Amor e Eliseu Alonso.
Bouça Brei com Blanco Amor e Eliseu Alonso.

A dia 27 de julho de 1941 ingressou na Real Academia Galega a proposta de Federico Macinheira e Pardo de Lama, Manuel Casás Fernández e Ángelo del Castilho López. Neste dia celebrou-se no Paraninfo da Universidade de Compostela o ato de admissão de dezanove académicos. Fermim Bouça Brei procedeu à leitura do seu discurso de ingresso, intitulado A mitologia da água no noroeste hispánico, em nome de todos os novos académicos. No mesmo ano de 1941 foi nomeado por J. Martínez Santa-Olalla comissário de escavações arqueológicas de Ponte Vedra, posto que ocupou de 1941 a 1950, e depois em Oviedo de 1950 a 1955. Também em 1941 foi descoberto o grande tesouro de jóias de ouro de Caldas de Reis, um dos mais importantes da Idade do Bronze em Europa, descoberta que Bouça publicou nos seus ‘Informes e Memórias’ de 1942. Neste mesmo ano de 1942 foi destinado como juiz a Compostela, em 1945 passou a ser magistrado em Lugo e um ano depois em Ponte Vedra e, um ano mais tarde passou à Audiência de Oviedo. Nos primeiros anos desta década, compaginou o seu trabalho de investigador e docente na faculdade compostelana de Direito com o cultivo da poesia, com prémios em diversos certames literários e, ao mesmo tempo, a sua figura era já a de um intelectual de prestígio reconhecido. Em 1944 passou a integrar-se e dirigir as secções de Arqueologia e Pré-história do Instituto Padre Sarmiento de Estudos Galegos, criado em 1943 e integrado no Padroado José M.ª Cuadrado do CSIC, órgão que substituiu o SEG. A sua atividade no Padre Sarmiento permitiu-lhe retomar a sua autêntica vocação de estudo da cultura galega, à qual dedicava quanto tempo podia para realizar as suas investigações, colaborando com a instituição até o seu falecimento. E também voltou no mesmo a encontrar-se com muitos dos seus amigos investigadores galegos como Sánchez Cantón, Moralejo, Felipe Cordero Carrete, António Fraguas, Jesus Carro, Otero Pedraio, Cuevilhas, Pedret, Filgueira, Zamora Vicente e V. Risco. Aproveitou assim mesmo para publicar o livro Bares, em que se recolhem os trabalhos do seu amigo Federico Macinheira, arqueólogo de Ortigueira, incluindo as memórias das escavações em Estaca de Bares, realizadas de 1930 a 1932.

Em 1944 passou a integrar-se e dirigir as secções de Arqueologia e Pré-história do Instituto Padre Sarmiento de Estudos Galegos, criado em 1943 e integrado no Padroado José M.ª Cuadrado do CSIC, órgão que substituiu o SEG. A sua atividade no Padre Sarmiento permitiu-lhe retomar a sua autêntica vocação de estudo da cultura galega, à qual dedicava quanto tempo podia para realizar as suas investigações, colaborando com a instituição até o seu falecimento.

Estudioso multifacetado, levou a cabo perto de mil trabalhos de investigação sobre temas muito variados da cultura galega, tanto de pré-história e arqueologia, como de arte, história e crítica literária, publicando-os em diferentes revistas galegas, algumas que antes foram mencionadas. Em 1951 teve que encarar denúncias dos seus inimigos políticos e pessoais, por reunir-se neste ano com galeguistas do exílio durante a sua viagem à Argentina. Sendo obrigado a regressar, foi-lh3 aberto um expediente e foi afastado da advocacia e da judicatura. Mesmo assim, em 1956 conseguiu o reingresso no Colégio de Advogados de Compostela. Estas circunstâncias obrigaram-no a malviver como advogado e, o que ainda era pior, a sofrer a marginação dos próprios galeguistas, exceto do seu amigo Otero Pedraio, que se manteve ao seu lado sempre. Desde 1969 a sua saúde foi-se deteriorando até o seu falecimento em 1973.

Busto de Bouça Brei em Salvaterra do Minho.
Busto de Bouça Brei em Salvaterra do Minho.

Além de fundador com outros galegos do SEG, tal como assinalamos, e membro da RAG, foi também académico correspondente da Real Academia da História, em que entrou em 1942, responsável pelas secções de Arqueologia e Pré-história do Instituto Padre Sarmiento de Estudos Galegos desde 1944. No ano 1948 recebeu a condecoração da Grande Cruz de S. Raimundo de Penhafort pelo seu bom sucesso profissional e além disso também recebeu a de Afonso X O Sábio. Em 1955, publicou em Portugal o poemário Seitura, que supôs o abandono radical do neotrovadorismo. Nos seus últimos anos Fermim Bouça Brei dedicou-se à investigação literária, arqueológica e etnográfica, salientando os seus estudos sobre a vida de Rosália de Castro, de que foi um dos máximos especialistas. Colaborou muito com Cuevilhas em várias publicações, do qual era muito amigo, como já indicamos.
Como literato destacou-se como ensaísta, poeta e narrador, considerado na atualidade entre os importantes escritores em idioma galego da chamada geração de 1925, embora a sua obra literária fosse bastante breve. Interessou-se pela crítica literária da língua galega e publicou nos Cadernos de Estudos Galegos importantes achegas sobre Rosália de Castro, e resgatou em 1953 o primeiro texto dramático galego, A Contenda dos lavradores de Caldelas, de Feixó de Araújo, um desconhecido dramaturgo galego do século XVII. A sua primeira obra poética cheia de idealismo, é o Romance dos vinte anos, publicada em 1921, época em que colabora na revista Ultreia, e publica o seu breve romance em 1925 intitulado Cabalgadas em Salnés, que lhe editara Lar. Ainda que o seu maior prestígio lho deu a poesia, ao ser considerado como o iniciador do neotravadorismo, tendência também seguida por Álvaro Cunqueiro, graças à sua habilidade para utilizar as técnicas das cantigas medievais, especialmente as Cantigas de Amigo, como se pode ver na sua obra Nao senlheira, publicada em 1933. Foi na década de quarenta quando cultivou mais a arte poética, e quando recebeu vários prémios em certames poéticos. Seitura, foi o seu segundo livro de poemas em língua galega mais reflexivos, editado em 1955 em Braga (Portugal) pela revista 4 Ventos, para evitar problemas de censura. Nele incluem-se poesias escritas desde os anos trinta.

FICHAS DOS DOCUMENTÁRIOS

1.-Fermim Bouça Brei: um juiz de lei 26-06-2008.
Duração: 19 minutos. Ano 2015. Narradora: Íria Pinheiro.

2.-Biografia de Fermim Bouça Brei.
Duração: 11 minutos. Ano 2016.

3.-V Prémio Fermim Bouça Brei.
Duração: 3 minutos. Ano 2011.

4.-Fermim Bouça Brei: um juiz de lei.
Duração: 19 minutos. Ano 2015.

5.-Nao Senlheira.
Duração: 2 minutos. Ano 2018.

6.-Quem é Bouça Brei?
Duração: 10 minutos. Ano 2015.

7.-Fermim Bouça Brei, por Fernando Acunha Castroviejo (1992).
Duração: 2 minutos. Ano 2013.

A SUA OBRA LITERÁRIA E ENSAÍSTICA

a.-Como literato:
Cabalgadas em Salnés (1925, Lar). Existe uma edição em 1992 por Galáxia, junto com Seitura e Nao Senlheira. E outra da editorial Compostela do mesmo ano.
Nao senlheira (1933, Nós). Com outra edição por LVG em 2002 e a da ASPG de 1967.
Seitura (1955, 4 Ventos de Braga-Portugal).
Obra literária completa (1980, Ed. do Cerne). Com outra edição por Xerais de Vigo em 1981.
Memória do dianho (1980, Ed. do Rueiro).
Mínima antologia poética (galego-catalão) (1992, Universitat de Barcelona).
Cantares e romances velhos prosificados (2008, RAG, junto com José Mª Álvarez Blázquez).

b.-Como investigador e ensaista:
bouca-brei-capa-livro-obra-literaria-completa-o-cerne-0Pre-história e folklore da Barbanza (1927-28, Nós, em colaboração com Cuevilhas).
Os Oestrímios, os Saefes e a Ofiolatria em Galiza (1929, Nós, em colaboração com Cuevilhas). Nova edição pela Universidade de Compostela em 1992.
A pia megalítica de Mougás e as práticas adivinhatórias da Galiza antiga (1931, RAG).
El tesoro prehistórico de Caldas de Reis (1942, Relatórios e Memórias da Comissaria Geral de Escavações Arqueológicas de Madrid).
Inscripciones romanas de Galicia (1949, Instº Padre Sarmiento de Estudos Galegos, junto com A. d´Ors).
Ritos impetratórios da choiva em Galiza (1963, Junta da Acção Social de Lisboa).
El señorio de Vilagarcia desde su fundación hasta su marquesado (1461-1655) (1965, Instº P. Sarmiento do CSIC).
La mitología del agua en el noroeste hispánico (1974, RAG).
Etnografía y folklore de Galicia, 2 vols. (1982, Ed. do Cerne e outra de Xerais).
Artigos rosalianos (1992, Junta da Galiza, Consª de Relações Institucionais).
Os cesteiros galegos de Mondariz e a sua fala gremial (1992, Museu do Povo Galego).
Artigos xacobeos e compostelans (1993, Junta da Galiza).
A imprenta compostelana nos séculos XVI-XIX (1993, Junta da Galiza).
El Museo de Pontevedra, 1943 (2000, Deputação de Ponte Vedra, junto com A. Martínez Salazar e J. Novás Guilham).
A casa, o trabalho e a cantiga em Pias-Mondariz (2001, Museu do Povo Galego).
c.-Livros e monografias sobre a sua vida e obra:
AA.VV.: Actas do Iº Simpósio Internacional de Antropologia em memória de F. Bouça-Brei (celebrado em Compostela do 10 ao 12 de setembro de 1992) (1994, Conselho da Cultura Galega).
– Castro, Dorinda: Fermín Bouza Brey (a paixón dun humanista) (1992, Ed. do Cúmio).
– Monografia: Fermín Bouza Brey: Dia das Letras Galegas 1992 (1992, Junta da Galiza).
– Monografia: Fermín Bouza Brey: Unidades didácticas (1992, Junta da Galiza).
– Casares, Carlos: Fermín Bouza Brey (1992, RAG).
– Fonte, Ramiro: Fermín Bouza-Brey e a sua obra literária (1992, Galáxia).
– Enríquez, José Manuel: Fermín Bouza-Brey (1992, Xerais, Col. Materiais).
– Mato, Mabel: Leda vai a nao: Fermín Bouza-Brey (películas e videogravações) (1992, Ophiusa, SL.).
– Monografia: Fermín Bouza-Brey (1992, Univ. de Compostela).
– Rodríguez López, A. (coord.): Fermín Bouza Brey (1901-1973). Unha fotobiografía (1992, Xerais).
– Fidalgo Santamarina, J. A.: Bouza Brey Trilho, Fermín (Diccionario Histórico de la Antropología Española, 1994, CSIC).
– López, T.: O Neotrovadorismo (1996, A Nosa Terra).
– AA.VV.: Jornadas sobre Fermín Bouza Brey (Ponte Vedra, 2001) (2001, Junta da Galiza).
– Mato, A.: O Seminário de Estudos Galegos (2001, Publicações do SEG, Compostela).
– Arce Méndez, Alejandro e Ramil Rego, Eduardo: Fermín Bouza-Brey e Trilho (1901-1973) (2008, Museu de Pré-história e Arqueologia de Vilalva).
Nota: Uma bibliografia completa de Bouça Brei até o ano 1992, pode ser consultada aqui.

A VOZ POÉTICA DE BOUÇA

Apresentamos alguns dos seus poemas mais significativos:

1.-Diante do mar de Cambados
O canistrel de méstos lumiares
que na serã calada se derrama,
todo luz, todo ouro, todo flama,
enveja de sol-pores e de mares,
prelúdio é dos pálidos luares
com que na noite a praia se recama,
em tanto a onda em paxião ama e desama,
envolveita nas névoas tutelares…
Ria de Arousa, grávida de côres,
serêa dos atlânticos amores
que acarinhache a minha infância ingela,
fai-me un recanto no argacento colo,
um sártego onde durma ao teu arrolo
no mais esquivo côm da tua orela!

2.-Retorno
bouca-brei-capa-livro-cabalgadas-em-salnes-lar-0Mol rabanda do Mundo,
sabrosa terra mãe,
que ventura manjar-te
como um lírico pão
e chantar-te a dentamia dos olhos
na códea vidal,
madura, recendente,
vizosa, a latexar!…
Somentes tu me sacias
a fame perennal
Regusto de alonjar-me
para logo voltar,
e dormir no teu colo
abrangendo o teu vão,
como un Minho quencido
pelo peito dos vales,
com as águas quedas, quedas,
sem pressa pelo mar.
Salcóchate de estrelas,
que é o teu doado sal,
olhece de linhares
a mais não verdejar.
Afúma-te de brétemas
no caínzo do serão,
que os sentidos precisam
de ti, fogaza alvar;
de ti, suprema bica
e própria caroal;
de ti, em sazão e cheia,
ouh Galiza maná!

3.-Não senlheira
Quem dera ser não senlheira
naquele mar não presentido
das já mergulhadas terras!
Sem ceu, sem astros, sem vento,
sempre à toa pelas ondas
deitado no esquecimento,
nem andar nem desandar,
nem ter outro coido acedo
que leijar-se ir pelo mar…
Quem dera ser não senlheira!
Sem fito –estrela nem porto–
ser eu a própria ribeira!
Quem dera…!

TEMAS PARA REFLETIR E REALIZAR

Visionamos os documentários citados antes, e depois desenvolvemos um cinemafórum, para analisar o fundo (mensagem) deles, assim como os seus conteúdos.
Organizamos nos nossos estabelecimentos de ensino uma amostra-exposição monográfica dedicada a Fermim Bouça Brei, o nosso grande etnógrafo e poeta. Nela, além de trabalhos variados dos escolares, incluiremos desenhos, fotos, murais, frases, textos, lendas, livros e monografias.
Podemos realizar no nosso estabelecimento de ensino um Livrofórum, em que intervenham alunos e docentes. Das obras de Bouça Brei podemos escolher para ler Não senlheira (1933), Seitura (1955), Etnografia e Folclore de Galiza (1982), ou alguma monografia a ele dedicada, como as de Casares, Dorinda Castro, Ramiro Fonte ou A. Rodríguez López.

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