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“A nossa música tradicional está muito viva”

Sandra Novais, Samuel Lafuente, Rubén Gómez, Migui Ocampo e Bieito Romero som Breo. Este grupo de folk galego, formado polos antigos integrantes da banda Dequenvessendo ‑mais Samuel, um novo membro no violino- quer “manter viva a tradiçom” através da “reinterpretaçom da nossa música”. Bieito Romero é quem nos apresenta o projeto e a realidade atual da cultura tradicional. 

Que é Breo? 
Todas as que conformamos Breo, afora o violinista, vimos de um grupo musical anterior que se chamava Dequenvessendo. Como queríamos continuar a fazer música, formamos Breo. Mais ou menos continuamos na mesma linha: misturamos música folk com novos sons e instrumentos atuais, mas, ao final, a idea é beber da raíz e reinterpretar um pouco as músicas tradicionais nos cenários. Fazer com que a tradiçom se mantenha viva. 

Que instrumentos atuais utilizades? 
Percussom midi, teclados, guitarras e efeitos associados. Afinal é isso, utilizar instrumentos que som de toda a vida mas de umha maneira diferente. Por exemplo, na tradiçom nom se tocava a gaita com a guitarra ou percussons midis porque nom existiam. Nós o que fazemos é misturar tudo isso. Nos concertos também reproduzimos sons de recolhas que se figérom ao longo do tempo. 

E que resposta obtendes do público?
A verdade é que estamos a viver um momento muito bom para a música tradicional. Há grupos que levam toda a vida abrindo o caminho e, aliás, há um monte de propostas e grupos novos que estám a ter umha pegada muito importante. É como um ressurgir da  nossa música tradicional, e de todas as músicas de raíz em geral. Porque na música espanhola também acontece com grupos como Vetusta Morla, Raider, Rozalén… Penso que isto ajuda a que esteja havendo umha nova valorizaçom da música tradicional. Nos anos 90 e 2000 houvera um boom da música folk e celta, mas, depois disso, desapareceu e muitos grupos ficárom no caminho. Agora, embora de forma distinta porque a situaçom mudou, está á a haver um ‘revival’ desta forma de fazer música. 

Ver a rapaziada a tocar música tradicional com instrumentos tradicionais ajuda a simpatizar connosco e com a nossa música” 

E vós também entrades neste ressurgir.
Sim. Primeiro porque som as nossas raízes, estamos orgulhosos delas e é isso que gostamos. É a nosa música. E, depois, outra cousa que nos move é tentar levar a nossa música à maior quantidade de ouvintes possível. Mais que de gozar, é uma maneira de defender o nosso. Pôr em valor a nossa cultura e a nossa terra. 

Ajudando assim a que seja valorizada pola malta.
É que afinal é isso. De facto, cada lugar está tentando reviver a sua música. A sorte que temos aqui é que, lá onde fores, ouvirás música galega: há foliadas por toda a parte, concertos… é demais. Noutras zonas nom chegou com tanta potência a música tradicional à atualidade. Aqui está muito viva. A gente também percebe isso e gosta. Na verdade o que se passa aqui é invejável. Ver a rapaziada a tocar música tradicional com instrumentos tradicionais ajuda a simpatizar connosco e com a nossa música. 

Com que projetos andades agora?
Há pouco presentamos Nao Senlleira, um poema de Fermín de Bouza-Brey musicado. Depois, lançamos duas danças que intitulamos Alumea-lo pan, que nascem de umha tradiçom do tempo dos maios, quando se ia sementar. Quando já estavam as terras lavradas, prendiam fogueiras e passavam por estas leiras para evitar que chegassem as pestes e se perdessem os cultivos. Isto tudo vai-se enquadrar num disco intitulado Máis Alá em que vamos falar de costumes que havia na Galiza. Relacionamos a música com esses ritos que chegárom até os nossos dias desde há centenas de anos. Queremos contar através da música estas histórias que muitas de nós desconhecemos. 

[Esta entrevista foi publicada originariamente no novas.gal]

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