O doutor em filologia e professor no departamento de Letras da Universidade da Corunha, Roberto Samartim, especialista no funcionamento dos campos culturais (com ênfase no literário) e os processos políticos e ideológicos com eles relacionados, surpreende com o seu primeiro poemário.
Fora do estritamente académico, Samartim tem publicados Sobre conflito linguístico e planificação cultural na Galiza contemporânea, junto com Elias Torres(2018) e 50 anos de Abril na Galiza, junto com Carlos Pazos-Justo (2024) na Através Editora e Mudança política e sistemas culturais em transiçom. Literatura e construçom da (ideia da) Galiza entre 1974 e 1978 (2017) e A Dona do Tempo Antigo, Muller e campo literário no Renascimento português (2003) em Laiovento.
A obra sai do prelo sob o selo de Companha Editora, carimbo da cooperativa Sacauntos e inaugura a coleção «álmafa árvores e livros», da Companha Editora, que pretende contribuir, segundo assinalam da editora, “para a construção comunal de espaços autónomos e não subalternos, vinculados às artes e às ideias da Galiza contemporânea”.
O professor Isaac Lourido, descreve nos paratextos da obra que “Roberto Samartim constroi n’o livro do dragom umha comunidade de afetos em que é reelaborada umha mitologia próxima e humilde, umha geografia emocional. A voz desdobra-se, reflexiva, transcendente, para abrir-se a umha multiplicidade de outros/as. Como se fosse a confissom, a conversa, a partilha, a base dessa comunidade.”
“O livro mostra, também, umha inflexom no tempo. Um olhar para atrás, um percurso através da memória que é menos nostálgica do que, outra vez, comunal, comunitária, e a imaginaçom de um horizonte de futuro só levemente esperançoso mas que, em qualquer caso, foge de derrotismos e apela ao (re)encontro, tanto no plano pessoal como no coletivo” seguindo com as palavras de Lourido.
Os textos que compõem o livro do dragom foram (re)escritos entre março de 2021 e junho de 2022. O Canto II resulta de voltar sobre o “Livro da memória”, publicado como Paulo Soutelo na Agália (nº 59, 1999: 367-378). Nesta mesma revista também foram publicados “O deserto e o mar” (nº 62, 2000: 107-108), “Cidade ao Sul” (nº 79/80, 2004: 153) e “Nas duas mortes de Leonor Cal” (nº 89/90, 2007: 147).
O livro pode-se comprar aqui e também está disponível nas livrarias da Galiza.