A revista online de fotografia caleidoscopica.gal é um projeto autogerido, em galego internacional e que compila projetos visuais de artistas galegas arredor dum eixo temático particular, de periodicidade anual.
A proposta é fundamentalmente visual, contudo, para além do posicionamento editorial, recolhem-se vários textos de reflexão: Rebeca Baceiredo introduz um “glosário da boa vida” que ajuda a diferenciar alguns dos conceitos ligados aos prazeres: desfrute, felicidade, prazer… Reinaldo Loureiro traduz do inglês o artigo “Fototerapia” de Jo Spence e Rosy Martin. E Miguel Auria entrevista a performer Helena Salgueiro.
Exploram-se ademais, estéticas mui diversas, desde a subtileza das texturas do trabalho de Benxamín Otero “tocar”, os trabalhos escultóricos de Cristina Chiarroni, retratados por Xiana Quintas, sob o título “Isto é casa”, ou os collages “Finais Felizes” da boirense Maite Rey. Há propostas desde a paisagem, como o analógico de Andrea Otero. Até os retratos de “Erótika”, também analógicos e em branco e negro do limiao Alexandre Folgoso.
Participa também Alfonso Rodríguez com dous projetos de exploraçom do arquivo; “ao vivo” ligado à música, e “prazeres”. Asel Collins também contribui com um par de propostas, um relato “família”, e mais umha imagem sem título. Arredor do erotismo e a celebração trabalham Virginia D, com a reportagem “futuro”, e com outra imagem sem título. E Xiana Arias, numha série de retratos baixo o nome de “Celebrar-se”.
O fotojornalista Agostiño Iglesias contribui com umhas imagens do entroido, Sarai Deza acrecenta mais umha ótica, com “Food Porn”, em que mistura a comida e umha estética saturada e sensual. E Charo Lopes joga com as texturas e cores do líquido no seu projeto “água”.
A revista de fotografia galega caleidoscopica.gal saiu à luz em 2015 com um número centrado em “identidade e terra”, em cujo editorial defendiam a olhada subjetiva e “made in Galiza”. Ao longo do último lustro trataram anualmente um eixo temático diferente: “identidade e terra” foi a carta de apresentação. Depois disso, “corpo e território”, afondava na representação complexa do corporal. “Originalidade e reciclagem” foi o terceiro número da revista, um ponto de inflexão em que se reflexionou sobre o próprio meio fotográfico, questionando a ideia de originalidade. E a quarta edição é arredor dos “trânsitos”, captura a ideia de processo, movimento e fronteira, assim como do passo do tempo. O quinto número girou arredor dos “conflitos”, com múltiples perspetivas arredor deste conceito. E o sexto foi “ficções”, em que, partindo de que a fotografia é sempre umha finção, se procura um relato honesto. Este número sete, arredor dos “prazeres” está já disponível online para visualizar e descarrega gratuíta.
Por trás deste projeto, sem ánimo de lucro e editado com licenças de uso livre, está uma equipa fundamentalmente de fotógrafas, com formação também em outros campos, como o jornalismo, a história da arte e a música. A encargada do desenho gráfico da publicação é Ana Parada.
Nos próximos meses, como já aconteceu com os números anteriores, organizaram-se eventos presenciais para apresentar o projeto.