Paulo Outeiro e Patricia López som os promotores de Legumia, umha empresa compostelana de alimentaçom rotulada em galego internacional. No PGL quigemos conhecer o seu projeto e visitámos o espaço onde desenvolvem a sua atividade profissional.
Legumia é desses nomes que já diz muito do que o visitante vai encontrar. Que tipo de produtos podemos adquirir na vossa loja?
Como bem assinalas, o nome de Legumia é um claro exemplo que faz mençom aos nossos produtos de referência, os legumes de proximidade. Mas ofertamos também especiarias e frutos secos, farinhas galegas, pastas orgânicas, geleias de frutas e doces orgânicos galegos, mel do país, muesli, azeite… Aos poucos imo-nos adaptando ao gosto dos nossos vizinhos e aumentando a variedade de produtos.
Que outros produtos ambicionades incluir no futuro?
Nestes momentos estamos a procurar diferentes tipos de farinhas para aquelas pessoas com problemas de intolerância, também risotos a granel… produtos mais específicos agora que o básico está coberto. Estamos sempre abertos às petiçons dos nossos vizinhos.
Como surgiu o projeto? Tem raízes na vossa formaçom? Familiares? Gostos pessoais?
Nom podemos dizer que fosse algo vocacional. Mais bem encontramo-nos com a obrigaçom de criar o nosso próprio posto de trabalho; todos sabemos que os graus universitários nom asseguram emprego e ainda menos na atual situaçom.
A nossa ideia partiu dos postos tradicionais de Barcelona, onde seguem a vender os produtos a granel. A partir daí só havia que o trasladar e o mudar para adaptá-lo à nossa idiossincrasia e ao nosso clima. As caixinhas herméticas e o desumidificador figerom-se essenciais para manter certos produtos em bom estado de conservaçom.
Já umha vez decididos a dar o passo tivemos que definir o que nos diferenciaria do resto. A decisom foi a responsabilidade e a qualidade. Responsabilidade à hora de escolher e oferecer produtos de proximidade sempre que for possível, o que traz de maneira implícita umha grande qualidade, mas também umha responsabilidade ao nível cultural.
Paulo e Patricia residiam em Ponte Vedra antes de se deslocarem para Compostela. Por que em Compostela? Por que na rua da Algália?
Na realidade deslocamo-nos com a ideia de procurar trabalho aqui, a decisom de abrir a loja foi posterior.
Por que Compostela? Porque para nós é a cidade galega mais interessante em todos os aspetos, ativa cultural e socialmente. Escolhemos a Algália de Riba porque queremos recuperar o eixo de acesso à zona velha para os vizinhos, praticamente dedicada por completo ao turismo. É responsabilidade de todos nós recuperar umha vila que se está a converter num parque de diversons.
Umha das marcas de Legumia é a rotulaçom em galego internacional. Como foi o processo? Como é recebido polo cliente?
O processo foi muito simples, nom deu trabalho nenhum graças ao Dicionário Estraviz. Queremos aproveitar esta entrevista para agradecer ao professor Isaac Alonso Estraviz o imenso trabalho realizado durante tantos anos para o beneficio de todos nós.
Com respeito à aceitaçom que está a ter nos clientes, podemos assegurar que é de total normalidade. Os idosos, ao nom estar alfabetizados em galego, pensamos que nem sequer som cientes da diferença entre as normas, à parte de nom apresentar nenhuma dificuldade na compreensom; e a gente mais nova apresenta-se muito recetiva. Como resumo podemos dizer que em lugar de provocar um problema, como se poderia pensar num primeiro momento, acontece que promove a reflexom com respeito à identidade da nossa língua, reflexom muito bem acolhida.
Depois de oito meses de atividade, encorajades outras pessoas novas abrirem umha loja ou qualquer outro empreendimento?
Nom achamos ter o valor de encorajar alguém a tomar essa decisom. A verdade é que é um momento muito complicado e a quantidade de dificuldades e despesas que provoca é grande. Mas ao que sim encorajamos é a nom viver e atuar com medo. Se queres criar o teu próprio trabalho porque nom queres ser um trabalhador assalariado ou porque nom encontras trabalho, o melhor é informar-se muito bem. Se queres expressar-te em galego, fai-no. Há que ser ciente do que se fai e consequente com o que se pensa.