O ano de 2025, mais precisamente o mês de fevereiro, marca uma importante data na literatura brasileira: há cem anos nascia um dos maiores nomes da literatura infantojuvenil brasileira: Marcos Rey!
Para quem passou tardes imerso nas aventuras de “O Mistério do Cinco Estrelas” ou torceu pelo destino de Pimpa em “Sozinha no Mundo”, vai saber de quem estamos falando.
Poucos escritores conseguiram capturar a atenção de gerações com enredos envolventes, repletos de suspense, mistério e personagens inesquecíveis.
Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Donato, nasceu em 1925 e, desde cedo, mostrou talento para contar histórias.
Seu primeiro conto, “Ninguém Entende Wiu-Li”, foi publicado aos 16 anos (1941), e, a partir dai, sua trajetória literária só cresceu. Trabalhou como roteirista, jornalista e dramaturgo, mas foi na literatura que deixou sua marca definitiva.
Entre seus sucessos, destacam-se “O Rapto do Garoto de Ouro”, “Sozinha no Mundo” e “O Mistério do Cinco Estrelas”, títulos que seguem encantando jovens leitores e que fazem parte da icônica Coleção Vaga-Lume.
Coleção Vaga-Lume: aventuras que nunca se apagam
Não há como falar de Marcos Rey sem mencionar a lendária Coleção Vaga-Lume. Criada em 1973 pela Editora Ática, essa coleção foi um verdadeiro fenômeno nas escolas e bibliotecas do Brasil.
Com mais de 100 títulos publicados, a série formou leitores apaixonados e apresentou aventuras inesquecíveis, como “A Ilha Perdida” (Maria José Dupré), “Deus me Livre!” (Luiz Puntel), “A Vingança da Cobra”, Marcos Bagno, “O Escaravelho do Diabo” e “O Caso da Borboleta Atíria”, ambos de Lúcia Machado de Almeira.
Marcos Rey foi um dos autores mais emblemáticos da coleção, misturando com maestria mistério, suspense e um toque de realidade urbana.
Em “O Mistério do Cinco Estrelas”(1981), por exemplo, um jovem camareiro se vê no meio de uma investigação criminal em um luxuoso hotel de São Paulo.
Já “O Rapto do Garoto de Ouro”(1983) nos transporta para o tradicional bairro do Bixiga, onde um astro do rock desaparece em plena comemoração. Quem leu, nunca esquece!
Televisão
Rey participou do desenvolvimento das novelas brasileiras, desde seu surgimento, ainda na década de 1960.
E foi um dos responsáveis pelas adaptações literárias para a TV, como é o sucesso de “A Moreninha”, obra de Joaquim Manuel de Macedo. Para tornar mais atraente para o telespectador, Rey deslocou a história para a segunda metade do século XIX e utilizou-se de temas dessa época, como a luta pela abolição da escravatura. Além disso, as personagens citam poetas e escritores e comentam sobre a invenção da fotografia e do trem a vapor.
O sucesso de “A Moreninha” colocou sua protagonista, a atriz Nívea Maria, em grande destaque por muito tempo, sendo hoje consagrada artista da televisão e teatro brasileiros.
Em 1989, Marcos Rey lançou o livro “O Roteirista Profissional: televisão e cinema”(Editora Ática) contando sua experiência de várias décadas escrevendo novelas, roteiros de cinema e animação.
Um legado que ultrapassa o tempo

Ao longo de sua carreira, Marcos Rey escreveu romances, crônicas e roteiros para TV e cinema, sendo um dos autores mais versáteis do Brasil.
Seu talento foi reconhecido com prêmios como o Jabuti e o Troféu Juca Pato, além de sua cadeira na Academia Paulista de Letras.
Mesmo após sua morte em 1999, seu legado continua vivo.
Suas histórias vão seguir inspirando leitores e escritores, na melhor prova que um bom livro nunca envelhece.
Se você ainda não o conhece, nossa sugesta é buscar um dos seus clássicos e celebrar os 100 anos desse mestre da narrativa.