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Julieta e Séchu, de ‘Tattoos da Galiza’: «O livro é um objeto mágico e este livro pode ser um bom exemplo de energia coletiva»

Julieta Penas e Séchu Sende som membros do Clube da Língua, nome informal da equipa de normalizaçom lingüística do IES Marco do Cambalhom, em Vila de Cruzes. O Clube da Língua está formado por professorado, alunado e outros membros da comunidade escolar e extraescolar, e procura fazer atividades para promover o uso normalizado da nossa língua no estabelecimento de ensino e além. Fruto desta preocupaçom surge o projeto Tattoos da Galiza.

Séchu e Julieta
Séchu e Julieta

Em começos do curso académico, o Clube da Língua promoveu nas redes sociais o concurso «Galiza à flor da pele», com o intuito de conseguir fotos de tatuagens em galego ou de temática galega. Num mês reunírom-se 160 achegas para a amostra virtual.

Agora, graças a umha campanha de micro-mecenato, querem conseguir que as fotografias reunidas saltem do virtual ao papel, em formato de livro a cores com mais de 160 tatuagens em galego ou de tema galego.

Segundo Séchu e Julieta, este será o primeiro livro sobre tatuagens da Galiza e, além disso, um livro que vincula a nossa língua e a nossa identidade com a modernidade, a vanguarda, o desenho gráfico e a gente nova. Conversamos com eles para conhecer mais sobre projeto e o labor realizado pola equipa de normalizaçom.

Antes de mais, Julieta, Séchu, o que fazedes no Clube da Língua?

Julieta: Propomos atividades para achegar a cultura e língua galegas aos companheiros e companheiras.

Séchu: Queremos promover a participaçom social no instituto e na vila, a implicaçom direta da vizinhança na criaçom de um processo de mudança educativa, cultural, social…

Qual era o objetivo do Concurso “Galiza à flor da pele?”

J: Reunir tatuagens relacionadas com o galego e demonstrar que é umha língua nova e moderna.

S: E tornar visível que há muita mais gente do que parece, e em ámbitos desconhecidos mas mui vitais, comprometida com o nosso idioma e a nossa cultura, até o ponto de tatuá-lo sobre a sua pele.

E esperávades receber tantas tatuagens?

J: A verdade é que eu nom. Achei que nem sequer nos chegariam dez, mas o Séchu tinha fé e nom quigemos decepcioná-lo demasiado [risos]. Mas ao final tivem que lhe dar a razom, que remédio!

S: Nom, tem razom Julieta. Eu pensava que poderíamos receber dez ou vinte fotos de tattoos. Hoje temos mais de duzentas e fazer umha recolha deste tipo e com este resultado pola rede social, sem mais energia do que a própria rede, as pessoas, é o mais impressionante. Além disso, decidimos continuar e converter o concurso em anual, porque continuamos a receber tatuagens constantemente para o nosso blogue.

Pensas que é importante que haja iniciativas deste tipo?

S: É fundamental e mui necessário. Som as iniciativas do movimento social pola língua e o compromisso de muita gente anónima —como a que tem tattoos em galego sobre a sua pele— que mantenhem a vitalidade da nossa língua.

J: Sim, com certeza que é importante. Que faria no Clube se nom fosse assim?

Fôrom recebidas muitas tatuagens com versos de escritoras e escritores, de Pessoa a Maria Rosendo ou Lupe Gómez. Tendes algum favorito?

S: Gosto muito dos que estám escritos em galego com NH. Tenhem algo especial.

J: Os tattoos som todos preciosos.

Tatuagem da GalizaJulieta, tu estiveste no grupo de trabalho de Tattoos da Galiza e colaboras com outras iniciativas. Como vês que a gente nova participe em processos de defesa e promoçom da língua? Em Vila de Cruzes há muita gente a participar em iniciativas deste teor?

J: Parece-me indispensável e a verdade é que nas Cruzes temos bastantes iniciativas desse tipo e de gente nova. O Cruzeiro Rock é um Festival de música rock em galego, está organizado pola juventude —muitos ex-alunos e ex-alunas. Tenhem umha associaçom, O Cruzeiro, que também fai obradoiros para rapazes e raparigas pequenas, ou roteiros…

Agora, o vosso objetivo é conseguir editar um livro em papel com todas as tatuagens. E vai ser a primeira vez que se recolham centos de tatuagens que até o momento ficavam no ámbito privado, íntimo. O que dirias à gente para que participasse e pagasse 10 euros para ajudar a financiar o livro?

J: Se che sou sincera, penso outra vez que o Séchu toleou. Nom sei eu se merece a pena pagar 10 euros por umhas tatuagens que podes ver em internet. Se é para a gente nova, a rede parece-me a melhor maneira de chegar.

S: O nosso blogue está aí e tem milhares de visitas, e é o referente de tattoos galegos… Mas conseguirmos ter um livro nas maos é umha outra cousa. O livro é um objeto mágico e este livro pode ser um bom exemplo de energia coletiva. Se com a vossa ajuda chegamos a publicar o livro, poderemos tocar num objeto com muita magia coletiva, para além de ser um livro histórico por ser o primeiro livro de tatuagens da Galiza.

O livro, e todo este processo, desenvolveu-se a partir do Clube da Língua com NH, é um livro reintegrata e portanto tem um valor acrescentado ao fazer parte nom apenas do movimento social pola língua, mas também do movimento reintegracionista. Daí que vos pedimos que a gente da AGAL —e quem nos estiver a ler— colabore com a campanha de micro-mecenato para conseguirmos, entre muita gente, editar este livro.

 

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