Por José Ramom Pichel Campos
A tecnologia está eliminando intermediários continuamente. Os que se adaptam, reinventam e demais verbos sofrem, mas finalmente ganham. Os que não se adaptam e não têm poder para mudar as leis parece que desaparecem, e os que sim têm poder inventam leis sinedie incumpríveis .
Outro dia perguntei numa mesa redonda sobre o futuro político da Galiza que se celebrou na livraria Couceiro e na que participaram dous professores universitários do mundo da economia ligados ao setor da esquerda nacionalista e um empresário muito conhecido ligado ao setor do centro-direita galeguista, se pensavam que o uso diário que estavam a realizar as novas gerações podia algum dia influir em que não entenderam a necessidade de intermediários políticos. As respostas forom muito interessantes e poderia resumir em três linhas fundamentais. Os políticos estão e devem ter presença nas redes sociais. A política deveria ser mais participativa e por último não sabemos se num futuro próximo os votantes vão prescindir dos políticos.
A nossa geração e as anteriores estamos afeitos à hierarquia, à distância, às ondas concêntricas de relações, onde é complexo mudar de órbita, electrões ao redor dos núcleos. Mas tecnologias (que por certo estão nos seus inícios) como linkedin, facebook, twitter ou tuenti, que desaparecerão, aparecendo outras novas, estão a horizontalizar a cada vez mais e a tanta velocidade a sociedade que, qual a diferença entre cada pessoa quando a distância são cliques?
Os sistemas de organização, aos que estávamos afeitos, desde os lúdicos até os mais sérios baseiam-se na existência dos intermediários e na obediência à estrutura e às ordens emitidas, às mensagens. E as novas tecnologias da informação começam a rachar esse salto, facilitando a conexão direta, rachando a ordem de mando, reelaborando a comunicação livre. A música está a sofrer uma grande mudança, o cinema, a banca, os jogos, as vendas de produtos e serviços. Até o software.
Com efeito, no software, o fato de que puderam copiar os programas em Cds e demais foi mais uma causa para o paradigma mudar: Copia-me, por favor! Os ingressos passaram de depender do produto a depender dos serviços ao redor do produto. Reinventar-se ou morrer.
Por isso com a tecnologia que facilita a horizontalidade da sociedade atual, é possível exercermos as decisões coletivas diárias de jeito direto, em cada cidade, vila ou bairro, em cada paróquia, em cada lugar do mundo? Ou não?
(*) Artigo publicado na coluna Medo aos aviões, do jornal Galicia Hoxe.