“Galegos D´ouro” já foi apresentado na Régua e será transmitido nesta quarta-feira na RTP2. Foi elaborado no âmbito das comemorações dos 20 anos da região como Património Mundial da UNESCO.
O documentário “Galegos D´ouro” tem como objetivo “dar a conhecer a comunidade galega que fez uma coisa única, que é um património da humanidade”, afirmou a realizadora Arminda Deusdado, citada pelo Cultura ao Minuto.
A escassez de mão de obra foi preponderante na região do Douro e dependeu, durante séculos, das populações das regiões vizinhas, nomeadamente da Galiza.
A realizadora explicou que “foi muito interessante conhecer estas histórias e perceber que há uma ligação muito forte no vinho do Porto com a Galiza (..). Toda uma dinâmica de pedreiros que fizeram esta paisagem com o «know-how» que era pá e picareta, pés no chão e a dormirem nos cardanhos”, que eram os alojamentos temporários das quintas.
Durante dois séculos foram muitos os galegos que viajaram para o Douro, até ao início do século XX, para ajudar na construção dos famosos socalcos e os muros de xisto, tal como plantar as vinhas que caracterizam este território classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde há 20 anos.
Durante dois séculos foram muitos os galegos que viajaram para o Douro, até ao início do século XX, para ajudar na construção dos famosos socalcos e os muros de xisto, tal como plantar as vinhas que caracterizam este território classificado como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde há 20 anos.
O documentário narra as histórias de quem “esteve cá, famílias que têm uma estrutura desde essa época e que construíram a paisagem”, disse Armindo Deusdado, acrescentando que “depois fomos ver o que ainda resistia dessa época, desse tempo, e fomos à Galiza ver quem eram, estes homens, como é que eles vieram para cá, eles passaram pelo Minho, vieram depois para o Douro, vinham a pé, vinham de barco e fomos ver qual era a parecença da paisagem entre o Douro e a Galiza. É idêntica, mas não tem a dimensão que tem esta, porque são hectares e hectares a perder de vista”.
A antestreia realizou-se na Régua, no dia 18 de abril, mas tem estreia marcada na RTP2 na quarta-feira, dia 20 de abril.
O documentário foi concretizado em co-produção da RTP e da TVG, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, e no âmbito das comemorações dos 20 anos do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial da UNESCO.
Nestas comemorações vão ser realizadas mais de 100 iniciativas durante um ano, entre 14 de dezembro de 2021 e 14 de dezembro de 2022.