São múltiplos os fatores que explicam o triunfo de uma campanha publicitária, mas também não existe uma fórmula universal. Ora, uma boa ideia, o momento adequado e uma rede de cumplicidades podem ajudar muito. Algo de todo isto, e muito mais, está por trás da rápida viralização (e sucesso, definitivamente) da campanha «Nós feiramos de segunda a sexta», uma iniciativa conjunta da AGAL, a Mesa e Via Galego para a recuperação dos dias tradicionais da semana. O êxito tem ainda mais mérito se considerarmos que se trata de uma iniciativa de teor linguístico… e que ainda não foi lançada oficialmente!
https://pgl.gal/nos-feiramos-segunda-sexta/
Na nota explicativa divulgada no PGL, as entidades que promovem a campanha apelavam à cumplicidade dos meios de comunicação. Encontrárom-na no Sermos Galiza e Praza Pública, meios de comunicação que habitualmente são sensíveis aos movimentos sociais e às iniciativas normalizadoras. Também o portal institucional do Conselho da Cultura recolheu a iniciativa, mas o ruxe-ruxe não se poderia explicar sem uma cumplicidade menos habitual: a televisão pública.
Numa infrequente aposta polas redes sociais, a TVG publicou na sua página web a notícia da campanha conjunta da AGAL, Mesa e Via Galego e, a seguir, redifundiu-na através dos seus perfis nas redes sociais Twitter, Facebook e Instagram, com um vídeo ex professo protagonizado pola jornalista Alba Mancebo, trabalhadora do departamento de redes sociais da corporação pública.
Qual foi o resultado? Em poucas horas, a ligação da notícia na web da TVG foi partilhada polo menos 110 vezes no Facebook. O vídeo de Mancebo acumula mais de 63.000 visualizações entre o Facebook (57.000), o Twitter (4334) e o Instagram (1646).
Para além disso, gerou-se uma grande conversa entre as diferentes redes. À cabeça estivo o Facebook, onde o vídeo protagonizado pola jornalista de Vimianço ultrapassou as 600 partilhas, quase seis vezes mais que as conseguidas no Twitter (122). Suscitou também 446 reações e centenares de comentários, frente aos 133 «gostos» e 31 comentários na rede do passarinho. As cifras no Instagram, mais modestas, também são positivas: 1646 visualizações e quase meio cento de comentários no momento de redigir estas linhas.
Sem dúvida, o objetivo de lograr que os meios de comunicação galegos se envolvessem começa muito bem. Fica por diante o reto de manter a tensão da campanha daqui ao lançamento oficial (restam mais de dusas semanas) e conseguir, também, a participação em maior ou maior grau dos meios de comunicação que não têm o galego como língua principal.
O efeito Streissand
Na viralização de uma campanha para as redes sociais não se deve descartar nunca um possível efeito Streissand. Assim é conhecido o fenómeno em que uma crítica ou tentativa de proibição conduz a todo o contrário do desejado. Neste caso, cumpre parabenizar a sempre aguardada (nunca defraudam!), torpe e necessária colaboração dos setores galegófobos. Sem a sua loquacidade, tenho a certeza de que não se poderia explicar em toda a dimensão a velocidade com que espalhou a proposta na grande conversa social.
Vou sugerir a estas entidades, sempre tão preocupadas polo galego (verdadeiramente preocupadas: mais bem parece que lhe tenham medo!), que na próxima nota de imprensa denunciem o uso de crianças para aportuguesar a sociedade galega. Oxalá!
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Vídeo da TVG no Facebook
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E ti? Que prefires? 😉
Máis información sobre a campaña nesta ligazón ➡️ https://t.co/qyeKvbgOK6 pic.twitter.com/bhpKfPUq8a— TVG (@TVGalicia) 30 de janeiro de 2018
Vídeo da TVG no Instagram
E ti? Que prefires? 😉 Máis información sobre a campaña nesta ligazón ➡️ http://ow.ly/1HYr30i5SpU
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