Partilhar

António Firmino: “Desde há cerca de dez anos, ensino o Crioulo a portugueses, galegos ou espanhois”

Esta segunda-feira, o IES Perdouro de Burela contará com mais um professor no centro. António Firmino, natural da ilha de São Vicente, será o novo docente do que os próprios professores aprenderão sobre a língua e cultura cabo-verdiana. Este curso, que nasce desde o Centro de Formação e Recursos (CFR) de Burela e já conta com 25 matrículas, ajudará na integração das moças e moços de Cabo Verde que chegam à vila da Marinha.

antonio firmino

Qual é o seu lugar de origem?

Nasci na ilha de São Vicente, Cabo verde, onde vivi até 1971, altura em que vim para Portugal, para continuar os estudos; em fins de 1974, fui para a Guiné-Bissau, onde iniciei a carreira docente (Inglês e Francês), continuada em São Vicente até 1982, quando regresso a Portugal, onde permaneço até completar a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas (variante Inglês-Português) em 1987, na Universidade Nova de Lisboa; regresso a Cabo Verde para leccionar Inglês Marítimo na então Centro de Formação Náutica, mais tarde Instituto Superior de Ciências do Mar.

Em que momento passou a viver em Portugal?

Nos fins de 1999, regresso a Portugal por motivos de saúde, aproveitando para fazer o Mestrado em Comunicação Educacional e Multimédia, na Universidade Aberta de Lisboa; concluído o mestrado, decido ficar, por motivos de saúde e familiares. A família nuclear estava toda em Portugal (mulher, filhos e netos).

Continua em relacionamento estreito com Cabo Verde?

O contacto com a terra é permanente, através de todos meios à minha disposição: internet, contactos com familiares e conterrâneos, televisão de Cabo Verde.

“O meu contacto com Cabo Verde é permanente através da Internet, contactos com familiares, televisão…”

Quanta população de origem cabo-verdiana está na área metropolitana de Lisboa?
A par da Holanda e dos Estados Unidos, Portugal acolhe um grande contingente de imigrantes cabo-verdianos; em 2.000, a estimativa de Cabo-verdianos em Portugal era de 83.000 e cerca de 90% na zona da Grande Lisboa.

Quais são os pontos de encontro da sociedade procedente das ilhas na cidade?
Existem variadíssimos pontos de encontro: associações cabo-verdianas (duas em Lisboa, uma em Almada, uma em Seixal, uma em Sines, etc), para além de vários bares e restaurantes de índole cabo-verdiana, com comida típica das ilhas, música, convívio).

Quadro de António Firmino.
Quadro de António Firmino.

Quais são as atividades em que se reúnem durante o ano?

Durante o ano, todas as festividades das ilhas , são recriadas e revividas em Portugal, o Carnaval, as Festas de São João, Festivais da Cavala, batuque e Funaná, etc

Como foi o processo de aprendizado do cabo-verdiano escrito?
O processo de aprendizagem do Crioulo escrito foi natural, primeiro com a chamada escrita espontânea , de base portuguesa e, mais tarde, com o ALUPEC -alfabeto unificado para a escrita do cabo-verdiano.

O António é professor da língua de Cabo Verde há alguns anos. Onde tem ministrado cursos?
Desde há cerca de dez anos, ensino o Crioulo, Língua e Cultura de Cabo Verde, a portugueses, espanhóis, galegos, belgas, russos, ingleses, brasileiros, polacos, etc., na sua maior parte pessoas com formação académica superior e que querem conhecer melhor a nossa língua e cultura, por motivos vários. As aulas são ministradas sob a égide do Centro InterCulturaCidade.

A família Firmino é bem conhecida no universo artístico caboverdiano. Apresente-nos os seus membros.

A minha esposa, Ana Firmino é cantora, com quatro álbuns de música tradicional de Cabo Verde lançados até a data e concertos em vários países (Espanha, França, EUA, Alemanha, etc; o meu filho mais velho é rapper, mas também canta música das ilhas, mornas e coladeiras.

Desde quando é pintor e como nos apresenta a sua pintura?
Pinto desde os meus catorze anos e nunca parei até agora, tendo o conciliado a actividade artística com a vida académica. A minha pintura pretende ser realista com forte ligação a Cabo Verde, suas gentes e tradições.

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, em Braga

María Xosé Bravo: “A imagem da Corunha como cidade pouco galega é umha falácia reforçada por certos interesses políticos”

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival

Escolas Semente e Concelho da Corunha comemoram o centenário da Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala

Ateneo de Ponte Vedra organiza jornada polo 25 de abril

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, em Braga

María Xosé Bravo: “A imagem da Corunha como cidade pouco galega é umha falácia reforçada por certos interesses políticos”

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival