Nestas semanas passadas localizei por acaso na rede o programa Os Contrabandistas e até cheguei a comunicar com um dos membros da sua equipa de realização: o brasileiro Christian da Silva Salles, pessoa com dilatada experiência na dinamização dos vínculos que unem os países de raiz galega. Após ouvir fragmentos de várias das emissões, dei com uma que chamou poderosamente a minha atenção: a protagonizada por Antia Cortiças Leira, professora de Língua Portuguesa
Na verdade, gostei muito da conversa e do estímulo do uso da diversidade de sotaques. Foi por isso que decidi ouvir novamente o programa e tomar anotações a respeito do perfil briográfico e profissional da entrevistada para compartilhar a informação com a audiência do PGL.
Embora tenha nascido em Compostela -porque ali estava o hospital mais próximo à residencia da família em Carnota-, Antia Cortiças sente-se do bairro ferrolano de Canido, a onde se deslocaram pouco depois, um tempo antes de se assentarem em Mugardos. Desta vila marinheira tomaram rumo a Lisboa, onde permaneceram por um período de 6 anos. Retornada à Galiza, a jovem matriculou-se na Universidade de Santiago para estudar Matemática. Porém, como não gostou desta especialidade, terminou por começar -também em Santiago- a Licenciatura de Filologia Portuguesa e as pessoas mais próximas ficavam sorpeendidas de que tivesse escolhido uns estudos “que não valiam para nada”. A insistência era tanta que até a própria protagonista tinha dúvidas sobre a sua decisão. Felizmente, tudo terminou muito bem. A sua formação abriu-lhe as portas a um trabalho em atenção ao cliente numa empresa de Barcelona, ao que se seguiu iniciar-se como docente de português, área da que nunca mais largou.
Formosa história para ser contrabandeada. O programa da Nilce Costa e do Christian Salles, emitido através da Rádio Metropolitana Porto, marca um novo estilo. Continuaremos em sintonia.
