Partilhar

4 Sementes

A página 9 deste Festagal foi dedicada as “4 Sementes”, que desde Vigo (Gabriela e Diana), Compostela (Badu), Ferrol (Rosália) e Lugo (Maria Vila Verde), respondem estas três perguntas:

  1. a) Observando o projeto desde os seus começos, as expetativas ficaram colmatadas?
  2. b) Em que medida a Semente vai ser fator importante na biografia dos miúdos e miúdas que passem por ela?
  3. c) Imagina a Semente em 2025. Que visualizas?

As respostas são diversas segundo as experiências várias, mas todos e todas parecem coincidir em imaginar que “Se continuamos a somar, umha grande árvore com raízes firmes, um projeto de qualidade, um lugar de referência para a língua e a pedagogia”, pode engalanar o nosso quintal proximamente.

Semente Vigo. Gabriela e Diana.

a) Observando o projeto desde os seus começos, as expetativas ficaram colmatadas?

Ainda agora fica trabalho por fazermos. Desde que o projeto começou a andar em Vigo fôrom muitos os avanços, chegamos a muita gente mas há muita outra que nom nos conhece. Nom podemos dizer que atingíssemos umha estabilidade, polo que precisamos de pessoas ativistas que ajudem a puxar do projeto. Leva umha moreia de tempo e esforço e quantas mais formos mais fácil é tudo.

b) Em que medida a Semente vai ser fator importante na biografia dos miúdos e miúdas que passem por ela?

Para nós, a etapa infantil é, sem dúvida, a mais importante das nossas vidas, a que vai determinar a forma de sermos e pensarmos, portanto estar na Semente está a marcar umha diferença que já podemos apreciar. Muitas crianças aprendem a falar connosco e medraram num entorno com uns princípios pedagógicos invejáveis, algo que influirá no seu desenvolvimento integral.

c) Imagina a Semente em 2025. Que visualizas?

Se continuamos a somar, umha grande árvore com raízes firmes, um projeto de qualidade, um lugar de referência para a língua e a pedagogia. Se, polo contrário, continua a falta de implicaçom e de ativismo, um sonho cumprido que ficou esgotado. 

Semente Trasancos. Rosália.

 

a) Observando o projeto desde os seus começos, as expetativas ficaram colmatadas?

As expectativas foram, sob o meu ponto de vista, amplamente colmatadas. O número de matrículas não para de crescer. Começámos com 9 crianças, este ano foram 14 e para o ano serão 19. Que numa comarca como a nossa, que é uma das que menos galego-falantes tem de toda a Galiza, haja famílias interessadas em criar as suas filhas e filhos em galego é um êxito já em si mesmo.

A imersão linguística também está a dar bons resultados por agora. Conseguimos reverter a situação de 4 crianças que falavam a maior parte do tempo em castelhano.

b) Em que medida a Semente vai ser fator importante na biografia dos miúdos e miúdas que passem por ela?

Bom, esta questão é difícil de responder… Teríamos que aguardar uns aninhos e perguntar diretamente as crianças que passaram por Semente que implicou para elas. Eu gosto de imaginar que vão lembrar a sua passagem pelo espaço como algo positivo, onde se sentiram crianças respeitadas e onde o carinho foi manifesto sempre.

Suponho que haverá a quem marque mais e a menos, mas aguardo que deixemos uma pegada especial em muitas delas. Linguisticamente falando, poder ser um fator que ajude a que cresçam sem tantos preconceitos como tivemos muitas de nós e que tenha contribuído a criar galego-falantes permanentes que tão necessários são para o futuro da nossa língua.

c) Imagina a Semente em 2025. Que visualizas?

Não sei se imagino ou idealizo, mas gostaria de ver um projeto consolidado por todo o país, com espaços educativos em cada uma das comarcas e com a colaboração dos organismos públicos detrás para garantir a subsistência do mesmo. Gosto de imaginar também que daquela já teremos superados os medos e as rivalidades por causa da escolha ortográfica e que a situação será de absoluta normalidade…

Na verdade, dada a disposição atual, acho que é uma visão bastante utópica ainda. Mas o tempo dirá…

Semente Compostela. Badu.

a) Observando o projeto desde os seus começos, as expetativas ficaram colmatadas?

A progressom quantitativa foi enorme pois o primeiro ano éramos duas crianças e a dia de hoje somos 48 distribuídas em dous centros e sempre em progressom.

Qualitativamente também som muitos os avanços e trabalho que se leva feito tanto a nível organizativo, de comunicaçom social como de trabalho pedagógico.

Acho que as expetativas estám colmatadas para o momento do processo em que estamos mas os objetivos, já num primeiro momento, eram amplos e ambiciosos polo que há que continuar a trabalhar.

b) Em que medida a Semente vai ser fator importante na biografia dos miúdos e miúdas que passem por ela?

Há aspetos demonstrados e outros que precisam de algo mais de tempo para demonstrar mas apresentam boas perspetivas.

Na questom linguística podemos afirmar que existem mudanças positivas tanto a nível de utilizaçom como de autoestima linguística; e nom só nas crianças como também no ambiente familiar.

Um processo educativo baseado em critérios como a educaçom transformadora, o feminismo, o respeito polo meio ou a laicidade nesta etapa infantil senta as bases para que num futuro este pais floresça como merece.

c) Imagina a Semente em 2025. Que visualizas?

Som oito anos adiante, nom é muito para fazer todo o trabalho que temos entre maos.

Teremos o nosso próprio centro de primário construído e assentado em Compostela e já estaremos pensando em criar o liceu.

Todas as vilas de Galiza terám a sua própria Semente funcionando e a estrutura nacional será um exemplo de organizaçom auto-gerida.

Nas instituiçons estarám começando a se dar conta de que o modelo linguístico atual só nos leva para a extinçom e mesmo poderiam interessar-se polo que andamos a fazer que tam bons resultados dá.

 

Semente Lugo. Maria Vila Verde

a) Observando o projeto desde os seus começos, as expetativas ficaram colmatadas? 

O projeto leva em funcionamento apenas um ano escolar, começamos com três crianças e para o ano próximo seremos mais. Desse ponto de vista, estamos muito satisfeitas com o muito trabalho feito, mas somos conscientes que na nossa comarca ainda nom se sente bem a necessidade da imersom em galego e por isso o progresso vai devagar. Somos conscientes de que o projeto precisa de ser ainda mais conhecido e que assi que vaiamos crescendo mais pessoas vam decidir escolarizar na Semente Lugo, pois temos um espaço e umha educadora imelhoráveis.

b) Em que medida a Semente vai ser fator importante na biografia dos miúdos e miúdas que passem por ela?

Acho cedo demais para responder a esta pergunta com a nossa curta trajetória, mas sabemos que as crianças que sairám da Semente Lugo levarám consigo um empoderamento enorme em relaçom às suas origens e em consequência, ao que serám num futuro. Quem conhece de onde vem saberá por onde ir. As ferramentas que se adquirem na Semente Lugo em relaçom à autoestima linguística e cultural nom serám fáceis de esquecer apesar do trabalho de deconstruçom que fai a escola pública no geral nas cidades galegas.

c) Imagina a Semente em 2025. Que visualizas? 

Imagino umha Semente em cada cidade e vila galegas, e vejo crianças livres de preconceitos negativos em relaçom à sua língua e cultura. Podo imaginar as pessoas que defendemos um ensino público e de qualidade, procurando umha escola semente próxima ao seu lugar de residência, para garantir direitos que a escola estatal nom garante. Podo imaginar umha rede tam ampla de escolinhas polo país que as pessoas pensarám que este projeto social é mais público que o que assi é denominado.

  •  

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, em Braga

María Xosé Bravo: “A imagem da Corunha como cidade pouco galega é umha falácia reforçada por certos interesses políticos”

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival

Escolas Semente e Concelho da Corunha comemoram o centenário da Escola de Ensino Galego das Irmandades da Fala

Ateneo de Ponte Vedra organiza jornada polo 25 de abril

Lançamento do livro 50 anos de Abril na Galiza, em Braga

María Xosé Bravo: “A imagem da Corunha como cidade pouco galega é umha falácia reforçada por certos interesses políticos”

Gentalha do Pichel comemora 25 de Abril esta sexta-feira

A iniciativa Aquí Tamén Se Fala organiza festival