Desde o dia 15 de fevereiro e durante 3 meses, uma pessoa contratada polas entidades Docentes de Português na Galiza, a Academia Galega da Língua Portuguesa e a AGAL está a contactar os centros de ensino secundário da Galiza. A sua tarefa é informar dos passos a dar para oferecer a matéria de Língua Portuguesa na oferta educativa do centro para o ano escolar 2016/17, bem como encorajar para o fazer. No caso dos centros onde já se leciona português – informação que a DPG solicitou ao governo autónomo em vão-, pretende-se conhecer quantas turmas existem, a possibilidade de criar um departamento de português, bem como abrir secções bilingues, isto é, lecionar matérias em português como história, tecnologia ou matemáticas.
Desde a aprovação da Lei 1/2014 de 24 de março, Lei para o aproveitamento da Língua Portuguesa e Vínculos com a Lusofonia, por unanimidade dos deputados do Parlamento da Galiza, as entidades promotoras têm apresentado ao governo diversas propostas para o seu desenvolvimento legislativo, e facilitado a participação de representantes do governo em encontros internacionais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
Apesar desta colaboração e das facilidades que lhe foram dadas, constatando a escassa vontade política do governo autónomo da Galiza para implementar a lei, as entidades promotoras tomam a iniciativa de informar os centros escolares da Galiza, sendo que na área do ensino a referida lei recolhe os artigos a seguir:
Artigo 1
Os poderes públicos galegos promoverán o coñecemento da lingua portuguesa e das culturas lusófonas para afondar nos vencellos históricos que unen Galicia cos países e comunidades de lingua portuguesa e polo carácter estratéxico que para Galicia teñen as relacións económicas e sociais no marco da Eurorrexión Galicia-Norte de Portugal.
Artigo 2
O Goberno galego incorporará progresivamente a aprendizaxe da lingua portuguesa no ámbito das competencias en linguas estranxeiras nos centros de ensino da Comunidade Autónoma de Galicia.
Segundo nos informa Quique Martins, responsável deste processo de contactos, os centros onde se leciona português podem-se dividir em dous grupos. Por uma parte, há aqueles com vários anos de experiência, com a matéria bem assente em diferentes níveis. Por outra parte, estão aqueles centros onde começaram ainda no presente ano letivo a lecionar português graças ao conhecimento da referida lei e que têm a expetativa de aumentar a oferta a mais níveis, dado que, via de regra começam com uma única turma.
Nos centros onde ainda não se ministra, o fundamental é a boa acolhida que tem o facto de ligarmos para eles já que a falta de informação por parte das autoridades é patente. Este agradecimento é extensivo aos centros onde se leciona, sobretudo naqueles que começaram neste curso por os docentes se acharem bastante desvalidos no que diz respeito a recursos didáticos, programações, etc.
A maior dificuldade que se encontra nestes centros é a composição dos departamentos de língua galega. Está-se a reformar muito professorado polo que muitos departamentos encontram-se em recomposição e com muito professorado interino. Nem sempre se coloca professorado novo após as reformas e portanto carecem de horas livres que dedicar à língua portuguesa.
Outra das linhas que se está a seguir é o encorajamento a criar secções bilingues em português, isto é, nos centros onde se leciona português, existirem outras matérias lecionadas em português (Matemáticas, Ciências Sociais, História…). Na atualidade existem apenas sete.