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Pintura Histórica Galega, existe?

A Comissom de História do centro social A Gentalha do Pichel (Compostela) publica um novo trabalho de divulgaçom do nosso património.

Trata-se, nesta ocasiom de uma elegante pasta com 14 lâminas impressas em alta qualidade, com Pintura histórica, dos mais diversos períodos, que ilustram algum dos capítulos mais relevantes da nossa história e tradição.

pinturahcagentalha

Ainda que poda parecer que na Galiza o género nom está muito cultivado, esta pasta serigrafiada demonstra a sua existência ab obvo e até o presente. Esta iniciativa resgata algumas das personagens e momentos mais emblemáticos do género histórico, incluídos: Mile, Sam Martinho de Dume, o cerco de Al-Mansur a Lugo, Dona Urraca, Afonso VII, Dona Inês de Castro, Pero Pardo de Cela, María Pita, a francesada, a batalha de Monelos, o plebiscito do Estatuto de Autonomia, o alçamento fascista ou as mobilizaçons populares no tardofranquismo. Com obras de Isaac Díaz Pardo, Afonso R. Castelao, Camilo Díaz Valiño, Xaime Quesada…

E a amostra nom fica aqui, porque de seguro haverá uma segunda entrega com mais autoras e obras mais desconhecidas.

A ediçom limitada desta pasta está à venda por 10 €.

Pode-se comprar: na Gentalha do Pichel e na Fundaçom Artábria (Ferrol) (e em breve em Cultura do País, Lugo)

 

Este é o texto de introduçom que acompanha às lâminas:

“O primeiro que há que dizer da pintura histórica galega é que quase nom existe, e isto nom admira numha naçom negada e carente de soberania desde a Baixa Idade Média. Por cima há que acrescentar o facto dumha burguesia traidora, que bem cedo associou a sua sorte ao projeto imperial espanhol e assim continua até hoje. Seria esta classe social a que, no século XIX, no tempo do Romantismo e no surgir dos nacionalismos modernos, se encarregasse, como em quase todas as naçons europeas, de fazer refletir em óleo sobre tela as glórias passadas tingidas de nostalgia, e no caso dumha naçom sem Estado, de reivindicaçom dum futuro acorde com esse passado idealizado. Mas nom foi assim, os artistas e os seus mecenas na altura nom passárom de ser “uns espanhóis mais” quanto à épica, e apenas sentimentais costumistas quanto à paisagem física e humana.

Nos dias de hoje, as cousas nom mudárom e as novas geraçons de artistas e os seus patrocinadores, públicos e privados, mantenhem a mesma insensibilidade para com o País e a olhada posta na sua referência mesetária.

É assim que esta seleçom procura aqui e acolá, com critério aberto, e sem se cingir ao óleo novecentista, representaçons pictóricas da nossa história. Junto ao que deveria ser o exemplo de grosso desta escolma, o retrato do Marechal Pardo de Cela, e a “improvável” defesa de Lugo frente a Al-Mansur em 999, resgatamos os retratos de Urraca e Afonso VII, galegos ambos, que a historiografia espanholista do XIX virou da noite para o dia “leoneses”. Acudimos ao país irmao na procura da ilustre Inês, protagonista dumha vida de romance, e ainda temos que procurar na jacobinista França um episódio pouco conhecido, o ataque à Corunha em 1823 do exército invasor francês conhecido como “os cem mil filhos de Sam Luís”, enviado pola “Santa Aliança” para restabelecer o carácter absoluto do monarca Fernando VII. E um humilde labrego em armas tem o seu lugar como protagonista anónimo da francesada.

Abrimos bem, como dizia, o critério da nossa procura, e trazemos à tona das brumas da Alta Idade Média umha luminatura do Sam Martinho, apóstolo no Reino Suevo da Galiza.

Daqui já temos que vir à contemporaneidade quanto aos artistas, que nom os temas. Reproduzimos a versom de Isaac Dias Pardo da heroína corunhesa, em vez da clásica ainda que quase contemporánea de Fernández Cersa. Da mao do pai daquele artista, Camilo Dias Valinho, conhecemos as vanguardas estéticas de pré-guerra e continuamos por este caminho com o polifacético e genial sempre Afonso Daniel. Nas vanguardas do pós-guerra, temos Quessada, de quem selecionamos umha obra que podemos situar nos últimos cinqüenta anos até hoje mesmo.

Para acabar, e como sintoma da indigência figurativa em que a nossa identidade agoniza, recorremos a um artista británico para a mítica (ou nom tanto) figura lendária de Breogám. Pois as artistas do País devem ter a menos representá-lo.”

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