
As suas mensagens para o grupo “O Mundo Fala Galego” chamaram a nossa atenção porque, sendo poucas, sempre tinham conteúdos interessantes para a audiência toda.
Através das suas trocas de opiniões com Christian Salles, Belém Fontal ou Paco Carro, fizemos a descoberta de uma pessoa muito bem informada, mas também com extraordinária vontade de conhecer novos pontos de vista.
Foi por isso que nos decidimos a lhe enviar convite para esta entrevista e a Nilce Costa não nos defraudou; aceitou o convite com grande amabilidade.
A nossa entrevistada nasceu no Rio de Janeiro (Brasil) e agora vive em Vila Nova de Gaia (Portugal). É jornalista e trabalhou em diversas atividades, começando por um banco e alguns jornais. É presidenta da Associação Atlântico Brasil, que aglutina os imigrantes brasileiros em Portugal.
Brasileira a viver em Portugal… e jornalista que trabalhou na banca. A Nilce está sempre assim entre dois mundos?
Sim. No Brasil trabalhei no banco Bradesco/RJ, meu primeiro emprego, e depois colaborei com o Jornal O Fluminense em Niterói/RJ. Agora estou mais dividida entre o jornalismo e o associativismo.
Em Portugal centrou-se mais no jornalismo?
Depois da experiência com O Fluminense, em Portugal trabalhei em diversos meios de comunicação.
Dizíamos na introdução que Nilce Costa é presidenta da Associação Atlântico Brasil em Portugal. Quais são os contributos da AABP para a imigração brasileira em Portugal?
A Aabp foi fundada em setembro de 2016. Fazemos aconselhamento geral, jurídico, psicológico e de assistência social. Organizamos diversas festas de interculturalidade e comemorações de datas de importância para a comunidade, como o carnaval, a festa junina e o dia da independência.
Do Porto à Galiza a distância é pouca…
Quando vim para morar em Portugal, fui viver em Valença do Minho. Foi então quando me apaixonei pelo outro lado da fronteira. Procurei conhecer mais a região e decidi ampliar conhecimentos, na língua, na gastronomia e geograficamente. Cada vez gosto mais da Galiza e lá irei morar. Faço planos para isso.
Fale-nos desse processo de aprofundar nos conhecimentos sobre a Galiza. Além das pesquisas na rede, aproveitou as sugestões oferecidas nos grupos de conversa?
Sim. Aprofundei conhecimentos nas conversas dos grupos. O primeiro em que participei foi o Lusofonia Agora, que depois modificou o nome para PortoGalaicofonia Agora. Foi criado com a finalidade de unir Brasil, Portugal e Galiza. Para falarmos da língua, do passado histórico, da cultura e de quaisquer outras temáticas comuns, incluindo também as eurocidades.
Agora conhece melhor a Galiza. Quais são aqueles planos de passar a morar ao norte do rio Minho?
Vou muito a Vigo, Cangas e Ogrobe. Mas também conheço Santiago, Corunha, Ponte-Vedra e Ourense. Nesta província estive na cidade da capital e nas zonas de Verim, A Gudinha, A Mesquita e Viana do Bolo. Em Santiago estive por diversas vezes.

O conhecimento da geografia abre a porta para entrar na cultura e familiarizar-se com ela…
Em Cangas soube da história da Maria Solinho, que me apaixonou, como também me apaixona a poesia da eterna Rosalía de Castro. Agora também reconheço algumas músicas. Agradam-me muito as que integram a gaita de foles.