Preciso de chamar por ti,
por ti, por ti, e por ti também,
que ajejas a rua desde os cantos escuros da cidade:
Nom me queiras foder,
Ama-me!
Com tuas palavras, o teu corpo e o teu sexo.
Ama-me de longe e de perto
Ama-me desde o teu pensamento.
Amor,brinca comigo.
Tenho toda a floresta do meu monte de Venus,
para jogarmos ao esconde-esconde
entre rizos e risos.
Mas não me fodas!
Traio hoje vontade de amar-e
de intercambiar
fluidos e caricias
com toda a humanidade!
Não me manques para fazer-me tua
Quero partilhar contigo
a sã alegria de viver
e , se calhar, de foder.
Mas há de ser
com o meu consentimento e por prazer.
Quero que a lua de prata
venha dançar esta noite connosco
fiando
as pontas de seus raios
no teu pelo preto e fosco
tecendo
telas de vento e de nuvens
com meus confusos sentimentos.
Mas não ultrajes nunca
com a tua força bruta
meu corpo sagrado de mulher
num revés.
Não silencies
com a tua mão grosseira minha voz
nem me prendas a palavra
nas algemas da tua moral dupla e falsa.
Quero berrar
liberdade desde o alto da minha torre de marfim
e, se calhar, cavalgar
sobre as tuas coxas amorosas
abraçadas a mim,
prendendo o meu vam.
Livre te quero e quero-me livre contigo,
contigo, contigo, e também contigo,
que escutas em silêncio
o passar o tempo
entre putas palavras a enredarem
as aranheiras do teu cérebro.
Sou eu também a puta dos livros
e neles “escrevo”:
Livres nos quero!!
Neste dia dedicado a lutar contra a violência contra a mulher, esta poesia vai ser recitada em Ourense na CERVEJARIA o Moucho as 6 da tarde.